Luciano Barreto: "educação, educação e mais educação" | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Luciano Barreto: "educação, educação e mais educação"
Luciano Barreto, presidente da Aseopp, presta uma entrevista esclarecedora para o Portal F5 News, na qual defende a educação como mecanismo para fazer uma sociedade mais justa e igualitária.
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 18/03/2017 17h08

F5 News – Qual a avaliação do senhor, enquanto presidente da Aseopp, a respeito da defesa de interesses da categoria empresarial de empresas construtoras em Sergipe?

Luciano Barreto – A Aseopp pela sua diretoria com efetiva participação dos associados, tem lutado muito na defesa daqueles que fazem a construção civil de forma particular, as pequenas e medias empresas que no nosso entender, compõem a série B, C e D do mercado de obras públicas. Não temos tratado das series A por 2 razões básicas: Primeira, há mais de 15 anos não existem obras de grande porte que justifiquem, portanto, as suas presenças, no nosso Estado; Segunda, além do mais as mesmas sempre tiveram seus mecanismos próprios de atuação não necessitando da luta de Aseopp. Pelo contrário, há 8 anos tentamos discutir sugestões e propostas que evitassem tamanha concentração de contratos. O resultado, todos têm conhecimento pela Lava Jato. Nossa entidade tem mantido um excelente diálogo com as autoridades estaduais, municipais e instituições de fiscalização, sempre buscando o que traduz a frase “preço justo, obra concluída e sociedade atendida”. Como a maioria dos convênios são recursos da união, o diálogo não tem avançado com seus órgãos de controle. Resultado prático: 1000 obras inacabadas segundo o ministério do planejamento somente em Sergipe.

 

F5 – O que deve ser mudado na lei de licitações, para que as obras públicas possam ser realizadas com mais celeridade, considerando que a lei está ultrapassada em suas diretrizes?

 

LB – Por empregar na construção civil mão de obra pouca qualificada é preciso estimulá-la até como instrumento capaz de evitar, como consequência, o crescimento da violência. É imperiosa a utilização dos recursos existentes na CEF/SE o mais rápido possível. O modelo dos controles federais, a obsoleta Lei 8666, e com a burocracia, acho difícil que a situação melhore. A Construção civil de obras públicas tem o preço da concorrência limitado a tabelas, inclusive custo indiretos que geralmente não refletem a realidade. Além disso, se a concorrente ofertar 30% de desconto é obrigada a sua contratação. Quando o máximo é o mínimo, como se pode aceitar 30% de desconto? Apesar do Brasil certamente ter uma das maiores máquinas de fiscalização e controle do mundo como foi possível ocorrer os fatos diariamente relatados? Dois prejuízos incalculáveis ao Erário Público. Superfaturamento brutal na série A e as pequenas e medias empresas destruídas com suas obras abandonadas O prazo médio de uma obra com recursos do O.G.U é de 8 anos. Alguém já calculou quanto o Brasil tem sido onerado? Procura-se economizar 100 mil e termina-se gastando 10 milhões.  

 

F5 – O mercado de construção civil tem se sobressaído na contramão da crise. A que se deve esse êxito das empresas no mercado imobiliário?

 

LB – A competência das empresas e o importante apoio da Caixa, do Banese e de alguns bancos privados.

 

F5 – Quais as perspectivas da Aseopp para o ano de 2017, considerando que o estado aponta sinais de recuperação econômica após dois anos de uma crise profunda em sua economia?

 

LB - As perspectivas são animadoras. Acredito que já dá para sentir maiores procuras por habitações. Porém, no segmento de obras públicas, com recursos federais mantendo o atual modelo de controle que busca, acima de tudo, menor preço desprezando qualidade e prazo da construção, não consigo enxergar melhoria a curto prazo. Para que haja mudança, é necessário fazer mudanças na lei, redução da burocracia etc. Diante disso, o cenário hoje é desanimador. As empresas da série B, C e D que se dedicaram exclusivamente a este mercado estão destruídas.

 

F5 – O senhor representa uma das maiores construtoras do estado. Com atuação em oito estados brasileiros. A Celi completará 50 anos em 2018. A que se deve esse sucesso empresarial, com a empresa levando a marca de solidez e qualidade ao longo desses 49 anos?

 

LB – A formula é bastante simples: “humildade, muito trabalho e austeridade”.

 

F5 – O braço social da Celi, o Instituto Luciano Barreto Júnior, é um dos maiores promotores de inclusão social de Sergipe. Como o senhor se sente, capitaneando uma ação que havia sido idealizada pelo seu filho, Luciano Júnior, que já capacitou para o mercado de trabalho e para a vivência em sociedade, mais de 10 mil pessoas, desde 2003?

 

LB – Luciano Junior deixou pronto o projeto do ILBJ. Ele era um visionário apesar de muito jovem, que repetia sempre a sabedoria chinesa: “vamos ensinar a pescar e nunca dar o peixe”. O êxito da instituição são os jovens que estão mudando de vida e nos mostram diariamente que a iniciativa dele tem nos ajudado a conviver com a sua perda tão indescritível, sendo uma dor impossível de dimensiona-la. Obrigado Junior. Outra exigência foi a de que o ILBJ seria proibido de receber recursos de terceiros, muito menos recursos públicos. Portanto, sendo mantido exclusivamente pela Celi e família, sendo atendido rigorosamente a sua determinação expressa.

 

F5 – Na sua visão social, de que maneira podemos promover uma sociedade mais justa e igualitária?

 

LB – Primeiro usar educação, educação e mais educação. Simultaneamente melhorar, e muito, a gestão pública em todas as esferas do poder. Potencial e recursos públicos existem, precisamos aprender a aplica-los melhor. Da maior importância inclusive no combate a corrupção que haja segurança jurídica.

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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