Empresários e trabalhadores ganham com redução de multa do FGTS | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Empresários e trabalhadores ganham com redução de multa do FGTS
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 15/12/2016 18h13 - Atualizado em 15/12/2016 19h41

Quando um trabalhador é demitido de uma empresa sem justa causa, ele em direito de receber o valor de 40% sobre o valor depositado do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), junto aos seus vencimentos finais. É a conhecida “indenização”. Contudo, o que o trabalhador não sabe é que além dos 40%, o Governo Federal também leva uma parte da grana que é paga pelo empresário. 10% do valor da multa é direcionado para o governo, o que promove uma taxação de 50%. Agora as coisas mudam para melhor, pois o presidente Michel Temer anunciou que a multa será reduzida. Os 10% que os empresários pagavam ao governo serão reduzidos. O que não afetará o trabalhador em nada, mas já ajudará os empresários a diminuírem suas despesas em tempos conturbados na economia.

 

Disponibilidade

 

Temer também anunciou que uma parte do FGTS será disponibilizada para o trabalhador poder pagar suas dívidas. Atualmente, o dinheiro que é do trabalhador, não pode ser sacado por ele, por mais que necessite de recursos extras. Ainda falta uma explicação mais detalhada por parte do Governo Federal, mas já é uma boa iniciativa.

 

Cartões

 

Será feita justiça com os empresários do comércio, pois são eles que tratam das vendas diretas aos consumidores. O governo anunciou que haverá cobrança de valores diferenciados para as compras com cartões de crédito para o consumidor. Inicialmente, isso pode parecer ruim, mas não é. Pois estimulará mais as vendas à vista para o público e isso irá trazer mais receita para o comércio. Com a diferenciação da cobrança, os comerciantes poderão embutir a taxa cobrada pelas administradoras de cartão de crédito no valor da venda. O preço final do produto comprado a prazo não será tão afetado. E o comerciante poderá praticar um preço mais justo para os produtos, sem precisar ser escravizado pelas administradoras de cartões de crédito. O consumidor ganha mais poder de barganha com o comerciante, na hora de negociar um desconto no pagamento à vista para suas compras.

 

Redução de juros

 

Também foi anunciada a redução das taxas de juros dos cartões de crédito. Isso é deveras importante para o consumidor, pois o brasileiro é quem mais paga taxa de juros em cartões de crédito no mundo. A taxa atual é superior a 470% ao ano. Comparando as taxas de outros países, que não batem a casa dos 20% anuais, somos vítimas de assalto legalizado. O consumidor saiu ganhando mais uma vez com essa medida acertada anunciada pelo presidente Temer. Se acabarem com a cobrança de juros compulsórios (juros sobre juros) ao consumidor, será uma vitória ainda maior.

 

Ainda vai demorar...

 

Os principais representantes da economia acreditam que a tendência é de que a recessão seja deixada pra trás no próximo ano, mas que o caminho para que o País volte a crescer ainda será longo. A avaliação foi feita durante o evento Correio Debate — Desafios para 2017, seminário realizado no auditório do Correio Braziliense. Entre os palestrantes estava o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, que afirmou que o governo deveria criar linhas especiais de crédito, com recursos compulsórios dos bancos, para ajudar empresas e famílias a pagar dívidas. “Os bancos estão com excesso de liquidez, mas não querem emprestar porque temem ter prejuízo, devido ao alto grau de endividamento da sociedade”. O ministro da Fazenda Henrique Meirelles elogiou a iniciativa do Correio e sugeriu um novo evento no fim de 2017 para comprovar as previsões que ele fez. Ele lembrou que, no alfabeto chinês, o ideograma para crise é o mesmo de oportunidade. “Isso pode ser uma inspiração para nós brasileiros”, disse. O ministro reconheceu que é difícil investir no País e, agora que a PEC do Teto foi aprovada, o governo prepara medidas para facilitar os negócios — uma parte delas será anunciada hoje. Em sua palestra, Carlos Thadeu revelou números muito ruins sobre as vendas do comércio, que deve fechar este ano com encolhimento em torno de 6%, pior que a retração de 4,5% do ano passado. Para 2017, ele estima que ainda haverá queda, “mas será menos ruim do que 2016”. Na análise do economista, o País entrou numa recessão profunda com empresas e consumidores excessivamente endividados, já que antes houve um surto de oferta de crédito.

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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