Pesquisadores da UFS encontram fóssil inédito de dinossauro em Sergipe
Fóssil de um dente foi encontrado na zona rural de Japoatã, no leste sergipano Cotidiano | Por F5 News 09/11/2022 12h11 - Atualizado em 02/01/2023 11h37A Universidade Federal de Sergipe (UFS) informou, nesta quarta-feira (9), que pesquisadores da instituição encontraram o primeiro registro fóssil documentado de dinossauros em Sergipe, em formações geológicas. O fóssil tem apenas dois centímetros, com características dentárias na forma e na textura. Cientistas estimam que a idade do registro seja de aproximadamente 145 milhões de anos.
O fóssil foi encontrado em um afloramento de rochas na zona rural de Japoatã, município do leste Sergipano, e identificado pelos pesquisadores do Laboratório de Paleontologia da UFS.
De acordo com a Universidade, a confirmação foi possível após a realização de análises microscópicas no Laboratório de Paleontologia. A origem do material fóssil pertence à família spinosauridae. Os primeiros resultados do estudo foram publicados no Journal of South American Earth Sciences.
“Apesar do tamanho pequeno, o fóssil encontrado possui características específicas que permitiram a identificação, como o grau e a direção da curvatura que o dente forma e uma ornamentação chamada de flautas na coroa do dente,” explica o professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alexandre Liparini, que à época da descoberta ensinava no Departamento de Biologia da UFS.
Outros fósseis de animais do porte de dinossauros já tinham sido encontrados no território sergipano anteriormente, ainda nos anos 1990, desde lagartos gigantes do grupo dos mosassauros - répteis marinhos contemporâneos aos dinossauros que viveram há pelo menos 65 milhões de anos -, identificados em Nossa Senhora do Socorro, até tubarões e moluscos que viveram há cerca de 100 milhões de ano, em Laranjeiras.
Com a descoberta dos pesquisadores da UFS, agora Sergipe se junta a São Paulo, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Minas Gerais e Goiás como os únicos estados brasileiros que, até então, possuem registros de fósseis de dinossauros em formações geológicas.
Segundo a instituição, além da interpretação paleontológica de vertebrados, o material fóssil também está sendo preparado para análises complementares no Laboratório de Progeologia da UFS, com foco na paleogeografia, que busca reconstituir os ambientes geológicos do passado.
“No momento que entendermos as duas relações, vamos compreender a rota que esses animais estavam seguindo em termos de migração e as mudanças do planeta nesse intervalo de tempo de mais de 140 milhões de anos”, ressalta o professor de Geologia da UFS, Antônio Jorge Garcia.