Golpes de internet crescem 202% este ano em Sergipe, aponta Polícia Civil
Com mais de 3 mil casos, novas modalidades do crime demandam alerta constante Cotidiano | Por Laís de Melo 22/06/2021 06h00 - Atualizado em 22/06/2021 19h34Os crimes cibernéticos, cometidos em ambiente virtual, seja por celular ou computador, tiveram um crescimento exponencial em Sergipe desde o início da pandemia da covid-19, em 2020. Diante do isolamento social, muitas pessoas passaram a utilizar com maior frequência os espaços virtuais para compras, pagamentos e outras rotinas e, por consequência, também aumentou o número de fraudes.
De acordo com dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2020 foram registrados 1.134 crimes desta natureza no período de janeiro a maio, o que representa 120% a mais do que foi registrado em 2019, com 517 ao total.
Esse ano, no mesmo período, foram registrados 3.436 crimes de internet, um aumento de 202% no comparativo com 2020. Segundo policiais civis de Sergipe, os criminosos estão sempre criando mecanismos e novas formas de aplicar golpes na população e, por isso, é importante saber como se proteger nesse ambiente.
Conforme aponta a delegada Viviane Pessoa, da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), já houve registro de casos de transferência bancária no valor de R$ 180 mil em Sergipe, e por isso a SSP vem emitindo alertas para as pessoas adotarem as devidas medidas de segurança.
“É importante estar sempre alerta. Porque uma vez que os criminosos têm acesso aos dados pessoais de um usuário, ele pode praticar uma infinidade de crimes. Pode abrir contas, pode pedir cartão de crédito, criar iscas para que o usuário da internet acredite em alguma comunicação que ele faz como se fosse órgão oficial, para coletar senhas. Ele pode praticar vários crimes utilizando esses dados, até mesmo compra e venda de bens”, destaca a delegada.De acordo com a delegada Suriá Paim, durante o período do isolamento social muitas modalidades de golpes passaram a surgir, sobretudo pelo aplicativo de WhatsApp. O mais recente, segundo a policial, consiste na criação de um perfil falso da vítima, onde uma foto da pessoa é vinculada a um novo número de telefone.
“Ele faz a busca pelas redes sociais e com foto e dados pessoais das vítimas, por meio de dados privados, ele faz o cruzamento e identifica familiares e contatos mais próximos e, se passando pela vítima, faz contato para pedir dinheiro ou depósito por meio de transferência. Nesse caso existe a criação de um novo número vinculado à foto da vítima”, descreve a delegada.
Cerca de 50 pessoas já foram vítimas desse novo crime em Sergipe que, segundo Suriá Paim, vem ocorrendo em todo território nacional especificamente com profissionais como médicos, arquitetos, juízes e promotores.
“Em contato com outros estados, já temos informações de que uma quadrilha já foi identificada. As investigações estão em andamento para identificarmos quem são os criminosos que estão atuando nessa modalidade de crime”, informa a delegada Paim.
Além desse tipo de crime, em 2020 os mais praticados em ambiente virtual foram clonagem do WhatsApp, golpe do falso leilão e da venda de veículos na rede social OLX, golpes de boleto falso, golpe do falso motoboy e do PIX.
Diante dos casos, algumas orientações foram repassadas pela Secretaria de Segurança Pública para evitar que as pessoas caiam em golpes. Confira:
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Estar sempre verificando os extratos bancários e acompanhar status de cartão de crédito;
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Manter as redes sociais fechadas;
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Instalar antivírus nos dispositivos;
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Nunca fornecer códigos numéricos recebidos por SMS
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Comprar apenas em sites confiáveis
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Evitar clicar em links de ofertas recebidos por mensagem em redes sociais, e preferir ir em site oficial da loja para efetuar compras;
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Instalar dupla verificação nos dispositivos.
“Caso a pessoa seja vítima, orientamos a preservar as conversas e emails trocados com os criminosos, além de anotar o número utilizado pelo mesmo. Anote também os dados bancários fornecidos pelo fraudador e procure uma delegacia de polícia para prestar Boletim de Ocorrência”, acrescenta a delegada Suriá Paim.