A ansiedade é uma emoção comum, porém muitas vezes mal compreendida, que afeta pessoas de todas as idades e contextos. Segundo o ranking divulgado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no ano de 2023, 9,3% da população brasileira sofria com esse transtorno.

Recentemente, a discussão sobre a ansiedade ganhou destaque nas redes sociais com o lançamento do filme "Divertidamente 2", que explora de maneira lúdica as complexidades das emoções humanas, incluindo a ansiedade. A sequência do aclamado filme da Pixar traz à tona questões universais como a busca pelo equilíbrio emocional e a importância de aceitar os sentimentos negativos. 

Compreender as emoções, como demonstrado no filme, é crucial não apenas para nossa compreensão pessoal, mas também para promover relações interpessoais saudáveis e um bem-estar emocional duradouro. Ao reconhecer e aceitar a complexidade das emoções humanas, podemos aprender a lidar melhor com nossos próprios sentimentos e a interpretar as reações emocionais dos outros com mais empatia e compreensão. 

Mas então, o que seria a ansiedade? É uma reação natural do corpo ao estresse, caracterizada por sentimentos de preocupação, nervosismo ou medo em relação a eventos futuros ou situações desconhecidas. Para a psicóloga Tâmara Feitosa, a emoção está relacionada ao sentimento de ficar nervoso antes de uma prova. “É como se sentir muito preocupado ou assustado com algo que pode acontecer, mesmo que a gente não saiba ao certo o que é. É como estar nervoso antes de uma prova, só que esse nervosismo não vai embora”, afirma.

É uma emoção que, quando não controlada, pode acabar impactando tanto o bem-estar emocional quanto o físico, podendo se manifestar de diversas formas - desde preocupações persistentes e medos irracionais até sintomas físicos como palpitações e tensão muscular.

“A ansiedade pode fazer a pessoa se sentir triste, assustada ou até mesmo irritada. Fisicamente, pode causar dores de estômago, dores de cabeça e deixar a pessoa muito cansada, como se tivesse corrido uma maratona. Os sintomas mais comuns incluem sentir o coração bater muito rápido, dificuldade para respirar, mãos suadas, sentir um nó na garganta, ou ficar muito inquieto e nervoso”, explica a especialista.

Os sintomas podem vir sem aviso prévio, e por mais assustador que isso possa ser, existem estratégias que se tornam eficazes para lidar com a ansiedade. Por isso, a psicóloga listou três dicas que podem ajudar nesse momento delicado.

“A primeira estratégia é respirar fundo e devagar, contando até cinco enquanto inspira e depois até cinco enquanto expira. A segunda é conversar com um amigo ou adulto de confiança sobre como está se sentindo. E por último, fazer uma atividade relaxante, como pintar, ler um livro, ouvir sua música favorita ou desenvolver um diário anotando seus pensamentos e situações que são gatilhos para a ansiedade também pode ajudar”, explica Tâmara.
 
É de suma importância lembrar que compreender a ansiedade não se limita ao reconhecimento dos sintomas, mas também à promoção de um ambiente que encoraje a comunicação aberta e o acesso a recursos de saúde mental, como um acompanhamento psicológico. Educar-se sobre a ansiedade e buscar ajuda quando necessário são passos essenciais para melhorar a qualidade de vida.

“Reconhecer a ansiedade é importante porque, às vezes, ela pode ser tão intensa que precisamos da ajuda de um profissional, como um psicólogo ou terapeuta, para aprender maneiras especiais de lidar com ela. Saber que isso é normal e que tem solução pode fazer a pessoa se sentir melhor”, conclui Feitosa.