“Desde 1985, os problemas de transplantes são os mesmos”, diz médico
Equipe de transplante renal permanece em negociação com a SES Cotidiano 14/02/2012 17h59Por Fernanda Araujo
Diante das contestações do serviço de transplante renal dos hospitais de Sergipe, foi aberta audiência, nesta terça-feira (14), no Ministério Público Estadual, na Promotoria de Saúde. Devido aos problemas de condições de trabalho e à falta de decisão da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontados pela maior equipe de transplante renal do estado, havia suspendido as atividades da equipe no início de janeiro. A Promotoria sentiu a necessidade de retornar as atividades para não prejudicar mais a população.
Com a ameaça de se descredenciar da equipe gerenciada pelo SUS, o coordenador da equip
e de transplante captadora, o médico Ricardo Bragança (foto ao lado) denunciou ao MPE que a equipe está insatisfeita com a remuneração da SES, além da falta de manutenção adequada do corpo do doador falecido. O problema gerou o descredenciamento de dois médicos. “Desde 1985 os problemas de transplante de Sergipe, eu posso resumir em três palavras: são os mesmos. Os transplantes eram feitos, digamos assim, de forma artesanal. A gente fazia pela necessidade. Infelizmente, outras necessidades vão surgindo, as faltas de recursos vão aparecendo e vão se acumulando chegando num limite crônico que não dá mais para continuar”, declara Bragança que coordenada o total de 15 profissionais, entre urologistas, nefrologistas, anestesistas e outros.A reunião teve a presença de representantes do Núcleo de Avaliação, Auditoria e Regulação (Nucaar), Município de Aracaju, SES, Associação de Renais Crônicos e Transplantados (Acrese-SE) e a Coordenadoria da Central de Transplantes de Sergipe. De acordo com o secretário da saúde, Antônio Carlos Guimarães as negociações estão em andamento. “Estamos negociando, reconhecemos as necessidades dos pacientes e dos profissionais”, disse.
Para resolver os problemas, a Secretaria vai apresentar novas propostas de remuneração à equipe de transplante renal. Sobre a manutenção do corpo do doador falecido, fica de responsabilidade da equipe de UTI, já para prescrição de cadáver foi criada a Organização de Procura de Órgãos composta por médicos e enfermeiros. Sendo apenas duas equipes transplantadoras no estado, mais equipes estão sendo montadas no Hospital São Lucas e Primavera, o último ainda em processo de habilitação.
A proposta remuneratória da Secretaria será avaliada pela equipe no prazo de 30 dias, negociações que serão mantidas até a finalização do prazo. Negociações de pagamento também estão sendo finalizadas com as equipes dos hospitais São Lucas e Primavera. “As propostas vão ser avaliadas para a gente contornar essas situações e ver a possibilidade de fazer um transplante com capacidade técnica adequada e de maneira ética. Um documento foi enviado pela nossa equipe ao Conselho Regional de Medicina e pelo Ministério Público à Associação de Renais Crônicos, para ficarem cientes da situação”, resumiu Bragança.
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