Entidades empresariais e prefeitos expõem preocupação com reforma tributária
Senador Laércio e FNP, presidida por Edvaldo Nogueira, criticam pontos da proposta Economia 20/06/2023 20h16 - Atualizado em 20/06/2023 20h19O aumento nos impostos sobre o setor de serviços, a falta de um texto sobre a reforma tributária e a pressa em votar a proposta na Câmara dos Deputados traz insegurança e preocupação para diversos setores da economia, prefeituras e governos estaduais. O alerta foi feito por parlamentares, lideranças empresariais e prefeitos em seminário para discutir os rumos e avanços da Reforma Tributária, organizado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em Brasília, nesta terça-feira (20).
Durante o encontro, o senador Laércio Oliveira (PP-SE) elogiou a disposição do Congresso em buscar uma solução para simplificar o atual modelo e modernizar a cobrança de impostos, mas lamentou a falta de clareza nas discussões sobre a PEC 45, em análise na Câmara. O senador sergipano defendeu uma mobilização contra a possibilidade de aumento na carga tributária, que pode prejudicar o consumidor e atividades como o comércio, transporte, saúde, educação e turismo.
Para compensar a elevação dos tributos e combater o desemprego, Laércio também apoiou a desoneração da folha de pagamentos das empresas. “Chegou a hora do enfrentamento. Que reforma é esta que quer aumentar os impostos dos setores que mais empregam e geram 70% do PIB. Nós estamos começando uma cruzada porque a sociedade não aguenta pagar mais impostos”, justificou Laércio.Críticas
No mesmo sentido, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) disse que a PEC em discussão é um salto no escuro e vai sobrecarregar o setor de serviços. “Precisamos de uma reforma que preserve a carga tributária, que mantenha o que cada um paga. A PEC 45 é uma garantia que vai aumentar os impostos e tumultuar a economia”, disse.
O senador Efraim Filho (União-PB) concordou que atual sistema tributário é arcaico e obsoleto, mas manifestou a preocupação com a falta de um texto consolidado para análise. Presidente da Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, Efraim argumentou que a reforma deve ser feita para melhorar a vida dos contribuintes que pagam os impostos, e não de quem cobra.
Os representantes das maiores entidades empresariais e de associações comerciais de todo o país apontaram a preocupação com a elevação dos tributos sobre os serviços e alimentos, com impactos negativos sobre os empregos e o desenvolvimento regional. Também defenderam um tratamento diferenciado para os setores que mais contratam e temem ser prejudicados com as alterações na lei.
“Defendemos as alíquotas variáveis, como é feito em todos os países da OCDE. O único país que não tem alíquota diferenciada é a Dinamarca, que tem uma realidade única no mundo. Pedimos também a compensação de folha”, explicou João Diniz, presidente da Cebrasse, a Central Brasileira do Setor de Serviços, que representa cerca de 80 entidades patronais com mais de 12 milhões de trabalhadores formais.
Estados e municípios
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), presidida pelo de Aracaju, Edvaldo Nogueira, representa municípios com 61% da população brasileira e 74% do PIB nacional. A entidade se manifestou contra vários pontos da PEC 45, a exemplo da extinção do ISS. As prefeituras e governos estaduais temem que a proposta afronte a autonomia dos estados e municípios e, por extensão, o Pacto Federativo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reafirmou o compromisso de pautar a votação da reforma no plenário na primeira semana de julho.
Fonte: Assessoria de Comunicação