Em 2007, com objetivo de reduzir o número de acidentes de trânsito e desenvolver uma política de paz entre pedestres, motociclistas, condutores e ciclistas, a Prefeitura de Aracaju estabeleceu a velocidade limite de 60 Km/h nas principais vias da capital sergipana. A eficácia da medida foi apontada e atestada pelos dados que registram a queda dos números de acidentes e vítimas no trânsito, quando comparados aos anos de 2006 e 2007. O número de pessoas mortas no trânsito, por exemplo, caiu de 72 em 2006, para 60 no ano seguinte, quando da implantação do limite de velocidade.

Limite de velocidade gera trânsito mais seguro

Com o mesmo propósito de redução de acidentes, a maior cidade da América Latina e a sexta maior metrópole mundial, São Paulo, uniformizou a velocidade de 60 km/h em diversas de suas vias em junho deste ano. Isso foi feito com o objetivo de reduzir em cerca de 20% o risco de acidentes em avenidas como Ordem e Progresso, Antártica, Sumaré, Paulo VI, Brasil, Pedro Álvares Cabral, entre outras.

Para o diretor de Trânsito da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), major Paulo César Paiva, a adoção pela capital paulista do limite de velocidade em 60 Km/h demonstra que Aracaju acertou ao implantar a medida há quatro anos. "O limite de velocidade nas vias permite um tráfego mais seguro. Ao dirigir sob esse limite, o condutor tem condições de evitar um acidente, sobra mais tempo para ele tomar uma decisão e, ao fazer uma manobra, o veículo vai requerer menos espaço de frenagem, o que evita colisão", explicou major Paiva.

Fiscalização eletrônica

Aliadas à implantação do limite de velocidade nas principais vias de Aracaju, as campanhas educativas e a fiscalização eletrônica em muito contribuíram para a redução do número de acidentes e vítimas no trânsito. "Nos primeiros anos, tivemos uma queda bastante significativa do número de mortes causadas por acidente de trânsito. Mas hoje, com a retirada dos equipamentos eletrônicos, vivenciamos um momento de desrespeito às regras de trânsito, com carros trafegando a 100km em avenidas como a 13 de Julho e Melício Machado", afirmou o diretor da SMTT.

Segundo major Paiva, a escolha para a implantação do limite máximo de velocidade, radares, fotossenssores e lombadas eletrônicas seguem uma avaliação, na qual critérios como natureza física do trecho e presença de imóveis são analisados. "Se é uma curva mais perigosa, se há grande circulação de pessoas, tudo isso é avaliado. E não de forma aleatória. O objetivo é garantir a segurança de condutores, pedestres, ciclistas e motociclistas. É preciso que o condutor dirija para si e também para os outros", disse major Paiva.

Conscientização

A mais recente campanha educativa da SMTT junto à população aracajuana tem como alvo o pedestre, no sentido deste fazer valer o seu direito de atravessar vias de grande fluxo de veículos. "Esse novo trabalho, com a presença dos orientadores de trânsito nas faixas de segurança, tem como alvo o pedestre. É preciso que este saiba do seu direito de atravessar com segurança, e desmistificar a ideia de que a via é do carro", destacou major Paiva.

Atuando em 20 faixas de segurança, a SMTT conta com a conscientização da sociedade para a extensão da campanha educativa. "A ideia é atuar junto aos pedestres para que estes possam agir nas suas respectivas comunidades como multiplicadores. Assim, ao se conseguir isso em determinada faixa, os orientadores irão atuar em outra faixa, num outro local para disseminar a consciência da travessia segura. Isso porque a equipe da SMTT é pequena para atuar em todas as faixas na cidade, mais de duas mil. Então, atuamos nos pontos mais críticos com o objetivo de, alcançado o sucesso no local, podermos seguir para outra localidade", explicou.

Foto: André Moreira