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Pontes de Aracaju: interligando desenvolvimento
Encurtar, facilitar e desenvolver. 158 anos são somente o começo
Economia 15/03/2013 10h26


Por Sílvio Oliveira

Escrevi um artigo publicado no Jornal Correio de Sergipe em 2010, intitulado “Pontes de Aracaju – Encurtar, acessar, desenvolver”. E não é que observando alguns textos escritos por mim, percebi que de 2010 para cá os sergipanos ganharam mais duas grandes pontes: Joel Silveira e Gilberto Amado. Continuo afirmando que são premissas básicas de uma ponte: o encurtamento de distâncias, a facilidade de acesso e tráfego, além do desenvolvimento econômico e urbanístico da região.

Foi assim com a construção da ponte Godofredo Diniz (foto ao lado1), ligando o bairro 13 de julho à Coroa do Meio; com a ponte José Rolemberg Leite, sobre o rio do Sal, ligando Aracaju à Nossa Senhora do Socorro; a ponte Construtor João Alves, ligando Aracaju à Barra dos Coqueiros. E agora com as ponte Joel Silveira (foto abaixo2), ligando o Mosqueiro à Itaporanga D’Ajuda, e a Gilberto Amado, interligando Estância a Indiaroba.

Se voltarmos ao passado, a ponte sobre o rio Poxim, que poucos conhecem com seu nome de batismo (Godofredo Diniz), foi projetada e executada na então gestão do prefeito de Aracaju João Alves Filho, em meados de 1977. A aposta seria interligar a Coroa do Meio ao Centro de Aracaju, acreditando que o bairro se transformaria numa área de expansão habitacional.

O objetivo foi cumprido 33 anos depois quando a ponte tornou-se um canal de escoamento e principal m

eio de se chegar à zona litorânea da Atalaia. Ela liga os principais bairros da capital a shopping, hotéis, restaurantes, sendo seu traçado arquitetônico um marco para a capital e demonstrando significativa relevância para o trânsito da cidade.

Não é diferente a história da ponte sobre o rio do Sal, denominada ponte José Rolemberg Leite, inaugurada em 2004, mas projetada anos antes na gestão do governador Albano Franco. Apostou-se que a ponte seria o elo de integração entre os dois municípios (Nossa Senhora do Socorro e Aracaju) e através dela encurtaria a distância com a passagem do transporte público regular e o aporte de indústrias na grande Aracaju. Dito e feito. A ponte é um marco no tráfego de veículos daquela região e facilita o acesso à capital, criando mais uma via de desenvolvimento. Um shopping e novas indústrias também chegaram por ali.

No mesmo ano, exatos 27 de setembro de 2004, iniciou-se mais uma obra de importância para os aracajuanos. Começou o primeiro bate-estaca da ponte Construtor João Alves, avançando em três frentes sobre o rio Sergipe: uma na Barra dos Coqueiros, outra em Aracaju e a terceira, no leito central do rio.

Pensou-se inicialmente em fazê-la na embocadura do rio Sergipe, nas proximidades do shopping Riomar, mas os estudos identificaram a área como instável para a obra, devido à forte inconstância geográfica e presença do mar.

Logo o bairro Industrial foi o local encontrado para sediá-la. A ponte foi inaugurada em 2006, em emaranhado de polêmica sobre sua necessidade e custo/benefício. Controvérsias a parte, há um dese

nvolvimento imobiliário em ascensão em pouco menos de sete anos de inaugurada e, através de um olhar visionário do projetista, iniciou-se a tão propagada interligação do litoral de Sergipe.

Quatro anos após a inauguração da ponte Construtor João Alves, mais precisamente em 2010, os aracajuanos se renderam a mais uma obra marcante na história de Aracaju, ou melhor ,do Estado: a ponte Joel Silveira.

Como encurtar, acessar e desenvolver são as premissas básicas, a Joel Silveira não foge a regra e tenta trazer mais desenvolvimento turístico e urbanístico para a região. Não se questiona que facilitou o acesso ao Litoral Sul de Sergipe: Caueira, Abaís e Saco além da “baiana mais sergipana” Mangue Seco; As praias ficaram bem mais próximas dos sergipanos e turistas. Imagine só o litoral nordestino totalmente interligado por uma rodovia litorânea?

É o que também pretende o mais novo xodó entre as pontes: a Gilberto Amado. Em janeiro de 2013 a presidente Dilma Roosseff veio à Sergipe para agraciar-nos com mais uma estrutura de integração entre sergipanos e baianos. Conta-se que Aracaju ficou mais próxima de Salvador, por via costeira, reduzindo em 30 km a distância entre as capitais, criando um importante eixo rodoviário entre Sergipe e Bahia, e desafogando o trânsito da BR-101. A aposta é que não demorará muito para acontecer um ‘boom’ imobiliário, igualmente ocorrido na Barra dos Coqueiros. Desenvolvimento... Só o tempo irá dizer, mas é fato: ganha o povo sergipano com a facilidade no acesso.

Pontos fortes

A boca miúda, especula-se que a tão sonhada ligação do litoral nordestino ainda não é para agora, já que as negociações feitas para a  construção da ponte ligando as cidades de Neópolis (SE) à Penedo (AL) foi trocada pela construção de uma nova ponte com a duplicação da BR 101, no município

de Propriá (SE).

A história das pontes de Aracaju confirma que aspectos positivos (facilidade de acesso, aporte de novos equipamentos turísticos, criação de novos roteiros e o denominado “boom” imobiliário desenvolvimento sustentável) se sobressaltam aos negativos (impacto ambiental, crescimento desenfreado e, especulação imobiliária).

Economicamente e urbanisticamente não há o que questionar: pontes são sobresselentes, bem-vindas.  Que venham mais pontes necessárias ao desenvolvimento e a fluência do trânsito. Que mude o traçado urbanístico para melhor e se criem mirantes de observação para um promissor crescimento econômico. Que encurtem distâncias e promova melhoria das condições sociais dos aracajuanos. Que o meio ambiente esteja em unissonidade com os pilares de concreto. Só assim, 158 anos são somente o começo do desenvolvimento que virá sobre pontes, ampliando o desenvolvimento da capital e melhorando a qualidade de vida de seus munícipes.

Fotos: Sílvio Oliveira (foto principal, 1 e 3)

Vítor Ribeiro ASN (foto 2)

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