Cartões pré-pagos, uma alternativa para o consumidor que quer controlar os gastos
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 12/12/2016 13h12 - Atualizado em 12/12/2016 13h26Uma dica de um amigo me fez experimentar uma ferramenta para controle de gastos em viagens, mas que não se resume somente a isso. Pode ser utilizado para muitas coisas além das compras e despesas fora de nosso lugar de origem, sem que utilizemos o cartão de crédito convencional. Hoje estou falando sobre o cartão pré-pago.
Os cartões pré-pagos surgiram como uma alternativa aos cartões de crédito e débito para o consumidor, mais precisamente para o que estipula limites de gastos e quer mais controle sobre suas despesas ordinárias. A modalidade é interessante nos tempos de instabilidade econômica, principalmente para viajar para o exterior, pois o dólar está oscilando demais e a aquisição de um pré-pago, com alimentação de recursos em moeda estrangeira mantém o seu poder de compra fora do país, de acordo com a cotação do dia em que o cliente fez o depósito de seu dinheiro. É atualmente a evolução dos primeiros pré-pagos que existiram, os “travel cards”.
Não se resume apenas a viagens. Com uma série de benefícios, o instrumento de compra é uma opção que vem bem a calhar para as pessoas mais pobres, por promover a inclusão financeira do consumidor que não possui vínculo com instituição financeira (quase um terço da população brasileira não possui conta em banco) e, simultaneamente, ser uma alternativa para estas instituições, que podem fornecer cartões pré-pagos sem a preocupação de prejuízo por inadimplência do portador, vez que o aporte de créditos ocorre antes da compra de bens e serviços.
Minha experiência pessoal foi um teste para uma empreitada que será feita no início de 2017. Então comprei um AcessoCard no supermercado Pão de Açúcar e o carreguei. A pergunta era: “será que esse negócio funciona”? Pois sim! Funciona e bem. Nas oportunidades que utilizei fora do estado, em viagens recentes, todos os estabelecimentos que aceitam cartões da bandeira MasterCard, receberam o cartão pré-pago sem nenhum problema. Sempre fazendo as compras na modalidade crédito, o que é a principal sacada da empresa, pois cartões pré-pagos também são vendidos na modalidade débito, mas estes não possuem tanta aceitação, quanto os de crédito, principalmente fora do país, onde poucos dos bancos nacionais tem aceitação para compras em débito, e nos sites de compras internacionais, que exigem um cartão de crédito internacional para suas compras.
Para recarregar é fácil. Assim como se pode comprar em redes supermercadistas e de varejo, também se pode recarregar os créditos por eles. Há as opções de recarga via transferência bancária, geração de boletos para pagamento e depósitos identificados. Ou seja, são várias maneiras de recarregar. Algumas operadoras de cartões cobram taxas para isso, valores entre R$ 2,50 e R$ 7. O que traz mais comodidade para o usuário. A principal vantagem para as pessoas que não tem conta bancária, é que de forma indireta passa a ter, pois seu dinheiro fica acumulado e é gasto como uma conta comum. O cartão pré-pago, então, passa a ser uma alternativa para recebimento de proventos e recursos por trabalhadores por seus serviços prestados, já que se torna uma alternativa à conta bancária. O que é bom para trabalhadores que ainda recebem pagamento em espécie.
O cartão pré-pago é uma poupança sem rendimentos para as compras que se pretende realizar. Contudo, as administradoras cobram pequenas taxas de administração, que variam entre R$ 3 e R$ 15, dependendo do provedor do serviço. Também serve como um meio de ensinar filhos adolescentes a administrarem o próprio dinheiro. Existem cartões direcionados para o público infantil, como o cartão Angry Birds, por exemplo, os quais, os pais dão a seus filhos, com um limite de gastos para que eles próprios administrem. Também podem ser utilizados para compras menores feitas por terceiros, como supermercado pelos trabalhadores domésticos, ou combustíveis por motoristas, por exemplo.
Voltando à minha finalidade, usar em viagens, o cartão pré-pago oportuniza a segurança do consumidor em relação à flutuação cambial. As compras em moeda estrangeira podem sem feitas com mais facilidade por qualquer pessoa. Outra coisa é a segurança pessoal. O usuário sai com um cartão, e pode deixar um reserva no hotel. Se ocorre algum sinistro, transfere seus recursos via aplicativos para smartphones, sites e outros canais de atendimento telefônico e online.
Contudo, seu uso no exterior demanda alguns cuidados. As empresas cobram taxas de utilização no exterior, além de tarifas de saque por meio das redes de saques em ATMs estrangeiros. São operações que somente devem ser feitas quando necessário.
Enfim, o cartão pré-pago é uma alternativa para pessoas de todas as classes e faixas de renda. Para os endividados, não há consulta no SPC e Serasa, o que já promove a inclusão das pessoas no mercado de compras, de acordo com o limite que o próprio cliente estabelecer para seus gastos, implicando em desenvolvimento da responsabilidade financeira. Para quem não tem conta em banco, surge como uma oportunidade adequada de ter sua administração pessoal de recursos e impede que a pessoa cometa erros de consumo, pois ela só poderá consumir o que tiver predeterminado a pagar. Para o menor que recebe sua mesada, é sinônimo de desenvolvimento de disciplina econômica, pois o pai o dará a oportunidade de administrar seu próprio dinheiro, fazendo com que se torne um adulto responsável financeiramente.
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
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