Moradores do Santa Maria afirmam viver em um inferno
Aposentado de 70 anos é agredido violentamente por ladrões Cotidiano 03/03/2012 10h37Por Márcio Rocha
Marginais implantaram a lei do silêncio no bairro Santa Maria, zona sul de Aracaju. São assaltos constantes contra moradores da localidade, que sofrem com a falta de segurança. A reportagem do F5 News foi ao local para tomar conhecimento do sofrimento dos habitantes do bairro que contempla conjuntos habitacionais e várias invasões de terra.
De acordo com o presidente do Conselho de Segurança local, Edir Sobrinho, a ação dos elementos não tem hora para acontecer. Em vários pontos do bairro, assaltos, homicídios e tráfico de drogas ocorrem em plena luz do dia.
“Assaltos a ônibus, já chegaram a acontecer nove em um dia só. Todos os dias, ônibus são assaltados no bairro. O conjunto Padre Pedro está entregue aos bandidos que transitam armados a todo o momento pelas ruas exibindo suas armas. Os cidadãos de bem da comunidade não têm sossego”, reclama Edir.
Segundo o presidente do conselho, a delegacia local está sem viatura há mais de 60 dias. O que dá aos marginais total condição de prática das ações contra a comunidade, sem correr riscos de serem presos pela polícia.
O comerciante José Paulo diz que seu estabelecimento foi assaltado várias vezes e a maioria dos assaltos foi feita pelos mesmos bandidos.
“Meu comércio foi assaltado mais de dez vezes em um ano. Os mesmos ladrões apareceram quatro vezes, o que mostra o grau de impunidade dos marginais da região. E quando estamos com pouco dinheiro em caixa, somos agredidos. Tomamos socos e somos humilhados por não ter dinheiro no estabelecimento”.
A ação dos marginais parece combinada. O aposentado Raimundo Alves Santos, 70 anos, foi assaltado por dois homens que estavam lhe seguindo após sair de casa para uma panificação no Padre Pedro. Os dois elementos entraram na padaria. Enquanto um anunciava o assalto, o outro estava por trás do aposentado e lhe apontou um revólver, exigindo o dinheiro que havia recebido há poucos minutos.
“Quando o cara anunciou o assalto, dei dois passos para trás. Neste momento dei de cara com outro marginal que pediu o meu dinheiro da aposentadoria, que eu havia acabado de receber. Neguei que tivesse dinheiro e imediatamente, fui golpeado com uma coronhada na cabeça e outra no rosto”, afirmou Raimundo.
O assaltante deixou transparecer que existem ações combinadas entre pessoas que residem na região, ao falar com o aposentado sobre o pagamento recebido.
“O ladrão disse que sabia que eu havia recebido minha aposentadoria e me agrediu novamente. Daí, entreguei o dinheiro. Desde que vim morar aqui, me arrependo. Estou vivendo em um verdadeiro inferno”, disse Raimundo, que não conteve as lágrimas.
Localidades específicas do Santa Maria são os pontos principais de ação dos marginais, ou onde eles se escondem. De acordo com Edir Sobrinho, os desmanches de motos roubadas estão localizados na região conhecida como “sovaco da gata”, ponto de difícil acesso próximo ao Morro do Avião.
“Todo dia tem três, quatro, cinco motos roubadas na região, e os desmanches são lá no ‘sovaco da gata’, onde boa parte dos marginais que infernizam a vida da comunidade se esconde”, reclamou.
Os moradores do conjunto Padre Pedro estão planejando uma manifestação para pedir às autoridades competentes, mais segurança na região.
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