Que a Prefeitura de Aracaju está com problemas de ordem financeira, isso não é novidade. Os últimos meses têm mostrado isso com pouca execução de serviços públicos como recapeamento asfáltico e tapa-buracos nas vias da cidade, que estão parecendo tábuas de pirulito de tantos buracos que fazem parte dos caminhos do aracajuano. São fornecedores recebendo com atraso, recursos para repassar ao Hospital Cirurgia, que também sempre atrasam, até o convênio com a APAE está atrasado há oito meses. Não há desconhecimento sobre isso.

Contudo, a Prefeitura de Aracaju está cumprindo religiosamente o seu principal compromisso, o pagamento da folha salarial. Os salários que estavam pendentes, herdados da gestão anterior e os do atual exercício estão pagos e não se vê problema nesse ínterim para a gestão de Edvaldo Nogueira. Ponto para ele, que prioriza o material humano, que é o mais importante para o funcionamento do aparelho público municipal.

Sem condições de realizar o Forró Caju neste ano, o prefeito e alguns vereadores de Aracaju foram para Brasília, na intenção de conseguir uma verba para não deixar o maior festejo da capital passar em brando. Lá foi acordado o valor de R$ 1.5 milhão para que a festa acontecesse. Contudo, babou. Forró Caju, como nas brincadeiras dos grupos de Whatsapp, terá grandes artistas, somente no pendrive tocando no aparelho de som de quem quiser fazer sua festa.

Estava na hoje na Câmara Municipal, quando ouvi o vereador Thiaguinho Batalha (PMB), dizer que não haverá Forró Caju por causa da negativa do repasse da verba prometida para a festa. Os comentários foram imediatos com as pessoas lamentando a não realização dos festejos juninos da cidade. De acordo com informações, o repasse da verba foi impedido em virtude de a prefeitura estar sem sua certidão negativa. Segundo informações, a inadimplência da PMA impede o recebimento dos recursos. A falta de certidão negativa além de impedir a chegada desses recursos, pode criar problemas maiores para a administração municipal, bloqueando outras verbas destinadas.

A Prefeitura de Aracaju justificou a ausência de certidão negativa, informando que não foram feitos os investimentos de 25% dos recursos municipais em Educação, como é determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O prefeito Edvaldo age com sensatez, ao priorizar o pagamento dos salários do funcionalismo público, não utilizando recursos da própria prefeitura para bancar a festa. Não é culpa de Edvaldo. A prefeitura está quebrada e devendo muito mesmo, fato.

A bem da verdade, no ano passado, a festa só aconteceu por conta de uma semi-privatização do evento, que contratou uma empresa para realizar o evento e administrar a comercialização dos pontos de bares e vender ingressos para os camarotes, que foram muito caros, por sinal. Neste ano, não foi cogitada essa hipótese. Ou seja, faltou planejamento para pensar esse problema antes.