Médico admite que tentou impedir contratação de neurocirurgiões
Delatado por Gilmar Carvalho, ele atribui denúncias ao ex-sócio, o médico Rilton Moraes Cotidiano 24/08/2011 21h18Por Sílvio Oliveira
A polêmica criada com as denúncias feitas, nesta quarta-feira (24), pelo deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) em seu programa de rádio, acusando o neurocirurgião Erik de Souza Barboza de ter tramado para levar o caos à neurocirurgia do Hospital de Urgência de Sergipe governador João Alves (Huse), parece estar só começando. O neurocirurgião Erik de Souza Barboza diz que as denúncias são fatos ocorridos no ano passado, que podem ter sido originados de um e-mail de uma apresentação, supostamente, escrita pelo também neurocirurgião e ex-sócio dele, Rilton Morais.
Erik questiona o porquê de só agora essas denúncias virem à tona, e supõe que a questão deve ter sido motivada pela destituição da sociedade que mantinha até o ano passado com o médico Rilton Morais. “Posso afirma com certeza porque era sócio, havia uma prestação de serviço no Hospital Cirurgia, em que eram destinados R$ 155 mil/mês para empresa”, disse, confirmando ter problemas pessoais com o também neurocirurgião Rilton.
“Um e-mail formulado com fatos no início do ano passado, que vieram a público somente agora? Quais os motivos desses fatos estarem vindo a público neste momento? É essa interrogação que fazemos... Existe um problema pessoal meu com esse colega (Rilton Morais). Eu era sócio de uma empresa juntamente com ele e outros colegas. Pedi para me afastar e entrei com uma ação civil de destituição de sociedade, porque não houve entendimento para receber a minha parte. Entrei na Justiça, desde então, particularmente, venho sendo marcado”, acredita.
O médico Rilton Morais, por sua vez, disse que a apresentação realmente existe e foi socializada somente para a comunidade médica. O conteúdo da apresentação são os problemas enfrentados pela neurocirurgia em Sergipe, com emails, fatos de jornais e informações sobre a mau conduta profissional de alguns médicos . “Ele não pode dizer que o email é meu. Não tem nada a ver com o problema com a sociedade. Quem não quis formar a cooperativa, ele tenta denegrir”, defende-se.
A cooperativa a qual Rilton Morais se refere foi citada por Gilmar Carvalho na denúncia feita hoje (24/08). Gilmar Carvalho disse que o médico, após pedir demissão, tentou formar a cooperativa. Erik de Souza assegura que ideia surgiu depois da demissão, cujas razões foram explicitadas em documento assinado pelos oito médicos demissionários e encaminhado para as entidades médicas.
“Eu, particularmente, defendi, mas o motivo não foi formar uma cooperativa... A cooperativa surgiu como uma opção, já que o estatuto da Fundação (Hospitalar de Saúde) previa a contratação tanto de pessoa física ou jurídica. Em nenhum momento ninguém foi coagido a pedir demissão para fazer parte, até porque a cooperativa não seria a primeira. Existem cooperativas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, neonatologistas; no João Alves, anestesistas, e entre as cooperativas existem pessoas que tem vínculos com o Estado. Nada impedia do médico prestar serviço pela cooperativa e continuar com seu vínculo com o Estado. Até então não havia surgido ação de civil pública, proibindo a contratação de PJ (pessoa jurídica)”, explicou.
Erik de Souza lamenta o fato do deputado Gilmar Carvalho não ter o ouvido e assumir a apresentação, supostamente apontada por ele feita pelo médico Rilton Morais, como verdade absoluta. “Tem uma série de acusações que são feitas na apresentação, inclusive algumas sem provas. Com o tempo posso mostrar que não são daquela maneira e foi tido como verdade absoluta. Acredito que os fatos relatados tenham sido do e-mail, porque há singularidade das informações. Não tenho como provar que Gilmar tenha recebido o e-mail, mas são muitos semelhantes. Se o deputado tomou como verdade, as afirmações feitas nessa apresentação elaborada por Rilton, eu lamento que ele tenha agido dessa maneira sem ouvir o outro lado, sem ouvir a minha versão, mas não tenho nada contra e não pretendo entrar na Justiça contra o deputado, nem pretendo processá-lo”, finaliza. Ao fazer a denúncia hoje, Gilmar afirmou que o médico tem todo o espaço que quiser no programa para sua versão.
Em relação ao fato de tramar a não vinda de médicos de outros Estados para ocupar a vaga dos oito médicos demissionários, inclusive a dele, Erik de Souza informou que não tem poder de impedir a vinda de ninguém, mas confirmou que entrou em contato com colegas de outros estados. “Eu particularmente me achei no direito de pedir solidariedade aos colegas de outros estados, para que não interferissem na negociação, já que, no nosso entendimento, a prata da casa teria que ser valorizada. Em nenhum momento os colegas de fora foram impedidos de vir. Eu não tenho esse poder. Pelo que eu vi na entrevista, estão me atribuindo muito mais poder do que tenho”, salienta.
Quantos às denunciam de que Erik de Souza e os sete médicos voltaram ao trabalho sem novo concurso público, ele explicou que houve uma intervenção do Ministério Público no caso. “Nós voltamos por intervenção do Ministério Público. Houve uma denúncia de uma morte de um paciente, por conta da demora no atendimento. Depois dessa denúncia, o MP entrou como intermediador e houve um acordo nas negociações para que não se prolongasse. Houve um acordo para que houvesse nosso retorno pelo concurso, por entender o MP e a Fundação, que seria um vínculo não precário”, relatou.
Gilmar: médico tramou para levar caos à neurocirurgia do Huse
Fato aconteceu na manhã desta sexta-feira (27). Suspeito foi flagrado pela SMTT
Criminoso praticava delitos, enquanto cumpria pena em presídio semiaberto
Beber e dirigir foi a causa principal de 3.507 sinistros de trânsito de janeiro a novembro. PRF reforça fiscalização para o Ano Novo
Capital sergipana deve ter dia com sol entre nuvens, sem chuva