"Aracaju é uma das cidades que sempre é considerada no planejamento da companhia"
Confira entrevista com Sami Foguel, vice-presidente da Azul Linhas Aéreas Blogs e Colunas | Marcio Rocha 17/01/2017 15h33A Azul Linhas Aéreas, companhia de aviação mais bem-avaliada pelos usuários das empresas de transporte aéreo, de acordo com sites especializados em viagens, tem expandido suas ações, inclusive passando pela atuação em Sergipe. A capital sergipana destaca-se como destino turístico, segundo a companhia, o que valoriza nosso estado no cenário nacional. A empresa segue na contramão da crise que afetou o setor aeroviário e expandiu sua atuação nacional e internacional no ano de 2016. Tanto que, até 2020, 63 novas aeronaves serão incorporadas à frota. Para 2017, a coluna recebe informações exclusivas do vice-presidente de Clientes da companhia, Sami Foguel. Ele destaca que a companhia tem investido na experiência do usuário, como o foco para aumentar a captação de clientes da empresa, por meio de inovações no conforto do usuário e da qualidade reconhecida do serviço de bordo. Foguel lembrou que Aracaju é um destino que se tornou mais acessível para todo o Brasil, por meio da atuação da companhia, que tem seu HUB no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O vice-presidente reclama do alto preço do querosene de aviação, o que aumenta os custos operacionais das empresas aéreas. Confira a entrevista dessa semana!
F5 News - A Azul tem se destacado como a companhia aérea que mais cresce no Brasil, diante de um mercado que tem enfrentado uma crise grave. A que se deve esse sucesso?
Sami Foguel - Mesmo em um cenário econômico desafiador, o foco da Azul no serviço ao Cliente nunca deixou de ser prioridade. Buscamos dar ênfase no relacionamento com as pessoas que viajam conosco, focados em tornar a Experiência Azul cada vez mais diferenciada e reconhecida. Desenvolvemos diversas parcerias e ações inovadoras para tornar os voos cada vez mais agradáveis e descontraídos. Além da segurança, que é o nosso mais importante princípio, temos o compromisso diário de oferecer a melhor experiência aos Clientes que viajam na Azul, desde a compra do bilhete até o seu desembarque no destino final.
F5 - Qual o volume de passageiros transportados pela companhia ao longo do ano de 2016?
SF – Apenas em 2016, transportamos aproximadamente 22 milhões de Clientes. Com esse montante, chegamos bem próximos à marca de 150 milhões de clientes transportados em toda a história da companhia.
F5 - A companhia expandiu seus destinos nacionais e internacionais em 2016, quais os mercados estrangeiros que estão em vista na empresa para este ano?
SF – Em 2016, estreamos voos diretos entre São Paulo e Lisboa, sendo a única companhia brasileira a operar esse trecho. No internacional, também tivemos a inauguração da base de Montevidéu, com voos diários a partir de Porto Alegre. No doméstico, retomamos os voos para Varginha (MG) e Parnaíba (PI) e passamos a operar em Lages (SC), Sorriso (MT), Barra do Garças (MT), Ponta Grossa (PR) e Jaguaruna (SC). Agora em 2017 a já anunciamos dois novos destinos internacionais: em março chegaremos a Buenos Aires, na Argentina, com voos diretos a partir de Belo Horizonte. Além dessa operação, temos a previsão de iniciar voos diretos entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, mas ainda aguardamos aprovação das autoridades brasileira e boliviana para o início das vendas de passagens. Em destinos nacionais, temos os recém anunciados voos entre Recife e Jericoacoara (CE) e Recife e Mossoró (RN), com previsão de estreia em abril.
F5 - A Azul é vista como referência em qualidade de serviço. A que se deve isso?
SF – O nosso compromisso, como mencionei anteriormente, é entregar a melhor experiência para o nosso Cliente e por isso trabalhamos constantemente pensando em inovar e melhorar a relação dele com a Azul. Nós somos uma empresa jovem e entendemos que, como companhia aérea, trouxemos uma ruptura para o mercado com o nosso serviço diferenciado, com a TV ao vivo, os snacks e bebidas à vontade, além do atendimento mais próximo e humanizado. Inovamos sempre nessa relação, buscando para encantar e tornar a viagem do Cliente o mais agradável possível.
F5 - Quantas aeronaves a companhia está operando na atualidade e qual a pretensão de expansão da Azul para os próximos anos?
