No dia 24 de agosto, esta quinta-feira, é celebrado em território nacional o Dia dos Artistas. Se a origem da data é enigmática, o fato é que ela tem servido como um momento de análise da situação da categoria, expondo méritos e erros de políticas públicas voltadas à Cultura, segmento onde militam artistas em suas mais variadas expressões. 

Para o artista sergipano Canijan Oliveira, a arte representa tudo o que ele gostaria que existisse ou pudesse ser real. “Diria que a arte é um espelho do que o artista é, do que ele pensa e do que está a fim de mudar no mundo. Eu gosto de todas as formas de arte porque sou curioso e não me contento em não explorar minha criatividade”, disse em entrevista ao F5 News 

“Trazer para os sentidos qualquer coisa que está na minha cabeça para mim é arte. Desde riscar o chão com giz até desenvolver um cenário que não existe, ou uma coleção de roupa. O que me interessa é: Como eu posso encaixar essa sede e busca, pelo que ainda não existe?”, completa Canijan.

Em Aracaju, as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc são formas de garantir a seleção pública de projetos de arte e cultura beneficiados por editais. Sobre uma vertente da atuação da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), o presidente do órgão, o jornalista Luciano Correia, registra que reside no apoio aos artistas, os "fazedores de cultura e arte", como ele define.

"Assim temos feito, por exemplo, com as leis emergenciais no período da pandemia. Como foi na lei Aldir Blanc, onde transformamos o que seria uma simples distribuição de recursos de R$ 4,6 milhões na execução de 655 projetos, fazendo circular essa renda de maneira democrática, transparente e republicana de forma como nunca foi em nenhuma outra gestão", diz Luciano. Ele informa ainda que Aracaju foi considerada o sexto município brasileiro com melhor índice de execução da lei Aldir Blanc. 

"Antes da Lei Aldir Blanc ser aprovada, a Prefeitura de Aracaju, através da Funcaju, realizou dois projetos emergenciais, já por conta da pandemia, de levar um fomento aos artistas que se encontravam penalizados naquele momento pela paralisação de todas as atividades. Então, executamos com recursos próprios os projetos 'Janela para as Artes' e 'Forró Caju em Casa 1'”, lembra Luciano Correia.

Ele relata que, no ano seguinte, ainda na modalidade online, o "Janela para as Artes" foi reformulado para se adequar à Lei Aldir Blanc, mais uma vez contemplando "  No ano seguinte repetimos também virtual  e levamos o “Janela para artes” para dentro da Aldir Blanc, mais uma vez contemplando uma série de artistas por intermédio de editais.

No que repete como uma "maneira democrática, transparente e republicana" de valorizar a cultura e a arte, através dos artistas, Correia comenta que isso aconteceu "sem  benefício de grupos que se encontravam historicamente em postos estratégicos do comando da cultura, o que muitas vezes impediu a circulação desses recursos com novos atores da cultura".  

Para Canijan, que já foi contemplado em alguns editais para produzir e exibir suas obras em Sergipe, essa garantia tem papel fundamental naquilo que em geral alicerça esses leis: o incentivo à cultura. “Eles [os editais] mantém ativos diversos setores artísticos como dança, música, artes plásticas e grafite. Quanto mais diversos os editais forem, em mais pessoas e locais a arte chega”, analisa. 

A reflexão também é uma questão para Ivo Adnil Silva, diretor do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Sergipe (Sated). “É preciso entender as N linguagens que compõem a cadeia produtiva das Artes e da Cultura. Não só temos grupos folclóricos e forró, estamos buscando a árdua garimpagem para continuarmos nossas produções artísticas. Precisamos interiorizar e vitrinizar nossas produções. A esperança é a retomada das ações para a cultura do Governo Federal” disse em entrevista ao F5 News.

Em relação ao futuro, o presidente da Funcaju antecipa que estão para ser lançados os editais da Lei Paulo Gustavo e da Lei Aldir Blanc 2. Além disso, o órgão está construindo e trabalhando no calendário de eventos. "A Funcaju coordena, mas tem a participação de outras secretarias e o prefeito deve anunciar, em setembro ou outubro, a programação de eventos da PMA para os próximos meses”, completou Luciano Correia.