Leptospirose: um perigo aumentado com as chuvas de inverno | Saúde em Dia | F5 News - Sergipe Atualizado

Leptospirose: um perigo aumentado com as chuvas de inverno
Os principais fatores de risco incluem o contato com água contaminada em enchentes e inundações
Blogs e Colunas | Saúde em Dia 16/06/2024 18h40 - Atualizado em 16/06/2024 19h14

Com a chegada do inverno e o aumento significativo das chuvas, a população precisa estar atenta a um perigo frequentemente negligenciado: a leptospirose. Esta doença infecciosa febril aguda, que pode afetar tanto pessoas quanto animais, é transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados pela bactéria Leptospira, principalmente ratos.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a junho deste ano foram notificados 51 casos em Sergipe, sendo 11 confirmados. Até agora uma pessoa morreu no estado vítima de leptospirose. Em todo o país, de acordo com dados do Ministério da Saúde, já são 1.358 casos e 158 óbitos até o dia 29 de maio.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco incluem o contato com água contaminada em enchentes e inundações, além do contato com solo contaminado. Pessoas que vivem ou trabalham em áreas com alta infestação de roedores, como depósitos de materiais de construção e gás, estão particularmente expostas. Nesses locais, é comum o contato com esgotos ou diretamente com ratos e sua urina, aumentando significativamente o risco de infecção.

"A contaminação ocorre a partir do contato da pele com lesões, ou mesmo pela pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio das mucosas. A bactéria pode sobreviver no ambiente por até seis meses", explica a médica infectologista e intensivista Drª Josy Xavier Erreria.

Sintomas e Prevenção

A leptospirose pode apresentar desde formas assintomáticas até sintomas graves. Na fase precoce, os principais sintomas incluem febre, dor de cabeça, dor muscular (particularmente nas pernas e panturrilhas), falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, vermelhidão ou hemorragia nos olhos.

Durante esta época do ano, é crucial evitar o contato com água contaminada durante inundações. "Usar botas, luvas e outras proteções ao trabalhar em ambientes de risco é essencial. Para a limpeza pós-enchentes, é importante usar proteção de borracha (luvas, botas, etc.). Se não tiver luvas e botas, utilizar sacos de lixo grossos e água sanitária para a limpeza, além de descartar todos os alimentos que entraram em contato com a água da enchente. O controle de roedores, com acondicionamento adequado do lixo e uso de raticidas, também é fundamental", orienta a Drª Josy Xavier.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da leptospirose é feito por sorologia, PCR (detecção do DNA da leptospira) no sangue, e cultura em meio específico. Inicialmente, o diagnóstico é considerado com base na história clínica do paciente, especialmente se houve exposição ao risco, junto com os sintomas apresentados. "Como os sintomas são semelhantes aos de outras doenças, é crucial informar ao médico sobre qualquer contato com água de enchente ou com ratos", destaca a médica.

Se alguém entrar em contato com águas das chuvas e apresentar sintomas como febre, dor de cabeça e dor no corpo, principalmente nas pernas, deve procurar atendimento médico e informar sobre o contato com água contaminada. Aqueles que tiveram contato prolongado com águas de grandes enchentes devem procurar um médico imediatamente, mesmo sem sintomas, para avaliação da necessidade de profilaxia com antibióticos.

"Procurar atendimento médico é essencial para avaliar a necessidade de profilaxia ou iniciar o tratamento precocemente, reduzindo o risco de complicações graves, como insuficiência renal aguda, hemorragias (incluindo hemorragia pulmonar) e icterícia, que constituem a síndrome de Weil. Além disso, a leptospirose pode evoluir com meningite e miocardite", alerta Drª Josy Xavier.

O tratamento da leptospirose é feito com antibióticos e é mais eficaz quando iniciado precocemente. Nos casos mais graves, pode ser necessário hospitalização e monitoramento intensivo, incluindo internamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

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André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.

E-mail: jornalistaandrecarvalho@gmail.com

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