'Produzir petróleo e gás dos sete novos campos de SE só em 2029 é inadmissível', Laércio | F5 News - Sergipe Atualizado

Entrevista
'Produzir petróleo e gás dos sete novos campos de SE só em 2029 é inadmissível', Laércio
O senador reafirma que é preciso extrair petróleo e gás dos sete campos localizados a 100 km da nossa costa
Política 19/02/2024 14h13


Em entrevista ao Jornal da Cidade, o Senador por Sergipe, Laércio Oliveira (Progressistas), defende a manutenção da aliança entre o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD) e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) para as Eleições 2024, ao passo em que defende a pré-candidatura do vereador Fabiano Oliveira (PP) à prefeitura da capital. O senador faz uma avaliação da gestão Mitidieri e destaca a importância da exploração do petróleo e gás em Sergipe como boa forma de gerar empregos, renda e motivar a arrecadação do estado e municípios. Laércio reafirma que é preciso extrair petróleo e gás dos sete campos localizados a 100 km da nossa costa. Mas lamenta o fato de o projeto, originalmente previsto para começar a produzir já em 2026, agora aparecer no plano estratégico 2024-2028+ da estatal, com previsão para só ter início em 2029, “algo inadmissível”. Confira a seguir, os principais trechos da entrevista.

JORNAL DA CIDADE  – Como o senhor avalia o governo Fábio Mitidieri?
LAÉRCIO OLIVEIRA –
Eu dividiria a resposta em dois pontos. Primeiramente, destacaria a questão econômica, que é o principal foco da minha atuação parlamentar, voltada principalmente para o desenvolvimento e a geração de emprego. Desde o início da gestão, o governador tem demonstrado um compromisso firme com o progresso em todas as áreas e no controle dos gastos públicos. Em 2023, o governo economizou quase R$ 80 milhões com licitações. O estado também registrou um crescimento de 13,7% na geração de empregos, com um saldo positivo de 13.380 novos postos de trabalho. A balança comercial teve um saldo positivo de US$ 98 milhões, sendo esta a segunda vez, desde 1997, que o estado fecha com um saldo positivo. O governador é um entusiasta do setor de petróleo e gás, alinhado aos projetos para impulsionar ainda mais a geração de empregos que tenho apresentado no Senado. Do ponto de vista político, tem-se mostrado uma liderança que sabe ouvir, conhece as demandas de cada município e está comprometido em continuar trabalhando de forma articulada com outras lideranças políticas, mesmo que não façam parte do nosso bloco. Em resumo, é um excelente começo de jornada. Tenho convicção de que o governo Fábio Mitidieri está no caminho certo para construir um futuro próspero e promissor para Sergipe.

 JC – O PP defende candidatura própria para Aracaju?
LO –
Como é do conhecimento público, o vereador Fabiano Oliveira, uma liderança jovem do nosso partido, já colocou seu nome à disposição, e nós apoiamos integralmente a sua iniciativa. Estamos ainda no início dos diálogos em torno de um candidato do bloco, principalmente para evitar desavenças internas ou mesmo uma fratura que seria prejudicial para todos. Nossa parte estamos fazendo, que é trabalhar arduamente para deixá-lo qualificado para ser o escolhido. Fabiano tem caminhado, visitado lideranças em Sergipe e em Brasília, onde esteve comigo na semana retrasada, ocasião em que o levei para uma reunião com o presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira. A visita faz parte de uma agenda positiva do vereador, que busca conquistar apoios. Um fato positivo é que nas pesquisas para consumo interno, quando comparado com os demais candidatos do nosso bloco e mesmo da oposição, ele pontua muito bem. Fabiano vive e respira Aracaju, e não só por causa dos eventos que promove. É uma pessoa que circula em todos os cantos, sempre sendo muito bem recebido. Conhece os problemas da cidade e tem muita experiência na administração pública. É, para nós, o candidato ideal para nos levar à vitória.

JC – Edvaldo e Fábio devem continuar fazendo política juntos em 2024 e 2026?
LO  –
Minha esperança, e creio que de todos que integram o grupo, é de que ele se mantenha unido, pois do contrário isso seria muito vantajoso para a oposição. Entendo que tudo depende do diálogo, de manter a cabeça fria e focada no que seja melhor para o nosso bloco, que unido já demonstrou que pode ser muito forte, política e administrativamente. Claro que o resultado eleitoral positivo deste ano depende de muitos fatores, que passam pelos interesses partidários, mas o principal desses fatores não falta nem ao governador nem ao prefeito, que são pessoas que já demonstraram ter bom senso. A eleição de 2026 está longe ainda, e até lá muita coisa pode acontecer. Vamos, primeiramente, vencer essa etapa de agora, já que o grupo busca não apenas manter o mando de campo em Aracaju, mas também na maioria das cidades do interior.

JC – O senhor pensa em disputar o governo de Sergipe em 2026?
LO –
Isso nunca esteve nos meus planos. Na verdade, tenho o compromisso com a nossa sociedade de fazer o melhor mandato de senador da história de Sergipe. Não irei decepcionar os mais de 310 mil votos que recebi. Meu foco é o Senado, é ajudar no desenvolvimento de Sergipe.

