Renegociação de dívidas cresce | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Renegociação de dívidas cresce
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 14/11/2016 09h39 - Atualizado em 14/11/2016 19h16

 

Em meio à recessão econômica e à fraqueza do mercado de crédito, as renegociações de dívidas das famílias com o sistema financeiro são um dos poucos segmentos ainda com dinamismo, como mostra matéria na edição de hoje do Valor Econômico, com entrevista do chefe da divisão Econômica da CNC Carlos Thadeu de Freitas. Dados do Banco Central mostram que o saldo médio dessas operações no terceiro trimestre cresceu 2,1%, na comparação com a média dos três meses anteriores. Economistas acreditam que a tendência de crescimento continua e pode ser favorecida nos próximos meses por fatores como a queda na taxa básica de juros (Selic). Mas também apontam que o aumento das renegociações é mais um indicador de que a atividade econômica segue em ritmo frustrante. Ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas destaca que os números da renegociação no terceiro trimestre reforçam a avaliação de que a ideia de recuperação mais rápida do País não está respaldada pela realidade. "A economia está frustrando quem esperava recuperação rápida", disse.

 

Nível de endividamento das empresas é preocupante

Na entrevista ao Valor Econômico, Carlos Thadeu de Freitas afirma que as famílias estão em um processo de desalavancagem (redução de dívida) bem mais acentuado do que as empresas, cujo nível de endividamento ainda é muito preocupante. Nesse contexto, explica, o aumento das renegociações deve continuar, mas isso não deve implicar em retomada rápida do consumo. "As famílias estão desalavancando mais rápido que as empresas, mas estão sem consumir e sem tomar crédito novo", disse, lembrando que o País vive um momento de elevado nível de desemprego e queda da renda. Preocupado com o nível de endividamento das empresas, o economista defende que o governo faça uma espécie de "Proer das empresas", estimulando negociações de dívidas do setor privado com o sistema financeiro por meio da liberação de depósitos compulsórios. "O quadro requer cuidado, precisa de medidas mais pró-ativas para consertar a situação", afirmou, defendendo que esse programa também se estenda às pessoas físicas, apesar de o problema, para ele, ser menor nesse caso. Carlos Thadeu também defende que a taxa de juros básica caia mais rapidamente. "Há uma austeridade excessiva. É preciso salvar o setor real da economia", afirma. 

 

Analistas pioram projeção para o PIB deste ano

Com os fracos sinais de retomada do crescimento, analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central para o boletim Focus preveem que a inflação de 2017 vai ficar abaixo de 5%, mesmo após o início do processo de corte de juros. A expectativa chegou a 4,94%, ou seja, mais perto da meta, de 4,5%. Para os anos seguintes, as projeções dos economistas já estão ancoradas, o que reforça a previsão de mais quedas de juros no futuro. Para 2016, a perspectiva ainda é de estouro do teto da meta (6%). A aposta do mercado é um IPCA de 6,88%. Amanhã, o IBGE divulga o IPCA de outubro. E os analistas pioraram a previsão para o desempenho da economia este ano, pela quinta vez consecutiva. Os analistas estimam um tombo de 3,31% no PIB, contra 3,30% na semana anterior. Para 2017, a previsão foi reduzida pela terceira vez, passando de expansão de 1,21% para 1,20%. 

 

Saques na poupança superaram os depósitos em R$ 2,7 bilhões

Pelo décimo mês consecutivo, os brasileiros sacaram mais recursos do que depositaram na caderneta de poupança. Somente em outubro, as retiradas superaram os aportes em R$ 2,7 bilhões. Segundo especialistas, a sangria na aplicação mais popular do País deve continuar mesmo com a queda da taxa básica de juros (Selic), que torna os fundos de renda fixo menos atraentes e estimula o investidor a buscar a segurança da poupança. A situação só deve mudar, dizem quando o País voltar a crescer e gerar empregos. Desde o início do ano, o brasileiro tem recorrido às economias para complementar a renda ou driblar o desemprego. Por isso, nos dez primeiros meses de 2016, os saques foram R$ 53,3 bilhões maiores que todos os depósitos. Mas isso já representa uma desaceleração frente ao mesmo período de 2015, quando as retiradas superaram as aplicações em R$ 57,1 bilhões. Miguel Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), não vê, no entanto, uma reversão imediata do quadro. 

 

Inflação faz aumentar as compras mensais nos supermercados

A alta da carestia, sobretudo de alimentos e de bebidas, vem fazendo o consumidor brasileiro resgatar hábitos dos tempos em que a hiperinflação batia à porta, como fazer compras para todo o mês. De janeiro a agosto, 44% dos gastos feitos pelas pessoas nos supermercados foram para realizar compras de abastecimento, segundo estudo divulgado pela Kantar Worldpanel, empresa especializada no comportamento do consumidor. Essa parcela das despesas aumenta desde 2011, quando estava em 41%. O dado mostra que, diante do aperto dos preços, quase metade dos produtos consumidos contemplaram compras mensais e de estoque de mercadorias, movimento que foi muito observado na década de 1980 e no início dos anos 1990. O movimento de compras mensais e de estoque ainda deve levar algum tempo para sofrer reversão, com uma mudança podendo ocorrer apenas em 2017.

Gasto médio com presentes de Natal dever ser 53% menor

O gasto médio com presentes de Natal neste ano deverá cair 53% em termos reais, estimam o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) com base em pesquisa com 1,6 mil pessoas em todos os Estados do País. O tíquete médio previsto para este ano é de R$ 109,81, ante RS 106,94 no ano passado. “Nominalmente o valor cresceu, mas a inflação subiu mais que o valor do presente", explica a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti. Os consumidores das classes C e as mulheres devem gastar ainda menos: R$ 101,42 e R$ 84,65, respectivamente. A redução é resultado da recessão já que o número de pessoas que pretendem presentear parentes e amigos neste ano é de 107,6 milhões, parecido com o do ano passado, que foi de 109,3 milhões. Do total de consumidores ouvidos, 72,2% pretendem comprar presentes para terceiros. Apenas 74% disseram que não vão presentear ninguém. 

Petrobras anunciou nova queda nos preços dos combustíveis

A Petrobras anunciou na noite de ontem nova queda nos preços dos combustíveis. A estatal anunciou que decidiu reduzir o preço do diesel nas refinarias em 10,4% e da gasolina em 3,1%. De acordo com a companhia, se o ajuste feito hoje for integralmente repassado, o diesel pode cair 6,6% ou cerca de R$ 0,20 por litro, e a gasolina 1,3% ou R$ 0,05 por litro. “A combinação de queda no preço do petróleo e derivados entre o dia 14/10 e hoje, que chega a 12,1%, e a redução da participação da companhia nas vendas ao mercado interno têm impactos sobre o nível de utilização dos ativos da Petrobras, especialmente no refino, sobre os níveis de estoques e também sobre os fluxos de importação e exportação. Essas variáveis justificaram uma correção maior nos preços do diesel que na gasolina", informou a companhia em nota. 

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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