Moradores destroem bancos de praça para espantar drogados
A Polícia Militar é acionada várias vezes, mas não resolve o problema Cotidiano 23/10/2011 11h14Por Joedson Telles
A foto que o internauta vê ao lado espelha bem mais que meros destroços ao chão. Simboliza a indignação que paira nas pessoas que residem nas proximidades da praça Uriel de Carvalho, no conjunto Médici I, na zona Sul de Aracaju. Cansados de denunciar à Polícia Militar a frequente presença de um grupo de rapazes usando drogas no local, mas sem obter uma resposta eficiente do Estado, os moradores foram obrigados a destruírem os bancos da praça com as próprias mãos, na tarde do sábado (22). Como forma de proteger os moradores de uma possível retaliação por parte dos drogados, essa matéria não revelará nome de ninguém.
“Está no fundo do poço. Ninguém tem mais sossego aqui. Eles fumam maconha pela manhã, à tarde, à noite, de madrugada. A gente está em casa e, de repente, sente o fedor da droga. Eles não se preocupam com nada. Não respeitam ninguém. Sentam (sentavam) nos bancos e pronto. Se você sair de casa e olhar para eles, eles encaram. Quando alguém chama a polícia, eles já sabem como disfarçar: escondem a droga no pé dos bancos, nos cantos dos alambrados da praça, dão um jeito de se livrar. A polícia, às vezes, ainda faz a revista, mas, às vezes, nem desce do carro: olha e vai embora. Isso quando aparece. É lamentável. Concordo com os vizinhos que destruíram os bancos”, diz um morador.
Além do incomodo de sentir o cheiro da droga, os moradores temem pela segurança, sobretudo, dos seus filhos. “Qual é o pai ou a mãe que fica traquilo em casa sabendo que um filho, para voltar da escola, precisa passar bem próximo a um grupo de maconheiros? Imagine uma filha sua nesta situação? Está vulnerável. O cara drogado é capaz de tudo: mexer, matar, roubar... Você não tem o que fazer. É uma situação difícil que nunca tínhamos vivenciado aqui. E ninguém pode ficar botando esse povo para correr, para não ficar marcado. São bandidos e podem fazer o mal. Eles sabem quem é você, seus filhos, onde moramos... e nos só sabemos apenas que eles usam drogas na praça”, lamenta uma moradora.
Aos olhos do internauta mais atento, ao extinguir os bancos, mesmo com a desculpa de espantar os usuários de drogas, os moradores cometeram um crime, já que destruíram um patrimônio público. Certo? Nem tanto. Os bancos foram feitos pelos próprios moradores que os destruíram. “A praça foi reformada ainda na gestão de Jackson Barreto. E, de lá para cá, ninguém mais se preocupou em reformá-la. Esta abandonada sem segurança e estrutura. Se a Prefeitura reformasse e a polícia garantisse a tranquilidade do local..., mas parece que o poder público não se preocupa muito com isso”, lamenta outro morador.
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