Com alta dos juros, mercado espera queda nas vendas de imóveis em SE
Sindicato dos Corretores estima que retração seja de, no mínimo, 10% Economia 06/05/2015 17h00Por Fernanda Araujo
As novas regras para o financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal começaram a valer na última segunda-feira (04). O que não muda são as operações de financiamento de habitação popular. A Caixa reduziu o limite de crédito e, no caso de casas e apartamentos financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a parcela dos recursos caiu de 80% para 50%. O Banco do Brasil também reajustou os juros das linhas de crédito para habitação.
Os imóveis financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) passaram de 70% para 40%. Ou seja, os consumidores terão que dar de entrada até 60% do valor na compra de moradias usadas. A justificativa para a mudança, segundo a instituição, é que está havendo escassez de recursos da caderneta de poupança.
Mas, para os corretores, essa medida irá provocar uma retração no mercado imobiliário, diminuindo as vendas e afetando também os preços das propriedades. O presidente do Creci-SE, Sérgio Sobral, avalia que será uma grande perda se levar em conta que o mercado imobiliário equivale a 18% do PIB.
O mercado sergipano está temeroso. Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Sergipe, Marcos Moreira, nos primeiros meses desse ano houve desaceleração de vendas, cenário que tende a piorar. As vendas devem cair, no mínimo, 10%. Enquanto isso, a quantidade de imóveis no mercado é grande, inclusive, houve desaceleração em lançamento de novos imóveis.
“Aquela pessoa que iria hoje comprar um imóvel de R$ 100 mil, vai precisar dos 50% e mais os custos que da transferência do imóvel. Ou seja, se hoje está comprando o imóvel usado vai precisar em média 60% em cash para poder fazer a transferência e comprar o imóvel, isso se tiver condições de fazer financiamento pela renda dele. Eu espero que outras instituições bancárias (Santander, Bradesco) comecem a abrir linha de crédito para financiamento de imóvel. Vai depender muito da instituição como vai trabalhar”, explica.
Entidades de classe a nível nacional estão se mobilizando para reverter o que já foi adotado e evitar novas surpresas do gênero. O Sistema Cofeci-Creci orienta aos clientes que façam simulações de financiamento em, no mínimo, três instituições bancárias diferentes e, antes de comparar qual a melhor opção de crédito, esgotar todas as possibilidades de negociação com quem disponibilizou o imóvel ao mercado.
Com informações do Sistema Cofeci-Creci
Foto: Sílvio Oliveira/arquivo F5 News
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