Nesta terça-feira de Carnaval, a Orquestra Bonde do Frevo celebra mais um ano levando alegria e tradição às ruas de Sergipe. Em conversa com o F5 News, Fabrício Rangel, caixista e representante da banda, compartilhou sua visão sobre o espaço do frevo no estado, os desafios da profissão e o que o público pode esperar do grupo.

A orquestra surgiu em 2015, com a ideia de formar uma versão reduzida, mas de alta qualidade, de uma banda tradicional de frevo. “A princípio, o nome não tinha sido definido, tivemos várias sugestões, mas escolhemos Bonde do Frevo por sugestão do amigo e ex-surdista da orquestra, Everaldo (Zé Preá)”, conta Fabrício.

Este ano, o público pôde curtir um repertório eclético, misturando frevo, marchinhas, axé, sambas, MPB e até brega. “O importante é fazer o povo dançar e se divertir”, afirma. No entanto, manter o ritmo intenso das apresentações é um desafio. “Fazer dois ou mais eventos por dia, com a mesma energia, é cansativo. Mas a maior alegria é ver o público delirar e voltar no tempo ao ouvir músicas que marcaram momentos especiais de suas vidas”, explica.

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Sobre a receptividade ao frevo no estado, Fabrício avalia que, apesar de o ritmo ser apreciado pelos sergipanos, ele ainda não está enraizado na cultura local. “O público gosta, mas não está habituado a ouvir. Sofremos uma influência maior da música baiana”, comenta.

Esse fator reflete no reconhecimento do frevo no cenário musical sergipano. “O ritmo ainda é pouco valorizado, e os cachês dos músicos ficaram estagnados. Criar uma associação ou algo parecido seria um bom começo para fortalecer essa tradição”, sugere.

Entre os momentos mais marcantes da banda durante o Carnaval, Fabrício destaca apresentações no NAMMUS Beach, na Praia da Costa, e no Colégio Salesiano. “Foram lugares onde o público curtiu de verdade cada momento. Temos muitas histórias engraçadas ao longo dos anos”, brinca.

Mesmo com desafios, o Bonde do Frevo afirma seguir firme, garantindo que o frevo continue ecoando pelos carnavais de Sergipe. Afinal, como bem diz a tradição pernambucana que inspira a banda: frevo é alegria, e alegria não pode parar!