Identificadas as vítimas fatais do incêndio no Hospital Nestor Piva
As quatro pacientes que morreram tinham idades entre 49 e 77 anos Cotidiano | Por Aline Aragão 28/05/2021 18h50Quatro mulheres morreram no incêndio que atingiu duas alas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva, localizado na avenida Maranhão, na Zona Norte de Aracaju, nesta sexta-feira (28). Duas delas tinham menos de 60 anos, as outras duas mais de 70.
Uma das vítimas era Nadja Maria Bispo, de 49 anos, que estava internada desde a última terça-feira (25), para tratar de problemas cardíacos. Segundo familiares, ela seria transferida, mas aguardava o resultado do segundo teste da detecção da covid-19.
As outras vítimas são Alenice Tavares dos Santos, de 57 anos, Maurília da Silva Medeiros, de 70, e Lídia Gonçalves Vieira, de 77 anos, que morreu durante a remoção para o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse).
Sobre o incêndio
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o fogo começou na sala de prescrição médica, que fica ao lado da ala exclusiva para pacientes Covid-19, atingiu esta e ainda a ala Clínica.
A fumaça se espalhou rapidamente e tomou toda unidade hospitalar, que precisou ser evacuada às pressas. Várias equipes envolvendo profissionais da saúde, bombeiros e até familiares dos doentes ajudaram na retirada dos pacientes, que foram colocados do lado de fora do hospital, aos poucos sendo transferidos em ambulâncias para outros hospitais.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, o trabalho de retirada dos pacientes levou cerca de 30 minutos.
Saiba mais
“A ala estava tomada de fumaça, não era possível ver nada. Nossa prioridade foi salvar as vidas. Fizemos a retirada de todas as pessoas que estavam na UTI e depois controlamos o incêndio, que teve como foco a sala dos médicos. Em cerca de meia hora já havíamos feito a retirada dos pacientes e o incêndio estava controlado”, afirmou o tenente Fabiano Queiroz.
Em entrevista à TV Atalaia, o diretor do Nestor Piva, Eduardo Pinto, disse que o projeto de prevenção de incêndio, com devidas adequações a serem realizadas, aguarda liberação do Corpo de Bombeiros.
Quatro pessoas morreram e três pessoas sofreram queimaduras e foram encaminhadas ao setor de queimados do Huse. Ao todo foram realizadas 65 transferências, sendo 33 pacientes que estavam internados na unidade, e outras 32 pessoas, entre usuários do SUS que recebiam atendimento porta aberta e funcionários que inalaram fuligem.
Os pacientes foram transferidos para os hospitais de Urgência (Huse), da Polícia Militar (HPM), Santa Isabel, Senhor dos Passos, Primavera, Hapvida, Fernando Franco e leitos do Caps Jael Patrício.
Uma equipe da Diretoria de Operações do Corpo de Bombeiros esteve no local para realizar o trabalho de perícia, visando a identificação das causas do incêndio. O relatório com o resultado será divulgado no prazo de 30 dias.
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) também estiveram no local e deram início à perícia. O trabalho de coleta foi realizado por quatro peritos criminais, sendo dois engenheiros e dois físicos.
“Os peritos buscam a identificação da origem do incêndio e a dinâmica do que ocorreu no local”, detalhou o diretor do Instituto de Criminalística, Luciano Homem.
Assistência
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a área onde ocorreu o incêndio está isolada e o espaço não atingido será equipado para atendimento ao público. A pasta informou ainda que está tentando encontrar uma unidade de atendimento para substituir os leitos do Nestor Piva e garantir assistência aos demais pacientes, mas há a possibilidade de que seja construído um hospital de campanha na área externa da unidade.
Ainda de acordo com a SMS, a Pediatria do Hospital Fernando Franco foi adaptada para atendimento clínico, mantendo, também, os atendimentos pediátricos na unidade.
O reabastecimento de oxigênio nos leitos municipais está garantido pela empresa que fornece o produto e a Secretaria Municipal da Saúde informou estar ampliando as escalas de trabalho para assegurar a assistência necessária à população aracajuana nos equipamentos da rede municipal de Saúde.
A Prefeitura de Aracaju estruturou espaço para atendimento psicológico e de informações para familiares dos pacientes e trabalhadores do hospital.
Veja o que diz a secretária Waneska Barbosa