Bigfoot Silva: "O esporte é a prova da superação do ser humano"
Entretenimento 20/07/2013 05h45Por Marcio Rocha
Antônio Bigfoot Silva, lutador de MMA (Artes Marciais Mistas), esteve por mais uma vez em Aracaju, para visitar parentes e tirar alguns dias de descanso de seu treinamento para voltar às lutas do UFC (Ultimate Fighting Championship), torneio de lutas que se tornou um fenômeno de audiência no Brasil. A reportagem F5 News esteve com o lutador e traz uma entrevista exclusiva com o atleta, na qual ele fala sobre o esporte e sua carreira.
F5 News – De volta a Aracaju. Pelo visto gostou muito de nossa cidade.
Antônio Bigfoot Silva – É sempre muito bom estar por aqui em Aracaju. Estive uma vez, gostei e estou vindo com mais frequência. Essa cidade é linda, tem belas praias, um povo muito acolhedor e além de meu irmão, tenho amigos aqui também. Aracaju é uma cidade com gostinho de quero mais. Adoro Aracaju e seu povo carinhoso.
F5 News – O senhor é um lutador que já derrubou feras do MMA como Fedor Emilanenko, Alistair Overeem, Ricco Rodriguez, entre outros tantos, qual sua avaliação sobre sua carreira no esporte?
Bigfoot – Minha carreira é muito positiva. Isso é o resultado de um grande trabalho realizado por minha equipe de treinadores, que são muito dedicados e fiéis ao propósito da vitória. Ao lembrar de todas as dificuldades que eu tive, o que sofri para chegar onde estou, vejo o fruto de um trabalho muito árduo, de vários anos. Desde que entrei para a prática de artes marciais, eu sonhava com grandes conquistas. Não sabia que ia chegar ao ponto que cheguei, mas com vontade, garra e disposição, além do apoio de minha família, deu tudo certo. Hoje, graças a Deus, estou entre os cinco melhores do mundo e isso me faz feliz ao olhar pra trás e ver o que batalhei para chegar até aqui. Temos muito a crescer e eu vejo ainda mais positividade pela frente. Tudo isso, graças ao bom Deus.
F5 News – A vitória contra Alistair Overeem, certamente foi a luta mais marcante de sua carreira, devido ao clima criado pelo holandês contra Pezão. Depois de feito, qual a sensação de Bigfoot por colocar o cara abaixo e quebrar a banca?
Bigfoot – Eu estava bem preparado, estava muito tranquilo e o jogo psicológico dele, feito por meses, não funcionou em momento algum. Estudei muito o meu adversário, o jogo dele, como ele luta. Muita gente pensou que eu iria sucumbir à pressão que ele estava tentando exercer sobre mim, falando que ia misturar a parte emocional dentro do “cage” (ringue onde os lutadores do UFC fazem seus confrontos), mas estávamos focados. Tanto eu, quanto meus treinadores. Nós sabíamos que tínhamos que levar a luta até o final. Quanto mais rounds tivéssemos, maior seria nossa vantagem. Cada minuto que passava, pra mim era melhor. O Overeem é muito perigoso, foi campeão de vários eventos como o Strikeforce, K-1, Dream, perigoso. Todavia, nós sabíamos que ele não tinha resistência física para lutar os três rounds. Ele é forte, mas cansa rápido. Ele não chegaria ao final dos 15 minutos. Colocamos a estratégia no octógono e deu certo. Ele cansou. Quando o coloquei na grade, dei os dois uppercuts, ele acabou. A estratégia foi aplicada e deu certo. Vencemos.
F5 News – Falemos um pouco de amizades. O senhor tem uma grande ligação com os irmãos Nogueira, principalmente com o Rodrigo (Minotauro). Eles foram importantes em sua carreira, lhe incentivando no MMA?
Bigfoot – Os irmãos Nogueira, tanto o Rodrigo, quanto o Rogério, tem uma importância muito grande para mim. O Minotauro me ajudou de uma maneira muito especial, não só a mim, como a minha família. Ali é um amigo para toda a vida. Sou muito grato ao Minotauro, e hoje estou lutando por ele também. Além de amigo, sempre fui muito fã do Rodrigo. O Rogério é um cara fora de série. São irmãos meus. Antes de eu começar a lutar, via o Minotauro em revistas e fiquei fã. Hoje, é um dos meus melhores amigos e ele tem muita importância em minha carreira.
F5 News – Seu treinamento é feito por conta própria, mas o vínculo com o Team Nogueira e com a American Top Team é algo muito valorizado por Antônio Pezão. Eles influenciaram no grande lutador de hoje?
Bigfoot – Eu faço meus próprios “camps” (sessões de treinamento com foco em lutas), e sou ligado ao pessoal dos Nogueira. Só que eu moro na Flórida e a American Top Team é próximo à minha casa, também me liguei a eles. Eu luto pelas duas equipes. O Team Nogueira e a American Top Team são minha família.
F5 News – Sobre a última luta contra Cain Velasquez. Yamazaki errou ao parar a luta?
Bigfoot – Com certeza. Ele foi falho, mas o ser humano faz isso por sua natureza. Ninguém é perfeito. Ele é um grande árbitro, mais que qualificado e competente. Mas, errar é humano e todos erram. É tudo muito rápido. Você tem que julgar na hora o que está acontecendo e isso remete a cada um. Ele achou que estava certo, mas estava errado. Só que isso é página virada. Agora é lutar e trilhar o caminho do cinturão novamente.
F5 News – O que é o esporte e o que ele significa para você?
Bigfoot – O esporte é o que faz o ser humano se tornar cada dia melhor. O esporte faz bem ao corpo, à alma. O esporte é tudo para mim e minha família, minhas filhas, minha equipe. Eu acredito que o esporte é o mecanismo de transformação da sociedade. O esporte faz com que tenhamos jovens fora das drogas, dos maus caminhos. Evita que as pessoas se desviem e forma verdadeiros cidadãos de bem. O esporte é a prova da superação do ser humano.
Imagem: Josh Hedges / Zuffa LLC
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