Religiões afro fazem festa para Oxossi, São Jorge na igreja católica
Homenagens no candomblé e seguidores na religião católica Cotidiano 23/04/2012 15h59Por Silvio Oliveira
Na igreja católica, São Jorge. Nas religiões de origem afro, ele pode ser Oxossi ou Ogum. No dia 23 de abril os crentes das duas vertentes religiosas imortalizaram o homem da região da Capadócia que matou o dragão para ficar com a princesa. Deixando a lenda à parte, São Jorge, Oxossi ou Ogum é um dos santos ou orixás mais venerados nas duas religiões, por ser considerado guerreiro, protetor, forte e também irradiador da fidelidade.
Em Sergipe, desde o último final de semana que as casas de candomblés promovem festas e ritos para comemorar Oxossi, orixá da fortuna. Nesta segunda-feira (23), no tradicional terreiro de mãe Marizete, haverá a Festa para Oxossi. No Ilê Axé Omim Mafé, em Riachuelo, acontecerá à canjica para o orixá. Já na Sociedade Afro Cultural Terreiro Filhos de Obá, em Laranjeiras, acontecerá a Festa para Ogum.
Fernando Kasideran (foto1), filho de Oxossi do Ilé Axé Dematáni Sahara, informou que todas as casas de candomblé têm suas comemorações especificas e que o dia 23 de abril é uma data importante já que São Jorge é Oxossi em Sergipe. “Seus filhos são estrategistas, organizados, elegantes, por vezes, são considerados explosivos, no sentido de organizar a situação, ter o controle. Ele é flexível, procura se situar e se posicionar. Oxossi é humilde e flexível”, explicou Kasideran, as características dos filhos de Oxossi.
Perguntado o porquê de alguns candomblecistas cultuarem o próprio São Jorge, santo da igreja católica, Fernando Kasideran lembrou que o culto aos orixás iniciou no Brasil nas senzalas, enquanto os negros eram aculturados e catequizados por padres católicos.
Ele explicou também que para enfrentar os donos das fazendas e os padres católicos, os negros colocavam uma imagem de São Jorge no altar e o louvor era feito em ioruba para Oxossi. “Era uma forma de tapear o dono da fazenda. Como ele não sabia ioruba, pensava que estavam cultuando São Jorge, mas, na verdade tinha muitos elementos ligados ao culto dos orixás. O candomblé nasceu nas senzalas, com um santo católico no altar”, ressaltou, informando também que no Sudeste do país São Jorge é Ogum.
Luta e proteção
No catolicismo, São Jorge é considerado o santo da fidelidade, da luta, da fortaleza. É um dos santos originário do exército, das armas. De acordo com a tradição, é um dos santos mais venerados no catolicismo, apensar de não ter nenhum templo que o cultui em Sergipe.
O diácono José Passos da Arquidiocese de Aracaju lembra que ele é pouco divulgado em termo de devoção em Sergipe, mas em outras partes do país, o santo é considerado um dos mais fortes, por ter sido perseguido pelo exercito de Diocleciano. “Por sua fidelidade ao cristianismo, pelo seu amor, pela força e por sua fé, é bastante lembrado”, afirmou.
Passos ainda lembrou que o santo é padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro.
Lembrança essa que fez a cantora Ronise Ramos (foto2) eternizar em tatuagem a figura de São Jorge matando o dragão. Ela afirma não ser católica praticante, mas que tem imagens, fotos e uma grande devoção ao santo. “Lembro da fábula do amor, da sinceridade, da coragem, da fidelidade, do conto da história de um guerreiro, bem cuidado, que matou o dragão para ficar com a princesa. Sou taurina, corintiana e adoro São Jorge. Hoje tomei banho de mar, já cantei logo cedo, fiz orações de proteção”, elencou Ronise Ramos.
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