A idosa Maria Madalena,  71,  morreu na madrugada desta quarta-feira (05) em decorrência de complicações de um câncer de mama, com o qual ela travava uma luta há seis anos. A família, que mora em Laranjeiras (SE), diz que ela não recebeu o tratamento adequado. Estava na fila de espera pela radioterapia.

A morte da idosa acontece no mesmo dia em que o Governo do Estado anuncia um terceiro turno na radioterapia no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), para absorver os pacientes que são assistidos pelo Hospital de Cirurgia (HC). O terceiro turno na radioterapia do Huse inicia nessa quinta (06) e irá ocorrer no período das 19 às 23h. Mas e a informação de que a fila de espera é uma só, o sistema regulador (Sigal) já não deveria encaminhar os pacientes do Cirurgia, automaticamente, diante da ineficiência do serviço, devido aos constantes problemas da máquina?

Para a família fica a dor pela perda do ente querido e a revolta por um serviço que não foi prestado como deveria. “Estamos sentindo muita revolta, ela não teve tratamento. Falta de atendimento, isso é uma falta de respeito. Devido a isso ela veio a óbito. Há seis anos ela descobriu a doença, fez tratamento no câncer de mama, há oito meses a doença voltou e afetou a coluna. Estava na fila, não conseguiu vaga, quando chegou a vez dela a máquina estava quebrada”, desabafa Crislaine, filha de dona Maria Madalena.

De acordo com informações da coordenadora do Centro de Oncologia do Huse, Meirejane Feitosa, 26 dos 80 pacientes do Hospital de Cirurgia já estão sendo tratados na unidade estadual, restando 54, que serão  inseridos no serviço paulatinamente.

“Os pacientes estão sendo chamados para dar continuidade ao tratamento no Huse, que abriu um terceiro turno para atendê-los considerando a gravidade da situação. Sabemos o quanto a interrupção do tratamento é prejudicial para o paciente”, afirmou a coordenadora.

Essa não é a primeira fez que o governo do Estado adota esta medida. No ano passado, o Centro de Oncologia do Huse abriu um terceiro turno para atender dezenas de pacientes assistidos pelo Hospital de Cirurgia, que atravessava um momento difícil com a quebra do equipamento e a dificuldade de encontrar peças de reposição para a máquina.

A representante do Grupo Mulheres de Peito, Ana Aparecida, diz que já são 26 dias sem radioterapia. “Duas peças da máquina de rádio quebradas. Muitos pacientes do Cirurgia estão sem fazer exames e a quimioterapia não é realizada desde dezembro”, diz.

Ela disse ainda que representantes do grupo se reúnem hoje a tarde com a direção do hospital para saber mais sobre essa transferência do serviço para o Huse. “Soubemos que o serviço de oncologia fechou, por isso, vamos para confirmar essa informação”.

F5 News entrou em contato com a assessoria do Cirurgia, que ficou de enviar uma nota.