Apresentação compromete médico
Conteúdo mostra e-mails, publicações em jornal, explicações, escalas Cotidiano 25/08/2011 18h46Por Sílvio Oliveira
Uma apresentação contendo a situação da nerocirurgia de Sergipe está circulando pelos meios de comunicação de Sergipe e foi o pivô das denúncias realizadas pelo radialista Gilmar Carvalho, na última terça-feira (23). O neurocirurgião Erik de Souza Barboza é o mais citado na apresentação. Ele se defende e diz que as denúncias foram escritas pelo também neuro Rilton Morais, por conta de desavenças entre eles.
A apresentação inicia indagando sobre as verdadeiras razões da solicitação de demissão de oito médicos do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), feita em 2010. Mostra que por conta das demissões, foi instaurado o caos na área e pode ter havido óbitos nessa temporada de conflito.
Na época em que ocorreram os fatos, ou seja, em janeiro de 2010, a mídia publicou que a demissão seria por conta salarial e questões de infraestrutura de trabalho, porém, a apresentação diz que “as verdadeiras razões”, são que os médicos ganhavam por 48h e trabalham 24h e quando a Fundação Hospitalar de Saúde foi implantada, passaram a receber somente pelas horas trabalhadas, ou seja, metade do salário.
Um grupo composto por oito médicos solicitou a demissão e passaram a induzir os outros 12 neurocirurgiões a fazer o mesmo. A demissão coletiva teria como um dos frutos a criação de uma cooperativa, através dela, os médicos poderiam cobrar do hospital quanto quisessem, já que não haveria mais neurocirurgiões disponíveis no Estado, quer não os demissionários. “Os cirurgiões que ficaram o fizeram por acreditar que esta não é a forma mais ética de se negociar e não queriam perder a estabilidade de funcionários públicos por uma aventura”, diz a apresentação.
Os médicos que aderiam ao movimento de demissão quiseram “obrigar de forma truculenta” os outros neurocirurgiões há aderir. O resultado das demissões foi desfalque em escalas, problemas e demora no atendimento médico, insuficiência de profissionais e sobrecarga para os neurocirurgiões que ficaram no trabalho.
“Eu particularmente defendi, mas o motivo não foi formar uma cooperativa...A cooperativa surgiu como uma opção, já que o Estatuto da Fundação previa a contratação tanto de pessoa física ou jurídica. Em nenhum momento ninguém foi coagido a pedir demissão para fazer parte, até porque a cooperativa não seria a primeira. Existem cooperativas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, neonatologistas; no João Alves, anestesistas, e entre as cooperativas existem pessoas que tem vínculos com o Estado. Nada impedia do médico prestar serviço pela cooperativa e continuar com seu vínculo com o Estado. Até então não havia surgido ação de civil pública, proibindo a contratação de PJ (pessoa jurídica)”, explicou Erik Barboza.
Caos instalado
Observando que o caos tinha sido instaurado, a idéia da direção do estabelecimento hospitalar foi convidar profissionais de outros estados, evitando assim a desassistência à população, mas profissionais que estavam em processo de desligamento da função achou por bem interceder no caso e enviar e-mails para médicos de Alagoas impedindo a vinda de profissionais.
Esses e-mails são mostrados na apresentação com emissor e receptor bastante claros. Também há disposição dos conteúdos, em um deles, solicitando a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia que a não intervenção de outros colegas de outros Estados nas negociações, assinado pelo neuro Erikde Souza Barboza .
Barbosa informou que não tem poder de impedir a vinda de ninguém, mas confirmou que entrou em contato com colegas de outros estados. “Eu particularmente me achei no direito de pedir solidariedade aos colegas de outros estados, para que não interferissem na negociação, já que, no nosso entendimento, a prata da casa teria que ser valorizada. Em nenhum momento os colegas de fora foram impedidos de vir. Eu não tenho esse poder. Pelo que eu vi na entrevista (Gilmar Carvalho), estão me atribuindo muito mais poder do que tenho”, salienta.
Atendimento comprometido
Enquanto isso o atendimento ficou comprometido e se suspeita que houve uma morte por conta do caos gerado na neurocirurgia. Um dos médicos, Hasmoney Santa Rosa, tentou fazer a escala de médicos e manda por email a todos ele, segundo ele, em respeito aos pacientes e porque não conseguia ver óbitos e fingir que nada estaria acontecendo.
A situação foi mais além quando outros emails escritos por Erik de Souza foi enviado para médicos de Alagoas, com o intuito de impedir a vida deles. Também foram escritos nos emails acusações de que o médico José Augusto não tinha especialização e que médicos usufruíam de cargos na direção e influência no governo.
A Sociedade Brasileira de Neorologia pediu que o médico Erik de Souza enviasse fundamentos e provas quanto às denúncias de médico, porém o denunciante não conseguiu provar.
Os demissionários viram que a cooperativa não iria sair e solicitaram o retorno ao trabalho. Depois de três meses usufruindo da demissão, a Secretaria de Estado da Educação readmitiu sem concurso público os neurocirurgiões.
Foto: F5 news. Parte da apresentação mostrando um dos emails
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