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Saúde
Entenda a alta na variação na média móvel da covid-19 em Sergipe
“O vírus se dissemina rapidamente e a gente precisa ficar alerta”, diz infectologista
Cotidiano | Por Will Rodriguez 01/09/2021 06h00


Nos últimos dias, a imprensa nacional destacou uma alta percentual na média móvel de novos casos e óbitos por covid-19 em Sergipe. Isso não significa, contudo, que a incidência da doença esteja elevada no estado, o que por um lado é bom, mas não dispensa a necessidade de vigilância para que a pandemia não volte a ganhar força, conforme avaliação da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Para conseguir entender a tendência da pandemia sem a influência das oscilações entre dias de semana e fins de semana, os pesquisadores calculam a média móvel de casos. Em vez de contabilizar apenas os casos registrados nas últimas 24 horas, essa forma de análise soma os dados mais recentes com os dos seis dias anteriores, dividindo o resultado por sete.

Para saber a dinâmica, é preciso calcular a variação percentual das médias móveis em um intervalo de 14 dias. Por exemplo, a média móvel do dia 14 será comparada com a média móvel do dia 1º. Se este percentual for de até 15%, é considerado estável. Se for acima de 15%, está em crescimento. Se for mais de -15%, está em queda.

Os dados, contudo, não podem ser olhados isoladamente. A taxa de transmissão está em 0.52 há mais de 80 dias, o que significa dizer que cada grupo de 100 pessoas contaminadas contamina outras 52. Quando este indicador permanece abaixo de 1, representa desaceleração da pandemia.

Já a média móvel de mortes acumula alta de 90%, mas houve dias em semanas anteriores em que o números de óbitos foi zero e o de casos muito baixo. Logo, quando calculado em relação a 14 dias depois, a variação percentual pode ser alta, embora o número total seja baixo.

“Sergipe tem registrado, em média, menos de 50 casos por dia, mas temos orientado os municípios a continuar testando para não deixar escapar casos. A mortalidade também reduziu, mas como na última semana houve dias com óbito zero, a média móvel tem subido, por isso em dados nacionais aparece como vermelho, mas essa é uma variação muito pequena no momento, embora o que a gente deseja é óbito zero”, afirma o infectologista, Marco Aurélio Góes, diretor de Vigilância e Saúde da SES.

Com base nos últimos estudos epidemiológicos, o médico ressalta que há possibilidade de um novo repique de casos entre o final do mês de setembro e outubro, o que deve manter autoridades e a população em atenção. 

“O vírus se dissemina rapidamente e a gente precisa estar sempre em alerta de modo que, além da ampliação e reforço da vacinação, deve-se manter as medidas não farmacológicas de prevenção, a exemplo do uso de máscara, porque há exemplos de países que desobrigaram o uso e tiveram que regredir”, diz Marco Aurélio. 
 

Edição de texto: Monica Pinto
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