Começa a temporada de liquidações
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 03/01/2017 13h13
As grandes redes varejistas anunciaram liquidações para esta semana a fim de tentar acabar com os estoques de final de ano. As vendas de Natal foram fracas e, nos shoppings, a queda no faturamento foi de 9% neste ano. Para tentar conquistar compradores, são prometidos descontos de até 70% e parcelamentos em prazos que chegam a dois anos. Tudo para tentar estimular o consumo, que cai trimestre após trimestre, segundo dados do PIB. Apesar da oferta de parcelamento sem juros, as grandes varejistas costumam oferecer descontos para pagamento à vista. Na prática, isso indica que os juros da compra a prazo estão embutidos. Essa também será a primeira liquidação em que lojistas poderão oferecer preços diferentes para pagamentos com dinheiro e cartão. No fim de dezembro, o governo publicou uma medida provisória autorizando a diferenciação. Poderá aproveitar melhor a temporada de liquidações quem tiver dinheiro no bolso.
Economia brasileira deve permanecer parada em 2017
A economia brasileira corre o risco de ficar estagnada em 2017. O mercado prevê expansão de apenas 0,50% este ano, mas já há quem estime estabilidade, uma projeção nada animadora após recessão que representa perda acumulada de mais de 7% nos dois últimos anos. O ano de 2016 começou com a perspectiva de continuidade da recessão, mas acreditava-se que o ritmo seria menos intenso do que o de 2015, quando o PIB despencou 3,8%. No início de janeiro, a projeção de recuo em 2016 era de 2,84%. Agora, está em 3,49%. O IBGE vai divulgar os números oficiais do ano passado em 17 de março. “A economia continua sem forças. A perspectiva de consumo piorou um pouco, o mercado ainda terá uma piora adicional e por mais tempo. É difícil alguma notícia positiva até junho. O mais crítico é o investimento, que poderia reagir além de consumo e setor externo. A indústria não tem razão para investir porque está com enorme capacidade ociosa, e o programa de infraestrutura é pequeno e está atrasado”, afirma José Francisco de Lima Gonçalves, professor da FEA/USP e economista-chefe do Banco Fator.
Brasil poderá perder mais de um milhão de empregos neste ano
Mais um milhão de trabalhadores brasileiros perderão o emprego em 2017, depois de dois anos de recessão forte. A recuperação só virá no segundo semestre do ano que vem, segundo projeções do Departamento de Pesquisas do Bradesco. O número de desocupados — que chegou ao recorde de 12,1 milhões em novembro, correspondendo a uma taxa de desemprego de 11,9%, segundo o IBGE — deve atingir a marca de 13,7 milhões de pessoas no fim do primeiro semestre. No fim de 2017, o número deve cair para 13,4 milhões de pessoas. Para os empregos formais, medidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, já há algum sopro de esperança em 2017: a previsão é de criação de 150 mil vagas no ano. Em 2018, seriam outros 900 mil postos de trabalho. O número nem de longe compensa a perda de mais de três milhões de vagas em 2015 e 2016 (1,625 milhão em 2015 e projeção de 1,450 milhão de vagas para 2016, também segundo o Bradesco). Em novembro, foram menos 116.747 vagas com carteira assinada, perda um pouco inferior aos 130 mil do mesmo mês do ano passado.
Feriados provocarão grande perda de receita no varejo
Os principais jornais e sites de notícias destacam a previsão divulgada ontem pela Fecomércio-SP que indica perdas de R$ 10,541 bilhões para o varejo por conta dos feriados nacionais ao longo de 2017. O impacto pode ser ainda maior no caso do comerciante paulista, uma vez que datas estaduais e municipais não foram consideradas no cálculo. A Fecomércio-SP levou em consideração dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Os valores são 2% maiores que o montante ‘perdido’ em 2016 – ou cerca de R$ 10,367 bilhões. Os segmentos de supermercados (perdas de R$ 2,988 bilhões) e farmácias ou perfumarias (menos R$ 1,558 bilhão) devem ser os mais afetados quando considerado volume; as lojas de móveis e decoração devem deixar de ganhar R$ 978,4 milhões no período. Já os estabelecimentos de vestuário, tecidos e calçados devem sentir a maior variação negativa ante 2016, quando R$ 874,9 milhões deixaram de entrar no caixa: este ano, o montante deve atingir R$ 1,073 bilhão (acréscimo de 23%). Assessor econômico da Fecomércio-SP, Guilherme Dietze explica que o aumento será causado pelo número maior de datas comemorativas em dias úteis. Em Sergipe, a estimativa de perda de receita do comércio com os 11 feriados prolongados que teremos no estado é de 150 milhões de reais.
Tabela do IR está defasada há 10 anos
As sucessivas correções abaixo da inflação na tabela do Imposto de Renda geraram uma defasagem de 83,12% desde 2006. Um estudo realizado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) e divulgado ontem mostrou que, se a tabela tivesse sido corrigida pela inflação acumulada nesse período de mais de duas décadas, a faixa de isenção seria de R$ 3.460,50, e não de R$ 1.903,98, valor atual. O levantamento levou em consideração a estimativa do relatório Focus, pesquisa no mercado financeiro sobre indicadores econômicos, para o IPCA de 2016, de 6,36%. Pelas contas do Sindifisco, o ano passado registrou a maior defasagem anual dos últimos 12 anos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou na semana passada que o governo está fazendo as contas para decidir se vai, ou não, dar um reajuste e em qual proporção. No ano passado, o governo optou por não reajustar a tabela. O estudo mostra que a defasagem prejudica as camadas de renda mais baixas, que deveriam estar na faixa de isenção, mas acabam tendo que pagar o Imposto de Renda por falta das correções.
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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