Foodparks se espalham por Aracaju, aderindo à tendência mundial
Na capital, já são cerca de 12 estabelecimentos no formato dessa modalidade Economia | Por Ana Carolina Alves 24/06/2023 19h00Há cerca de seis anos, quem morava em Aracaju e queria ir a algum lugar que ofertasse variedade de restaurantes e lanchonetes, as opções na capital sergipana se limitavam aos shoppings centers.
Mas um fenômeno recente mudou a cara dos negócios gastronômicos para sempre. Os foodparks são modelos de negócios derivados dos foodtrucks, caminhões, trailers e vans que funcionam como lanchonetes, em geral dispostos ao ar livre. Ficaram populares por sua diversidade, capaz de atender a variados gostos e limitações financeiras, trazendo desde fast food à culinária sofisticada, de churrasco à comida vegana.
Antes de chegar ao Brasil, os foodparks e os foodtrucks já eram sensação nos Estados Unidos, por ser uma versão despojada e moderna de servir comida, em geral a preços razoáveis.
Só em Aracaju, existem ao menos 12 estabelecimentos autointitulados foodparks. A propagação desse modelo de negócios na capital sergipana chegou a virar meme em redes sociais.
eu amo aracaju mas as vezes essa cidade não me ajuda... uma amiga vai trazer a namorada de fora pra cá e só consigo pensar que as atrações de aracaju se resumem a foodparks kkk
— a lendaria otaria (@2fingersplease) January 7, 2020
tenho a impressão que aracaju vai se acabar em foodpark
— raquel (@nezedr) August 5, 2022
Aracaju simplesmente tomada por foodpark’s. Piscou? Nasceu um.
— ?AM (@svmlvv) January 11, 2023
Rentabilidade justifica crescimento
O empresário Conrado Moraes, um dos idealizadores do Boulevard Foodpark, entre os primeiros no estilo a aportar em Sergipe, contou ao F5 News como se interessou pela proposta. “A ideia surgiu em meados de 2016, observando a tendência nas principais cidades da Europa e a ausência até então desse modelo em Aracaju. Percebemos que era uma transformação dos ambientes de comida pela multiplicação dos foodtrucks à época”, disse ao portal.
“As principais vantagens são a variedade de comida de rua no mesmo local, ambiente despojado e compartilhado e preços mais em conta”, avalia Conrado.
O hoje vereador Fabiano Oliveira, antes de adentrar a esfera política, já se destacava como empresário. Na juventude trabalhou na padaria de seus pais e, precocemente, estabeleceu uma relação direta com os serviços voltados à alimentação, posteriormente estendida ao entretenimento e ao turismo. Como se sabe, ele traz no currículo várias realizações no setor, entre as quais o título de "pai do Pré Caju".
Não admira, portanto, que Fabiano tenha aderido a esse ascendente modelo de negócios gastronômicos. “A ideia de trazer um foodpark foi pensando na tendência do momento. Esses espaços recreativos e de alimentação estão ganhando força e como esse espaço correspondente no Parque dos Cajueiros estava parado, pensei em dar ainda mais vida à localidade e colocar o Mauí Food Park”, relatou ao F5 News.
Fabiano Oliveira enfatiza que o modelo foodpark representa uma oportunidade viável de investimento.. “O microempreendedor que tiver uma visão de crescimento, e achar que o foodpark combina com o seu negócio, pode procurar a gente. Inclusive nós realizamos mensalmente, no espaço do Maui mesmo, uma feirinha para impulsionar esses microempreendedores", disse.
O empresário comenta vantagens do modelo. "Além de ter o seu negócio concentrado em um ambiente com fluxo de pessoas, ele também tem a possibilidade de impulsionar ainda mais a sua marca”, completa.
O colunista do F5 News Márcio Rocha, economista e especialista em empreendedorismo, também entende os foodparks como um bom investimento. “A economia se fortalece com o mercado de foodparks, com a variedade de empreendimentos que atendem aos mais diversos paladares, com proximidade de complexos habitacionais, onde está o público consumidor. E o que a pessoa quer é comodidade, local seguro e preço atrativo”, disse ao portal.
Ele destaca que esse é um mecanismo importante no campo da geração de emprego e renda para as famílias, além de movimentar o mercado imobiliário com aluguel de espaços. “Acredito que esse modelo de negócio, que é uma evolução do mercado de comida sobre rodas, os foodtrucks, vai continuar elevando sua participação no mercado e ganhando frente em vários pontos de Sergipe”, afirmou ao F5 News.
Estagiária sob supervisão da jornalista Monica Pinto