Corte de energia pode trazer prejuízos para safra de arroz em Sergipe
Fornecimento foi suspenso por falta de pagamento Economia 03/07/2015 15h42Por Aline Aragão
A situação dos produtores dos perímetros irrigados na região do Baixo São Francisco não é das melhores, e faz tempo. E como se não bastasse, desde ontem (02), os perímetros irrigados de Propriá, Pindoba e Cotinguiba tiveram a energia cortada, o que poderá trazer prejuízos para a safra de arroz.
Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Propriá, Aelson Santos, o motivo foi o não pagamento por parte da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a concessionária de energia elétrica (Energisa).
Como forma de protesto, os vereadores aprovaram uma Moção de Repúdio, de autoria do vereador Jurandir Santos, contra a Codevasf, e pretendem levar o caso ao Ministério Público Estadual e ao Federal. “Junto com a Moção, vamos anexar um relatório de toda situação e levar para o Ministério Público, o que não podemos é permitir que essa situação continue”, explicou.
De acordo com o presidente da Câmara, o corte de energia pode gerar um prejuízo milionário para os produtores ribeirinhos, sem falar no comprometimento da safra. Só no perímetro Propriá, são 350 produtores, Nos perímetros Pindoba e Cotinguiba são 400. “Além do arroz, temos aqui uma das maiores produções de alevinos do estado, o que também está sendo prejudicado”, lamentou.
Outros problemas
Mas apesar de grave, o corte de energia representa apenas uma parcela pequena na rotina dos produtores. Para se ter uma ideia, das 12 bombas para captação de água, apenas uma funciona, e, segundo o vereador, de forma improvisada: amarrada com corda. “Desde julho do ano passado, ouvimos da Codevasf que está sendo realizada uma licitação para a compra de novas bombas, passou um ano e a situação é mesma”.
Outro problema apontado por Aelson Santos diz respeito à falta de manutenção nas comportas do riacho Jacaré [afluente do rio São Francisco que sofre com a degradação causada pela poluição], que não abrem há mais de 18 anos. “Com as comportas emperradas, se tiver uma chuva forte pode inundar tudo aqui”, alertou.
Codevasf
Em nota a Codevasf informou que o fornecimento de energia foi suspenso ontem (02) e que de imediato foram adotadas todas as medidas possíveis para a regularização do problema, o que resultou na religação das estações de bombeamento nesta sexta-feira (03).
A empresa esclareceu também que a falta de pagamento à Energisa ocorreu devido a ausência de repasse de recursos financeiros do Governo Federal. E que a Superintendência Regional da empresa vem, há mais de 30 dias, solicitando junto à presidência da Codevasf e ao Ministério da Integração Nacional o repasse de recursos e não está medindo esforços para solucionar definitivamente o problema o mais rápido possível.
De acordo com a nota estão em aberto as faturas de cobrança do fornecimento de energia elétrica dos perímetros Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume referentes aos meses de abril e maio, no valor total de R$ 379.703,16. E que a empresa pediu à Energisa um prazo de 15 dias para o pagamento.
- Sobre os problemas com as bombas de captação e as comportas, confira na íntegra o que disse a empresa.
"Em relação à necessidade de reabilitação de eletrobombas, a Codevasf esclarece que contratou o serviço para a reabilitação de 51 conjuntos de eletrobombas nos perímetros Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume. Há um mês, a companhia definiu junto com os Distritos de Irrigação um cronograma para a reabilitação dos equipamentos, atendendo às demandas apontadas pelos próprios produtores. Serão investidos R$ 2,1 milhões no serviço.
Além disso, a Codevasf irá investir cerca de R$ 3,2 milhões para a adequação dos sistemas de captação de água dos perímetros irrigados em Sergipe em virtude da redução da vazão do rio São Francisco. O valor será aplicado na instalação de eletrobombas abrigadas em estruturas flutuantes, auxiliando as estações de bombeamento dos perímetros. E serão investidos outros R$ 308,5 mil na aquisição de seis novas eletrobombas, reforçando os sistemas de captação e bombeamento, com processo licitatório já finalizado.
Em relação à demanda sobre as comportas do riacho Jacaré, a Codevasf informa que das cinco comportas, três estão em funcionamento. As outras duas aguardam reparos, que devem ocorrer quando do aporte de recursos por parte do Governo Federal para novos investimentos nos perímetros irrigados do Baixo São Francisco."
*Com informações da Codevasf
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