O Governo Federal antecipou o 13° salário para mais de 30 milhões de aposentados e pensionistas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O calendário de pagamento começou na quinta-feira (25), para aqueles que recebem até um salário mínimo, e prossegue a partir do próximo dia 1°, para quem ganha mais de um. Os pagamentos serão realizados a partir da ordem determinada pelo final do número do NIS, até o dia 7 de junho. 

O Governo Federal estima que, só na região Nordeste, sejam mais de 8,38 milhões de antecipações do 13º e os repasses ultrapassem a faixa de R$ 13 bilhões. É a segunda região do país com o maior número de benefícios antecipados e recursos transferidos. 

Em Sergipe, a perspectiva é de que sejam injetados na economia cerca de R$ 536 milhões, a partir de mais de 322 mil depósitos antecipados do abono anual para aposentados e pensionistas do INSS.

O anúncio da antecipação do 13° sempre gera uma expectativa para aqueles que irão receber e para os setores produtivos de modo geral, uma vez que viabiliza maior poder de compra e a quitação de dívidas. Essa é a prioridade, por exemplo, de Maria Nair Calasans dos Santos, de 75 anos, viúva pensionista do INSS desde 2015.  Questionada pelo F5 News sobre o encaminhamento que daria ao dinheiro extra, ela resumiu: “Pagar as dívidas do cartão. Mas também comprar coisas pra mim, fazer uma viagem para curtir o São João e aproveitar para visitar o filho”. 

Osvaldo Gomes do Nascimento, de 80 anos, é aposentado desde 2005. Ele relatou ao portal que, ao deparar-se com a notícia de que haveria antecipação do 13° salário, pensou nisso como um complemento de renda, já que precisa do dinheiro para comprar medicamentos e pagar as contas em dia. 

O F5 News conversou com um consultor financeiro para entender a melhor forma de administrar o dinheiro antecipado. 

  Márcio Souza, pós-graduado em Finanças, enfatizou ao F5 News que o 13º salário é uma oportunidade para aposentados e pensionistas reorganizarem suas finanças. No entanto, é essencial adotar planejamento e alguns cuidados ao decidir como utilizar esse dinheiro extra. 

“Construir ou aumentar sua reserva de emergência, que é fundamental para lidar com imprevistos financeiros. Utilize parte do adiantamento para criar ou reforçar essa reserva, que deve ser de três a seis meses de despesas essenciais. Dessa forma, você terá tranquilidade em possíveis emergências e evitará o endividamento desnecessário”, recomenda o consultor financeiro.

Ele também sugere que o beneficiário aproveite para quitar as dívidas. “Reduzir ou eliminar dívidas é sempre uma decisão inteligente. Faça isso priorizando o pagamento de dívidas com juros elevados, como cartão de crédito em atraso e empréstimos pessoais. Ao fazer isso, você reduzirá o montante de juros pagos a longo prazo, fazendo sobrar dinheiro para outros objetivos importantes”, completou Márcio Souza ao F5 News. 

O consultor alerta para a necessidade de cautela com essa entrada financeira pois, se não administrada de maneira correta, terá impactos negativos em um futuro breve. "Se o dinheiro não for utilizado com planejamento, poderemos ter no final do ano uma economia menos aquecida e os beneficiários com menos recursos à disposição para gastos de final e início do próximo ano”, ressaltou ao portal. 

Estagiária sob supervisão da jornalista Monica Pinto