Documentário Chica Chaves é lançado no Centro Cultural de Aracaju
Obra retrata a história e as memórias do Bairro Industrial Entretenimento 16/03/2015 12h03Por Fernanda Araujo
Dentro das comemorações aos 160 anos de Aracaju, foi lançado na manhã desta segunda-feira (16) o documentário Chica Chaves, de Sérgio Borges e Gabriela Caldas, ganhador do Prêmio Mário Cabral no ano passado, em edital do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira. O trabalho teve como tema “Roteiro de Aracaju”. O documentário, produzido pela Olhos Cozidos, discorre sobre o Bairro Industrial, localizado na zona norte da capital, importante polo industrial da capital há mais de 50 anos.
O documentário retrata as memórias de infância do produtor, diretor e roteirista Sérgio Borges. Sendo um mapa sentimental do bairro, assim como o chama, a obra traz fotos, depoimentos de moradores antigos do local, de professores, além de imagens históricas de patrimônios e casarões antigos. Borges acredita que o documentário é uma contribuição para o estudo da geografia urbana de Aracaju, ao mesmo tempo que chama atenção sobre a importância da preservação da memória
da capital e de Sergipe.“O bairro tem uma representação simbólica muito grande para mim porque até os 12 anos de idade eu morei ali. A gente já vinha há alguns anos com esse projeto sobre aquele bairro que, em minha opinião, é um museu a céu aberto, mas que nos últimos anos vem passando por um intenso processo de mudança provocado pela urbanização anômala, acabando com a memória da cidade”, lamenta.
A obra também faz referência ao romance de ficção ‘Os Corumbas’ de Amando Fontes, à questão da indústria e da Associação Desportiva Confiança.
“Ninguém representou tão bem o Bairro Industrial na literatura, na poesia, como o escritor santista, que porém viveu aqui em Sergipe por décadas: Amando Fontes. Da ficção temos realidade muito grande quando ele fala do êxodo de milhares de famílias pobres da região do Sertão, e do Vale do Cotinguiba, zona da mata, para Aracaju no Bairro Industrial. Além disso, a relação entre o proletariado e o futebol. No início do século 20, surge dentro da fábrica a Associação Desportiva Confiança, o tradicional Dragão, do Bairro Industrial. Mostra, justamente, a relação do futebol com a fábrica”, conta.
“Era para ser duração de três minutos de filme, mas sempre me preocupo com essa questão patrimonial, com a
memória, comprei a briga para fazer e ficou com 15 minutos. Foi feita de uma forma muito livre, saíamos com a câmera, passeando pelo bairro, as pessoas se relacionavam com a gente de uma forma muito espontânea. Tem cenas muito bonitas no sentido desse diálogo com a comunidade”, afirma a cineasta sergipana Gabriela Caldas.Chica Chaves
Chica Chaves foi moradora antiga do bairro e possuía várias terras, que distribuía para as pessoas pobres daquela região. “Tinha terras na beira do rio Sergipe, que antigamente era praia, aí chamava ‘Prainha da Chica Chaves’ no final do século 19. Aquela praia era frequentada pela burguesia, pelos donos de engenhos da cana de açúcar”, explica Sérgio Borges.
O documentário terá mais uma exibição no Centro Cultural de Aracaju, às 15h. Mais tarde, o filme será disponibilizado para visualização no Youtube.
Fotos: Fernanda Araujo/ F5 News
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