Nesta segunda-feira (28) completou um mês do incêndio que matou cinco pacientes e deixou outras pessoas feridas no Hospital Nestor Piva, localizado na zona Norte de Aracaju, e a pergunta que não quer calar é “o que causou o sinistro?”. Até o momento, os motivos desse incêndio que sensibilizou o Brasil, ao chegar na mídia nacional, ainda não foram apontados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBM), Polícia Civil ou Prefeitura de Aracaju.

Era uma sexta-feira (28 de maio) quando as chamas tomaram conta de uma ala de estabilização destinada aos pacientes com quadro mais grave de covid-19. Em poucas horas, a notícia estava em todos os principais telejornais do Brasil. A porta e o estacionamento do hospital ficaram lotados com os cerca de 35 pacientes que precisaram ser evacuados da unidade, além de profissionais da saúde, segurança pública, imprensa e populares. 

Em casos de incêndio, a equipe técnica de perícia do CBM tem um prazo de 30 dias para apresentar o relatório constando os indícios e causas que geraram o ocorrido. No entanto, neste caso específico, de acordo com o assessor de Comunicação do órgão, tenente coronel Jairo, foi solicitada uma prorrogação de prazo para entrega do laudo. 

“O Corpo de Bombeiros ainda está em fase de conclusão deste relatório, visto que foi uma situação delicada, onde tivemos quatro vítimas. Esse relatório precisa ser muito bem fundamentado, então, os peritos estão solicitando prorrogação do prazo ao Comandante Geral da corporação, para que o relatório seja devidamente fundamentado e a informação seja levada à sociedade da forma mais precisa possível”, disse.

F5 News procurou a Polícia Civil de Sergipe, que está apurando o incêndio, e a informação repassada pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é de que as investigações ainda estão em curso. 

Prefeitura de Aracaju

No dia do incêndio, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e a secretária Municipal de Saúde, Waneska Barbosa, informaram que seria instaurada uma comissão interna na Prefeitura de Aracaju, com o objetivo de identificar os possíveis culpados, no entanto, segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), após fiscalização da comissão do hospital, com avaliação de contrato que presta pareceres mensais sobre o cumprimento de todos os requisitos contratuais, nenhuma irregularidade foi notificada pelo grupo. 

Ainda segundo a Comunicação da SES, foram realizados esforços iniciais para a rápida retomada dos serviços na unidade, o que ocorreu dois dias após o incêndio. A pasta informa que os reparos na ala onde iniciou o fogo estão em andamento, com execução de serviços como vedação de paredes, colocação de piso e forro, instalação elétrica e das louças sanitárias e realização da pintura. Esse serviço tem previsão de conclusão para o início do mês de agosto. 

“Só com a finalização do laudo técnico com a causa do incêndio é que poderão ser tomadas as devidas providências administrativas relacionadas à responsabilização pelo incidente. Caso seja constatada alguma irregularidade ou omissão, por parte de qualquer uma das instâncias, será aberto um processo administrativo pela Procuradoria Geral do Município”, garante a SES.