Mudanças no cartão de crédito são insuficientes para reduzir juros
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 21/12/2016 10h18Defendidas pelo varejo, as mudanças nos cartões de crédito e meios de pagamentos anunciadas como parte do pacote de estímulo do governo federal ainda são consideradas insuficientes para provocar o principal efeito desejado: o de redução dos juros ao consumidor final. Do lado das varejistas, a medida poderia abrir espaço para que redes consigam melhorar o caixa, reduzindo despesas financeiras. O governo pretende reduzir o número de dias que as administradoras de cartão de crédito têm para pagar o lojista. Atualmente, o comerciante demora cerca de 30 dias para receber o dinheiro após a compra do cliente. A informação foi de que a mudança virá por medida provisória. "Reduzir o prazo de repasse ao varejo vai diminuir o custo do dinheiro", analisa Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Com o menor prazo, o varejo deixaria de ter a necessidade de utilizar o instrumento financeiro de antecipação de recebíveis, em que os lojistas pagam taxa aos bancos em troca de receber valores do cartão antecipadamente. Por outro lado, há quem acredite que essa redução de despesa poderia não beneficiar o consumidor. "É muito difícil avaliar como fica o efeito para o consumidor, afinal, não cabe ao governo interferir em taxas de juros", comenta o assessor econômico da Fecomércio-SP, Guilherme Dietze. "O lojista, num cenário de crise, por mais que consiga reduzir seus gastos, talvez queira aumentar um pouco sua margem", conclui.
Famílias sergipanas voltam a dar confiança à economia
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio), realizou mais uma pesquisa de sua série medidora do Índice de Confiança das Famílias (ICF), que avalia a confiabilidade dos cidadãos sergipanos em relação ao quadro econômico, o que influi diretamente nos hábitos de consumo e compras realizadas nas empresas do comércio, movimentando o ciclo econômico do estado. De acordo com o comparativo entre os meses de janeiro e novembro, os sergipanos estão recuperando a confiança na economia local, com intenção de consumir mais que no início do ano, quando a crise econômica estava mais acentuada e deixou a população com seu poder de compra comprometido, diante das dificuldades apresentadas no cenário econômico. Em janeiro de 2016, o ICF apontava um dado preocupante, com 33,1 pontos de avaliação para a economia sergipana no início do ano, isso refletia diretamente no resultado da intenção de consumo das famílias locais, que estava em 34 pontos. Após o curso do ano, em novembro, o ICF melhorou consideravelmente para 46,1 pontos avaliáveis. A intenção de consumo subiu para 45,1 pontos, o que indica a melhora na condição de compra da população.
Bom momento para compras
Para o consumidor aproveitar boas oportunidades de negócio, o momento está chegando. Entre os meses de dezembro e janeiro, as lojas promovem saldões e liquidações de estoque. Com isso, o momento para a compra de bens duráveis está propício, considerando as oportunidades oferecidas pelo comércio, alinhado com a alta na intenção de consumo das famílias sergipanas. Além disso, o período também está propício para a compra de roupas e acessórios, devido às promoções realizadas neste período.
Cresce consumo de produtos próximos ao prazo de validade
A tendência do consumidor de comprar produtos com data de validade próxima a preços muito mais baixos está crescendo. Nos contratos entre grandes redes e indústrias, é prevista a possibilidade de troca quando o item começa a se aproximar da data de vencimento. O material é recolhido e, para não ser descartado, é repassado a esse tipo de comércio, que vê como um bom negócio a chance de vender a preço baixo um produto que seu público, em geral, não compraria. Neste caso, o varejista aceita uma margem de ganho baixa, mas a vantagem vem do volume comercializado, que passa a ser muito maior.
Jornada intermitente vai beneficiar os setores de comércio e serviços
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, a jornada intermitente vai ajudar os setores de comércio e serviços. Ele lembrou que já existe o contrato de tempo parcial (com jornada de cinco diárias), mas com horário determinado. Por isso, esse modelo é mais adequado ao setor. — A jornada intermitente existe no mundo todo. Aqui no Brasil, os setores do comércio e de serviços estão travados em competitividade e na qualidade da prestação do serviço — disse Solmucci, acrescentando que a medida vai ajudar a abrir vagas, principalmente nas atividades que fogem aos horários convencionais, como bares, restaurantes, eventos e shows. De acordo com projeções da entidade, a regulamentação da jornada intermitente abre potencial para a geração de dois milhões de empregos num prazo de cinco anos, principalmente de jovens, que buscam conciliar estudo e trabalho.
Rendimento do FGTS ficará similar ao da poupança
As mudanças anunciadas pelo governo no FGTS vão propiciar um rendimento melhor para os recursos dos trabalhadores recolhidos ao Fundo. Esta sempre foi uma reivindicação dos contribuintes. O rendimento atual do Fundo, de 3% mais Taxa Referencial (TR) é o menor do mercado financeiro, perdendo até da inflação. Agora, além do rendimento de 3% mais TR, os cotistas do FGTS receberão parte do lucro líquido do Fundo. A previsão do governo é que o Fundo lucre R$ 15 bilhões este ano. Os recursos do FGTS, explica o diretor de pesquisa econômica da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, hoje são aplicados através do Fundo de Investimento FGTS (FI-FGTS) em projetos de infraestrutura e habitação popular. Até agora, o lucro obtido com essas aplicações não era repassado aos trabalhadores e ficava integralmente com o governo. — É isso que está mudando. Agora, 50% desse lucro será repassado aos trabalhadores, o que na prática dá um rendimento e 5% ao ano mais TR. A rentabilidade do Fundo, assim, ficará mais próxima à da poupança, que é de 6% ao ano mais TR.
Economia perde 1 trilhão em crédito circulante
Nos últimos 12 meses, cerca de R$ 1 trilhão deixou de circular na economia brasileira. Essa montanha de dinheiro equivale aos créditos bancários que foram sendo pagos pelos devedores e não retornaram ao mercado na forma de novos empréstimos, bem como à expansão natural do mercado, que não ocorreu. Isso significa uma queda de 25% em relação ao que deveria estar circulando se a economia estivesse operando em níveis "normais". O volume de crédito bancário que gira na economia hoje é equivalente ao disponível em 2012. Para os especialistas, isso mostra que o Brasil vive uma "crise de crédito" e não sairá da recessão se esse nó não for desatado. O levantamento foi feito pela gestora de recursos Rio Bravo Investimentos, com base nas variações do estoque de crédito monitorado e divulgado pelo Banco Central.
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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