Rotativo do cartão de crédito só poderá ser usado por 30 dias
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 31/01/2017 09h28 - Atualizado em 31/01/2017 09h32
O governo deu o primeiro passo para tentar reduzir o custo do crédito no Brasil justamente em uma de suas modalidades mais caras: o rotativo do cartão. O Conselho Monetário Nacional decidiu restringir o uso do rotativo para apenas 30 dias. Hoje, o brasileiro pode ficar indefinidamente pendurado no cartão. Pela nova regra, o cliente que não pagar toda a fatura no seu vencimento tem de liquidar a dívida na fatura seguinte. A ideia é que os bancos ofereçam um parcelamento para viabilizar a operação. No entanto, o banco não é obrigado a fazer isso. Se o cliente não tiver dinheiro para pagar a conta, terá de procurar uma outra forma de quitar o débito. Uma saída seria recorrer a empréstimos consignados, pessoais ou qualquer outro tipo — modalidades com juros mais em conta do que as taxas do rotativo. Atualmente, os juros cobrados pelas operadoras de cartão de crédito estão em 484,6% ao ano, em média. Só em 2016, esse custo cresceu em 53,2 pontos percentuais. A medida, que entra em vigor no dia 3 de abril, foi criada, segundo o Banco Central, para diminuir o risco para as instituições financeiras. Em consequência disso, poderia cair o custo para os clientes. Para analistas, a decisão do BC criará uma porta de saída para o rotativo, que pode se tornar uma bola de neve.
Venda de peças de roupa ao varejo caiu 10,7% em 2016
A indústria brasileira de vestuário vendeu 600 milhões de peças de roupa a menos ao varejo em 2016, uma queda de 10,7% em relação aos 6,7 bilhões de itens comercializados no ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), que apresentou ontem balanço do setor têxtil e atribui a nova retração do mercado à crise econômica vivida pelo País. Na esteira da queda de vendas ao varejo, no ano passado a produção de vestuário contraiu 6,7%. De acordo com o presidente da Abit, Fernando Pimentel, os percentuais menores de retração da produção quando comparados ao de vendas sinalizam o início de uma retomada. “Há pontos favoráveis para 2017 como as quedas das taxas de juros, algum alívio na inflação e melhoria do crédito”. Com a retração da atividade, o volume de investimentos no setor também caiu ao longo do ano passado. Enquanto em 2015 o volume de investimentos totalizou R$ 2,24 milhões, em 2016 ficou em R$ 1,67 milhão, valor 25% menor.
Número de passageiros aéreos caiu pela primeira vez em dez anos
O número de passageiros transportados pelas empresas aéreas no País diminuiu 7,8% no ano passado na comparação com 2015. Ao todo, nos 12 meses do ano, as companhias aéreas transportaram 88,7 milhões de passageiros, frente aos 96,2 milhões registrados em igual período do ano anterior. Essa é a primeira vez em dez anos que o País tem queda no número de passageiros transportados pelas companhias aéreas. Em 2016, ano marcado pela crise econômica, a demanda dos brasileiros pelo transporte aéreo recuou 5,7% na comparação com 2015. No mesmo período, por sua vez, a oferta de assentos por parte das empresas também diminuiu em 5,9%. Se o transporte total de passageiros transportados nos voos doméstico teve queda no ano passado, o total de passageiros em voos internacionais feitos pelas empresas brasileiras teve incremento de 2,9% em relação ao ano anterior, totalizando 7,5 milhões. Levando em consideração somente o mês de dezembro, o Brasil teve recorde no transporte de passageiros nesse tipo de voo. Ao todo, o número de passageiros transportados em dezembro de 2016 foi de 682,3 mil, elevação de 7,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, melhor resultado desde 2000.
Juro do cheque especial cai para 328,6% ao ano
Pela primeira vez desde maio de 2013, a taxa de juros do cheque especial caiu. De acordo com dados do Banco Central, o custo para as famílias que estão endividadas nessa modalidade de crédito caiu de 330,6% ao ano para 328,6% ao ano no mês passado. Da última vez que houve uma queda da taxa de juros, o custo passou de 136,98% ao ano para 136,47% ao ano. Essa leve baixa registrada em dezembro não reverte a forte elevação do custo dessa modalidade de crédito em 2016. Segundo BC, a alta do custo foi de 41,6 ponto percentual ao longo do ano passado. Essa queda registrada não necessariamente significa que os bancos passaram a cobrar menos dos clientes. Como essa conta é feita por uma média dos juros pagos pelas famílias aos bancos, o fato de o brasileiro ter recebido 13º salário em dezembro e ter quitado parte da dívida no cheque especial, pode significar que pagamentos de empréstimos feitos a bancos que cobram taxas menores por exemplo.
Investimentos estrangeiros crescerem 6% em 2016
No ano em que o País amargou a segunda retração consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB), com uma grave crise política, os investimentos estrangeiros voltaram a crescer. Em 2016, o Brasil recebeu 6% a mais de recursos produtivos do que no ano anterior, informou ontem o Banco Central. Entraram US$ 78,9 bilhões. Parte desses recursos foi enviada ao País por quem buscava oportunidade, já que, com a crise, o Brasil está mais barato. Nas corretoras, os estrangeiros estão de olho em pechinchas. Seja em ações, fundos de investimentos ou até mesmo imóveis de empresas que fecharam, um novo filão de mercado. Mas outra parte do investimento estrangeiro no País veio de filiais de empresas brasileiras remetendo recursos para suas matrizes. Entre os segmentos que se destacaram como receptores de investimentos diretos no ano passado estão extração de petróleo e gás; indústrias química e automotiva; e serviços, comércio e transportes.
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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