Vendas sobem em junho, mas varejo vê desaceleração
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 13/08/2018 13h36As vendas do primeiro semestre de 2018 foram as melhores desde 2012, com um crescimento de 5,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE.
Em junho, o varejo também registrou alta de 2,5% em relação ao mês anterior, passados os efeitos negativos provocados pelas paralisações dos caminhoneiros. “No entanto, esse resultado deve ser creditado à baixíssima base de comparação de maio, mês em que o comércio varejista experimentou a maior retração mensal nas vendas reais em mais de cinco anos”, explicou o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes. Em maio, o varejo ampliado teve retração de 5,1%.
Além das paralisações ocorridas no terceiro bimestre, outros fatores também podem ser apontados como inibidores do consumo no segundo semestre deste ano, como o ritmo fraco do mercado de trabalho, a desvalorização do real, as pressões de custos impostas pelo ritmo mais acelerado de preços administrados e, principalmente, a elevada incerteza decorrente da indefinição do cenário político.
Por conta desse panorama, a Confederação revisou a sua previsão de crescimento do varejo em 2018 de 4,8% para 4,5%. “Dificilmente, o setor conseguirá repetir as taxas de crescimento do primeiro trimestre de 2018”, completou Fabio Bentes.
Desaceleração
Segundo a análise da CNC, o crescimento mensal foi impulsionado pelo avanço nas vendas do comércio automotivo (+16,0%) e de materiais de construção (+11,6%), segmentos que compensaram as perdas observadas no mês anterior. Por outro lado, a venda de alimentos, pressionada pela maior variação mensal de preços destes produtos nos últimos dois anos e meio (+2,0% em junho), registrou queda real de 3,5% no mês – pior resultado desde março de 2017 (-5,6%).
“O desempenho do setor no segundo trimestre, portanto, reforça a percepção de desaceleração da economia, já que, em oito dos dez segmentos avaliados, os resultados das vendas foram piores do que os do primeiro trimestre deste ano”, afirmou Bentes.
Setores da economia criticam o tabelamento do frete
Representantes do agronegócio, comércio e indústria criticaram veementemente a lei que instituiu valores mínimos de fretes rodoviários praticados no Brasil, sancionada ontem pelo presidente Michel Temer. Para eles, a medida é anticompetitiva e fere o livre mercado. Para a CNI, o tabelamento pode resultar na cartelização do setor de transporte. “O resultado é o inevitável aumento geral de preços para a população brasileira, em função da alta dependência rodoviária do País”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da confederação.
Pequenos negócios sustentam geração de empregos
Os pequenos negócios continuarão a sustentar a geração de empregos no País e devem encerrar o ano com o saldo positivo de 500 mil novas vagas formais. A Sondagem Conjuntural, realizada trimestralmente pelo Sebrae, destaca também que o aumento no número de vagas está sendo impulsionada principalmente, pelas atividades que compõem a cadeia da construção civil. De acordo com as cinco edições da Sondagem Conjuntural, os donos de pequenos negócios que atuam na construção civil têm sido os mais otimistas em relação ao futuro econômico do País, e são também, os que mais pretendem gerar empregos em 2018. Segundo a instituição, o percentual de donos de negócios que pretendem ampliar seus quadros de funcionários passou de 16%, em junho de 2017, para 36% em março deste ano. Mesmo com a leve queda em junho, o segmento, ainda apresentou um resultado acima do observado em outros setores como comércio, indústria e serviços, fechando o mês em 24%.
5,7 milhões de idosos estão com nome sujo
De acordo com levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 5,7 milhões de idosos brasileiros estão em condição de inadimplência. A taxa indica que cerca de 33% da população idosa do país encontra-se nessa condição. Mais da metade das dívidas são decorrentes de dívidas com bancos, 52,9% dos endividados. Contas cotidianas como água e luz são o segundo fator, com 16%. Empresas de telefonia preenchem 12% das dívidas dos idosos pendentes e dívidas com o comércio são responsáveis pela inadimplência na terceira idade para 5,9%. O número de pessoas acima de 65 em situação de completa inadimplência aumentou em 900 mil entre os anos de 2017 e 2018, no mesmo período analisado.
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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