PMs são acusados de espancar casal de mulheres por causa de um beijo
Fato aconteceu no Bloco Rasgadinho e deverá ser levado ao Comando da PM Cotidiano 24/02/2012 15h09Por Sílvio Oliveira
Um fato considerado homofóbico foi levantado nesta quinta-feira (23), quando nas redes sociais o casal Juliana Carvalho, 24, e Lilian Calis, 32, postou fotos de uma suposta agressão cometida por policiais. A violência teria acontecido na última sexta-feira (17), no Bloco Rasgadinho, em Aracaju. Desde que ocorreu o fato, o casal procurou fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Sergipe, mas não tinha médico. Elas também não puderam oficializar o caso na Polícia Militar porque a Ouvidoria do órgão está sem oficial para registrar o caso.
Juliana Carvalho contou que na madrugada de sexta para o sábado, por volta das 3h, saia com a noiva dela e um casal de amigos quando virou, abraçou e deu um beijo em Lilian Calis. Na mesma hora uma viatura da PM ia passando e um policial deu um tapa nas costas de uma delas. “Da próxima vez, passa por cima”, revidou Lilian Calis, em depoimento numa rede social.
Ela ainda conta que os policiais desceram da viatura e começaram a sessão de tortura considerada por elas como homofóbica. “O tenente Adilson e o soldado Castro descem da viatura e começam a nos bater, me jogam dentro de um vão vazio e começam a mim dar pontapés, puxões de cabelo. Minha noiva se joga em cima de mim para tentar aliviar. Eu sempre perguntando para os dois porque estavam fazendo aquilo e as respostas eram das piores possíveis: palavrões de baixo nível. Nós colocaram dentro da viatura e no meio do caminho param. O tenente me entregou o meu "arco" e no mesmo tempo ele e o soldado mim deram um tapa na cara. Nunca na minha vida fui tão humilhada”, comentou Juliana Carvalho.
Ela disse que estavam apenas se divertindo, e um simples beijo incomodou as pessoas, segundo ela, o fato mais terrível, vindo as agressões de policiais. “Agora tenho medo de sair na rua, tenho medo de sair de casa. Uma coisa é certo, estou bem mais forte para enfrentar tudo e todos, o amor prevalece. Homofobia é crime e quando o crime é feito por defensores da lei. Estou fazendo de tudo para que seja feita justiça, para que esses monstros sejam punidos”, desabafa.
Juliana Carvalho ainda declarou que no dia que aconteceu o fato, os policiais levaram as duas para a Delegacia Plantonista e prestaram um boletim de ocorrência contra elas, por desacato a autoridade. “Eles disseram que foi desacato. No mesmo dia saímos com um BO assinado pelo delegado autorizando a procurar o IML para fazer o exame de corpo de delito”, completou, afirmando que hoje (sexta-feira) estiveram no IML, mas não tinha médico. Também estiveram na Ouvidoria da PM e não tinha oficial para ouvi-las.
A assessoria de Comunicação da PM confirmou que não há oficial no dia de hoje (sexta-feira) e que o casal foi orientado a retornar ao órgão na segunda-feira. Conforma a coronel Valéria, se uma pessoal é agredida por policiais é orientada a procurar a Ouvidoria da PM para registrar o fato e ser ouvida oficialmente. O comandante determina que seja aberto um inquérito administrativo para se apurar os fatos. “Não podemos nos pronunciar sem antes apurar os fatos”, finalizou.
Fotos: Arquivo pessoal
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