Análise: quais profissões vão sobreviver às inteligências artificiais? | F5 News - Sergipe Atualizado

Trabalho
Análise: quais profissões vão sobreviver às inteligências artificiais?
Profissionais de Sergipe avaliam prognósticos de Bill Gates para o segmento das IAs
Cotidiano | Por F5 News 09/11/2024 15h00


Que as inteligências artificiais chegaram para ficar, você já sabe. E provavelmente já pensou na possibilidade de algumas profissões deixarem de existir em um futuro próximo. Nesse sentido, em uma recente publicação no blog “Gates notes”, o bilionário Bill Gates presumiu os empregos que sobreviverão a essa nova realidade.

Entre as profissões citadas pelo filantropo estão aquelas ligadas às biociências da saúde. O desenvolvimento de novas medicações e o avanço de novas tecnologias médicas serão um fator essencial da área, segundo o dono da Microsoft. 

O F5 News conversou com a biomédica sergipana Maracy Alves Silva. Ela entende que, embora haja a preocupação com o avanço das IAs, elas são grandes aliadas para a biomedicina. “A IA contribui para maior precisão e rapidez nos diagnósticos e aumenta a eficácia dos tratamentos, beneficiando diretamente os pacientes”, afirma ao portal.

“Um bom exemplo é o uso de algoritmos de IA em exames de imagem, como ressonâncias e tomografias, que ajudam a detectar com precisão alterações microscópicas que, muitas vezes, passam despercebidas ao olho humano”, complementa.

A questão imposta pela evolução das inteligências artificiais, para Maracy Alves, será a dos profissionais da área se adaptarem ao novo contexto. “Já vemos essa necessidade refletida no mercado, com a expansão de cargos como cientista de dados biomédicos e analista de bioinformática, que integram a IA e a biomedicina”, disse ao F5 News. “Acredito que essa adaptação abrirá portas para novas oportunidades e áreas de especialização, enriquecendo ainda mais o campo da biomedicina”, acrescenta.

Não ironicamente, a ascensão das IAs também vai afetar aqueles que as desenvolvem, de acordo com Bill Gates. A programação e manutenção dessas ferramentas vão requerer, segundo ele, habilidades humanas únicas.

Para Sérgio Roberto Santos de Santana, analista de desenvolvimento de sistemas sergipano, a avaliação do bilionário é primordial. “Acredito que os desenvolvedores não apenas terão um papel fundamental, mas que esse papel será cada vez mais híbrido. Ao lado das IAs, eles poderão orquestrar sistemas inteligentes, mas sempre será necessário um viés humano para assegurar que as IAs sejam direcionadas de forma benéfica” , afirma ao portal.

“Com o aumento da automação, a função desses profissionais também migrará para papéis mais estratégicos, como o de treinadores de IA, mentores e supervisores de qualidade, ética e impacto”, adiciona Sérgio Roberto.

Ainda dentro desse contexto, um aspecto discutido no que se refere às inteligências artificiais é a questão ética de quem as desenvolve e de quem as utiliza. “A ética nos processos de desenvolvimento e implementação de IA é um pilar fundamental, e vejo como crucial a implementação de políticas de governança e fiscalização para garantir que o foco esteja no benefício social", explica o analista.

”Se considerarmos as IAs como ferramentas, elas podem ser benéficas, ampliando a produtividade, apoiando a medicina, educando e personalizando experiências de maneira inimaginável. No entanto, se forem mal direcionadas, usadas para manipulação, invasão de privacidade ou controle, as IAs podem, sim, se tornar ameaças”, disse ainda ao F5 News.

Seja no desenvolvimento, seja na utilização para fins médicos, Sérgio Roberto opina por uma regulamentação das IAs e o conhecimento a respeito delas. “A regulamentação responsável, que não limite a inovação, mas garanta padrões éticos e de segurança, pode ajudar a assegurar que o desenvolvimento de IA siga direções que beneficiem a sociedade”, afirma.

“Com a popularização da IA, é essencial que as pessoas compreendam seus direitos, as limitações da IA e saibam como proteger sua privacidade e segurança”, complementa o analista de desenvolvimento de sistemas.

O futuro já chegou e as inteligências artificiais são uma realidade inevitável e, nesse contexto, Sérgio Roberto ressalta: além do trabalho ético dos desenvolvedores, uma sociedade informada e consciente será um pilar fundamental para o desenvolvimento de IAs que promovam bem-estar e progresso”.

Edição de texto: Monica Pinto
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