Polícia prende homem que ateou fogo em mulher grávida em Sergipe
Vítima tem 18 anos e está grávida de cinco meses; crime aconteceu há um mês Cotidiano | Por Aline Aragão 05/11/2021 14h59 - Atualizado em 05/11/2021 16h12Foi preso na tarde desta sexta-feira (5) o homem suspeito de ter ateado fogo na esposa, grávida de cinco meses. José Weverton dos Santos Silva foi preso por equipes do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), no bairro Atalaia, zona Sul de Aracaju.
De acordo com informações da polícia, o suspeito estava trabalhando em um posto de combustíveis no momento da prisão. Ele é investigado por tentativa de feminicídio. O crime foi praticado no dia 7 de outubro passado no bairro Coroa do Meio, em Aracaju. Emilly Rione Fagundes de Lima, 18 anos, teve 60% do corpo queimado e continua internada.
Emilly passou um tempo intubada, lutando pela vida dela e do bebê. Depois de sair da UTI, e recuperar a consciência, a jovem soube que o homem que tentou matá-la não tinha sido preso e continuou levando a vida, como se nada tivesse acontecido. Ela iniciou então outra batalha, desta vez por justiça. Com o auxílio de familiares criou um perfil no Instagram, onde narra o que aconteceu.
Na postagem na rede social, ela diz que estava vivendo um relacionamento abusivo, onde sofria agressões físicas e psicológicas.
“Um dia resolvi dar um basta na relação e voltar a morar com os meus pais, porém, mesmo estando grávida de 5 meses de um filho que também é dele, José Weverton ateou fogo no meu corpo em uma covarde tentativa de me matar e matar a nossa filha. Pela bênção divina de Deus, sobrevivi a esse atentado, mas carregarei sequelas eterna dessa covardia que queimou 60% do meu corpo, da minha alma e dignidade como mulher. Estou internada, ainda em recuperação (que irá se estender por muito tempo), o sofrimento físico é extremo e a dor psicológica é ainda maior, não só em mim como também em toda a minha família”, relata.
Além de todo sofrimento que tem passado em um leito de hospital, a jovem ainda tem que lidar com o fato de que, mesmo depois de um crime tão bárbaro, tão brutal, o principal suspeito seguia livre e impune.
“Hoje eu me sinto um nada, uma pessoa sem dignidade, sem confiança, com medo, traumatizada... E enquanto eu e a minha filha estamos aqui sofrendo as consequências da brutalidade desse monstro, ele permanece solto, vivendo a vida como se nada tivesse acontecido”, diz.
Emilly diz que decidiu expor o que aconteceu com ela como forma de pedir justiça. “Já se passou quase um mês que sofri esse crime e nada foi feito. É triste que além de passar por uma tragédia tão brutal como essa eu (vítima) precise me expor para que algo seja feito”, desabafa.
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De acordo com as investigações e o relato da vítima, José Weverton teria jogado álcool em gel em cima da companheira e depois ateado fogo.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o DAGV representou pela prisão preventiva do suspeito tão logo iniciadas as investigações. "O Departamento também coletou depoimentos e realizou os atos periciais do inquérito, que aponta o companheiro da vítima como principal suspeito da tentativa de feminicídio. As diligências foram iniciadas a partir do registro do boletim de ocorrência do crime, que ocorreu em 7 de outubro".
Segundo a mãe da vítima, os médicos informaram que o estado de saúde de Emilly é bastante delicado e ela se encontra internada em uma Unidade Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital particular na capital.
O suspeito pelo crime foi detido após expedição do mandado de prisão pelo Poder Judiciário e está à disposição da Justiça.