A economia sergipana registrou um crescimento de 4,3% em 2021, em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi superior à média nacional, que foi de 2,7%, e colocou Sergipe entre os estados com maior expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no país.

O desempenho positivo da economia sergipana foi puxado principalmente pelos setores de Serviços e Indústria, que apresentaram variações positivas de 3,8% e 8,5%, respectivamente, na comparação com 2020. Juntos, esses dois setores representam mais de 90% do PIB sergipano, sendo que os Serviços têm a maior participação, com 71,7%.

O setor de Serviços engloba diversas atividades, como comércio, transporte, comunicação, educação, saúde, administração pública, entre outras. Em 2021, esse setor foi beneficiado pela recuperação da demanda interna, pelo aumento do consumo das famílias e pelo avanço da vacinação contra a Covid-19, que permitiu a flexibilização das medidas de distanciamento social.

O setor Indústria também teve um bom desempenho em 2021, impulsionado pela produção de petróleo e gás natural, pela indústria de transformação e pela construção civil. A alta dos preços internacionais do petróleo, a retomada dos investimentos e a melhora do crédito foram alguns dos fatores que favoreceram esse setor.

Por outro lado, o setor Agropecuário foi o único que apresentou queda em 2021, com uma variação negativa de 7,1%, em relação a 2020. Esse resultado foi influenciado pela redução da área plantada e da produtividade de algumas culturas, como a cana-de-açúcar, o milho e o feijão, que foram afetadas pela seca e pela praga da cigarrinha. Além disso, a pecuária também teve um desempenho abaixo do esperado, devido ao aumento dos custos de produção e à queda do consumo de carne.

O setor Agropecuário tem o menor peso na economia sergipana, com uma participação de 6,0% no PIB. Essa participação vem diminuindo ao longo dos anos, em função do crescimento dos outros setores e da perda de competitividade da agricultura e da pecuária no estado.

A análise da evolução da estrutura produtiva de Sergipe mostra que, desde 2010, ano base da série histórica do IBGE, houve um aumento da participação do setor de Serviços e uma redução da participação dos setores de Indústria e Agropecuária no PIB total. Essa tendência reflete as mudanças na dinâmica econômica do estado, que passou por um processo de terciarização, ou seja, de maior relevância das atividades de serviços.

Em 2010, o setor de Serviços representava 64,7% do PIB sergipano, o setor Indústria representava 29,0% e o setor Agropecuária representava 6,4%. Em 2021, esses percentuais foram de 71,7%, 22,3% e 6,0%, respectivamente. Essa alteração na composição do PIB sergipano indica que o estado tem se especializado em atividades que exigem maior qualificação e que geram maior valor agregado.

O crescimento da economia sergipana em 2021 foi um sinal de recuperação após a forte retração de 2020, quando o PIB do estado caiu 4,6%, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a melhoria da infraestrutura, a diversificação da matriz produtiva, a atração de investimentos, a geração de emprego e renda e a redução das desigualdades sociais.

Analisando de forma prática, percebemos o quanto Sergipe está se reposicionando bem no cenário econômico nacional e o quanto o estado tem apresentado crescimento significativo. A recuperação da economia após a pandemia está sendo forte, se caracterizando pela elevação de postos de trabalho celetistas, o que mostra um bom comportamento do que se investe no processo de desenvolvimento econômico do estado. O resultado é animador e inspira que Sergipe crescerá ainda mais nos próximos anos.