Na tarde desta terça-feira (16), o Sistema CNC-Fecomércio-Sesc-Senac promoveu uma mobilização contra os artigos 11 e 12 do PLV 09/2023, que prevê o redirecionamento de 5% dos recursos destinados ao Sesc e Senac para o financiamento da Embratur.  O evento ocorreu na Praça Fausto Cardoso, no Centro de Aracaju.

A concentração começou às 15h30 e depois os participantes seguiram em caminhada pelo calçadão da região central até a Praça General Valadão. O "Dia S", como está sendo chamada a mobilização, tem a participação de empresários do comércio, diretores, presidentes de sindicatos associados, colaboradores da Fecomércio, do Sesc e do Senac, alunos de ambas entidades, além de trabalhadores beneficiados pelas ações de saúde, educação e lazer proporcionadas pelo Sistema. . 

A mobilização em Sergipe integrou a realizada em nível nacional pelo Sistema CNC-Fecomércio-Sesc-Senac. 

O presidente da Fecomércio Sergipe, Marcos Andrade, argumenta que, caso o PLV seja aprovado, a população sairá prejudicada. “Serão menos serviços à sociedade, já que o Senac traz gratuidade em 66,67% dos serviços. No ano passado, isso foi o equivalente a R$ 28 milhões, e neste ano a previsão é de mais de R$ 30 milhões de gratuidade”, disse ele ao F5 News. 

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Maurício Vasconcelos, definiu o PLV como um grande retrocesso, e explicou. “Por se tratar de um corte de verbas para instituições que são tão importantes para a sociedade e empresários. São um braço para as pequenas empresas, pois oferecem um serviço que a pequena empresa não tem condições de oferecer”, falou ao F5 News. 

Maurício Vasconcelos ainda lembrou que as pessoas impossibilitadas de comparecer à mobilização desta tarde podem se manifestar contra o corte de verbas das entidades, acessando apenas a internet. “É importante que o cidadão assine o abaixo assinado e convença outras pessoas a fazerem o mesmo”, disse.

Entenda

Os artigos 11 e 12 do Projeto de Lei de Conversão 9/2023, inseridos pela Câmara dos Deputados na Medida Provisória 1147/2022 e em análise no Senado Federal, pretendem direcionar 5% do orçamento do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

A proposta vem sendo alvo de críticas praticamente unânimes, ao ponto de aliar em torno delas, contra o projeto, entidades representativas dos setores produtivos, patronais, e centrais sindicais de trabalhadores. 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) antecipa que, caso os dois artigos do PL sejam aprovados, correm o risco de fechamento 36 unidades do Sesc, com corte de 1.994 empregos. Além disso, deixariam de ser investidos R$ 121 milhões em atendimentos gratuitos, além de outros impactos.

 

“Não podemos ser coniventes com a retirada de recursos do Sistema S, que é direito do trabalhador brasileiro. Como ex-dirigente da Fecomércio de Sergipe e da CNC, não vejo lógica nem posso concordar com esse verdadeiro atentado ao Sistema S", disse o senador Laércio Oliveira (PP-SE) em pronunciamento na Casa.

"Este projeto insensato e improvisado para criar uma fonte de financiamento permanente para a Embratur pode inviabilizar o atendimento gratuito e as ações sociais oferecidas pelo Sesc/Senac por todo o Brasil”, discursou Laércio.

Trabalho com jovens

O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac é responsável por abrir as portas do mercado de trabalho para  muitos jovens, a exemplo de Jordão Patrocínio, que hoje trabalha como Gestor de Tecnologia e teve sua primeira oportunidade no mercado ainda como jovem aprendiz.

“São 5% que fazem muita diferença, que podem fechar muitas unidades do Sesc e Senac no Brasil inteiro, aqui em Sergipe, especificamente, impacta em muitos serviços como no âmbito social, nos cursos. Muitas pessoas vão ser afetadas não só na capital, mas como também no interior do estado”, disse ao F5 News. 

Para Elissandra Santos, funcionária do Hotel Sesc, a grande preocupação é com as oportunidades e empregos que podem ser perdidos, caso os artigos sejam aprovados. “A gente acha injusto porque a gente tem tudo no Sesc, muitas pessoas podem ficar desempregadas, somos contra porque temos medo de perder”, comentou.

O empresário Levi Oliveira considera a mobilização fundamental para o fortalecimento do Sesc e do Senac. "São instituições que beneficiam milhares de pessoas não só em Sergipe, mas em todo o Brasil. Os recursos que pretendem tirar do Sesc e do Senac fariam uma diferença enorme para a sociedade e para a economia brasileira. Não podemos aceitar o que estão querendo fazer e acho que devemos sim lutar para que esses recursos não sejam desviados", disse ao F5 News.

Nos perfis da Fecomércio Sergipe nas redes sociais, lideranças de outras entidades representativas dos setores produtivos, também vêm se manifestando contra a aprovação dos artigos. Confira alguns depoimentos.

 

 

 

 

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