JC – Como o petróleo e o gás podem melhorar a arrecadação e também a geração de emprego?
LO –
Sergipe se encontra em um momento crucial para o desenvolvimento do setor de petróleo e gás. A descoberta de grandes reservas, a intensificação da exploração e produção, e a instalação de polos industriais e de escoamento da produção configuram um cenário promissor para o estado. Estimativas indicam que o setor de petróleo e gás pode elevar o nosso PIB em até 10% nos próximos anos. Essa expansão econômica se traduz em mais investimentos, com o aumento da capitalização de empresas, atraindo novos negócios e impulsionando a geração de emprego e melhoria da renda, além de criar inúmeras oportunidades para empresas locais, especialmente nos setores de serviços e fornecimento de insumos. Só esses setores vão contribuir de forma acentuada para a criação de milhares de vagas diretas e indiretas. Eis a razão de nossa luta para efetivar o Projeto Sergipe Águas Profundas da Petrobras, que ficou com a responsabilidade de extrair petróleo e gás de sete campos localizados a 100 km da nossa costa. O projeto foi originalmente previsto para começar a produzir já em 2026, mas agora aparece no Plano Estratégico 2024-2028+ da estatal, com previsão para só ter início em 2029, algo inadmissível. Como é atraso em cima de atraso, venho chamando a atenção do presidente da República e do ministro da Casa Civil para ficarem atentos à possibilidade da Petrobras sabotar o Novo PAC, onde foram alocados os recursos para o projeto, postergando ainda mais os investimentos do Projeto Sergipe Águas Profundas

JC – A Petrobras tem como retomar a produção de petróleo e gás no estado? Em qual escala?
LO –
Sim, sem dúvida. A empresa confirmou que as amostragens atestam a excelência dos reservatórios, com um óleo de notável qualidade. As projeções indicavam a existência de pelo menos 3 bilhões de barris, equivalente a um quinto das reservas comprovadas do Brasil até o fim de 2014. Em um espaço de apenas 12 meses, entre 2014 e 2015, a Petrobras registrou oito descobertas comunicadas à Agência Nacional do Petróleo, consolidando desde então Sergipe como a próxima fronteira petrolífera do Brasil. Contudo, os investimentos em novas explorações foram impactados pela instabilidade financeira enfrentada pela Petrobras durante o mais triste capítulo de sua história, comprometendo sua capacidade de investimento. Em 2015, a estatal optou por postergar para esta década o início das operações em Sergipe, considerada a maior descoberta de petróleo após o pré-sal. Ou seja, estamos diante de riquezas que inegavelmente transformarão a economia de Sergipe, atraindo novos investimentos industriais, criando empregos, gerando royalties e participações especiais. Sergipe não pode esperar mais pela boa vontade da Petrobras. Estamos, ao lado do governador Fábio Mitidieri, conversando com a empresa e com setores do governo federal para destravar a agenda e iniciar a produção o mais breve possível. Mas penso que a sociedade civil tem também um papel crucial a desempenhar, pressionando os parlamentares e integrantes do governo federal que são do partido ou aliados do presidente da República, para que sejam mais enérgicos em suas cobranças, uma vez a Petrobras sistematicamente tem atrasado o início do processo e, como acionista majoritário, o governo tem o poder decisório. Cobrar em entrevista de rádio ou via redes sociais, como fazem alguns aliados do presidente, não resolve a situação. É preciso agir junto ao presidente para pressionar a empresa de modo que Sergipe não seja prejudicado mais do que já está sendo.

JC – Além do setor de petróleo e gás, em que segmentos o governo foca visando o crescimento da economia sergipana?
LO –
Há vários investimentos previstos para 2024, entre os quais uma verba de R$ 242 milhões para apoiar eventos estaduais como o “Sergipe é aqui”, “Arraiá do Povo” e “Verão Sergipe”, sem contar a “Vila da Páscoa”, uma inovação que o governador anunciou recentemente, além do já tradicional “Natal Iluminado”, criado por mim quando presidi a Fecomércio. Temos ainda, no Novo PAC, R$ 136 bilhões para obras e serviços, incluindo a conclusão da duplicação da BR-101, o gasoduto do Projeto Sergipe Águas Profundas e o Programa Minha Casa Minha Vida, além de R$ 180 milhões do BNDES para o Programa Integrado de Desenvolvimento Cultural e Turístico de Sergipe, o “Viva Sergipe”. Neste sentido, vale destacar a parceria do governo estadual com a Fecomércio, através do Programa para Capacitação da Cadeira Produtiva do Turismo de Sergipe, que tem trazido excelentes resultados na formação, capacitação e aperfeiçoamento da mão de obra, visando qualificar a juventude trabalhadora e, por consequência, melhorar os serviços oferecidos aos nossos visitantes. O governo também tem investido em políticas de desenvolvimento e atração de empresas. De janeiro a outubro de 2023, por exemplo, o Conselho de Desenvolvimento Industrial aprovou 23 novas empresas para receber benefícios do PSDI, com perspectiva de geração de mais de 1.000 empregos diretos e um montante de R$ 355 milhões em investimentos.

 

Entrevista publicada no Jornal da Cidade

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