SF – Atualmente operamos com um total de 123 aeronaves, divididas em: ATR 72-600 – 40 unidades; Embraer 195 – 64 unidades; Embraer 190 – 10 unidades; Airbus A320neo – 5 unidades; Airbus A330 – 5 unidades. No fim de 2016 começamos a receber os Airbus A320neo, aeronaves de última geração com capacidade para até 174 Clientes. Até o momento, recebemos 5 aeronaves que já estão em operação, de uma encomenda de um total de 63 aeronaves que deverão ser incorporadas à frota até 2020.
F5 - Sergipe tem sido um destino que tem dado retorno para a Azul, considerando o aumento de voos esperado para o estado?
SF– A Azul está sempre olhando para a região Nordeste como um todo, estudando novas possibilidades de operação e ampliação das rotas já existentes. Aracaju é uma das cidades que sempre é considerada no planejamento da companhia, principalmente quando há necessidade de aumentar a oferta de voos na alta temporada e em feriados. Até meados de fevereiro a Azul conta com voos extras diretos de São Paulo (Viracopos) e Recife para Aracaju.
F5 - As rotas curtas tem sido um dos grandes mercados da Azul. Por que essa preferência da companhia?
SF – A Azul está presente em mais de 100 destinos (97 domésticos e 5 internacionais, fora as bases que serão inauguradas este ano), ligando todas as regiões do país por meio de conexões bastante rápidas e eficientes. As rotas mais curtas, além de ligar as cidades envolvidas, alimentam os nossos principais centros de distribuição de voos, como é o caso de Viracopos, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Só de Viracopos, por exemplo, a Azul voa para aproximadamente 50 destinos, o que permite aos Clientes chegarem aos lugares mais diversos do país com apenas uma conexão na viagem. Por exemplo, um Cliente que está em Corumbá, Mato Grosso do Sul, pode chegar a Aracaju com apenas uma conexão em São Paulo (Viracopos).
F5 - Qual a razão da companhia utilizar diversos tipos de aeronaves, com capacidades entre 70 e 300 passageiros, visto que outras companhias possuem frotas padronizadas?
SF – A Azul tem uma malha aérea muito abrangente, capaz de conectar pessoas de localidades remotas aos grandes centros urbanos com rapidez e conforto. Atribuímos isto justamente à diversificação da frota da companhia, que conta com as aeronaves certas para os mercados certos. Com isso conseguimos estar presentes onde outras companhias não conseguem chegar.
F5 - Capitalizar e fidelizar clientes é importante para uma companhia aérea?
SF – Tanto a conquista de novos Clientes como a fidelização deles é importante para as empresas de todo tipo de segmento. Nesse sentido, acreditamos que o relacionamento cada vez mais próximo com o consumidor é a melhor forma de conquista-lo e fideliza-lo, além de, claro, oferecer o melhor serviço, o melhor atendimento, conforto e inovação para que ele volte sempre a voar conosco.
F5 - A falta de infraestrutura aeroportuária no Brasil, impede a expansão das ações da companhia em regiões mais interioranas?
SF – A ampliação da malha aérea brasileira depende, claro, da infraestrutura aeroportuária adequada. Para uma companhia tomar a decisão de voar para um determinado destino, além das questões que envolvem demanda, custos operacionais, atratividade do local, é de suma importância que haja infraestrutura adequada e regulamentada pelos órgãos reguladores do país.
F5 - O alto preço do QAV no Brasil é um dos fatores determinantes para o preço relativamente caro das passagens aéreas?
SF – Para estabelecer o valor das tarifas é preciso levar em consideração diversos fatores importantes. O preço do Querosene de Aviação, no Brasil, é sim muito alto e tem impacto direto nas tarifas, mas além dele deve-se considerar também o trecho desejado, o período de viagem, a disponibilidade de assentos, entre outros.
F5 - Como a Azul deve adotar o procedimento de despacho de bagagem, tendo em vista a modificação determinada pela ANAC?
SF – Ainda estamos avaliando as novas medidas propostas pela Anac.
O impacto da alta do dólar no bolso do brasileiro
Automedicação: Um Problema de Saúde Pública que Pode se Agravar
Nunca se gerou tanto emprego em Sergipe
Ampliação da isenção do IRPF impulsionará consumo e qualidade de vida
A Economia Global e a Divisão das Funções: Quem Faz o Quê no Mundo
Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
E-mail: jornalistamarciorocha@live.com
O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.