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Baviera: Rota Romântica e história do Nazismo
Visite o castelo de Neuschwanstein que inspirou Walt Disney a fazer o Castelo da Cinderela
Blogs e Colunas | Passos Pelo Mundo 11/10/2020 08h00 - Atualizado em 12/12/2020 10h12

A Baviera é um estado ao sul da Alemanha e principal destino turístico do país. As cidades mais visitadas da região são Munique, Nuremberg, Rothenburg ob der Tauber e a pequena cidade de Füssen, onde fica o castelo que inspirou o da cinderela da Disney. Uma curiosidade desse estado alemão é que foi lá onde nasceu o movimento Nazista e também é onde encontramos a belíssima Rota Romântica.

Para quem quer conhecer melhor a Rota Romântica, o recomendável é visitar a região de carro, mas como eu estava viajando sozinha, tive que fazer uma estratégia de viagem com duas bases principais para tentar visitar roteiros interessantes. Então, me hospedei em Munique e Nuremberg . 

A Rota Romântica tem belas cidades, castelos medievais e personagens fabulosos que viveram felizes para sempre, afinal foi na Alemanha onde nasceram os Irmãos Grimm. De Branca de Neve a Chapeuzinho Vermelho, passando por Rapunzel, os irmãos compilaram um verdadeiro tesouro em contos e lendas que podem ser relembrados nas visitas a várias cidades, a exemplo de Rothenburg ob der Tauber, que inspirou Walt Disney para criar os cenários do filme Pinocchio, de 1940. 

O final da rota é Füssen, onde está o maravilhoso Castelo Neuschwanstein, nos pés dos Alpes alemães, bem ao sul, também inspiração do Walt Disney para fazer o Castelo da Cinderela, que visitei fazendo um bate e volta de Munique. Esse é um roteiro imperdível. Confira:

 

 

 

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O castelo da Cinderela na verdade era o castelo do rei Luís II da Bavária, considerado o Rei Louco. É uma construção dos sonhos, rodeada pelos Alpes. Ele foi construído em 1869 numa época em que castelos e fortalezas não eram mais necessários. Mas ele só viveu no castelo durante duas semanas. Aos 40 anos de idade, foi encontrado morto em um lago. Ironicamente, o castelo que foi feito para o isolamento do rei que não gostava de receber visitas, virou o monumento que mais recebe turistas na Alemanha.

Além de conhecer a beleza e história do lugar, ida ao castelo foi uma das experiências mais legais da viagem. Ao chegar no trem, fiz amizade com uma enfermeira filipina chamada Rose que também viajava sozinha. E de repente, sentaram-se ao nosso lado dois rapazes falando português. É claro que eu entrei na conversa! Um era brasileiro, o Charles, e o outro era o famoso Axel, o Youtuber do Canal "O Alemão". Nós quatro passamos o dia juntos e ainda fizemos outras programações ao voltar pra Munique.

À noite na hora de voltar, enfrentamos uma grande nevasca. O trem foi cancelado e ficamos mais de uma 1h em pé a uma temperatura negativa congelante, aguardando um ônibus que nos levaria a outra cidade, de onde conseguiríamos pegar outro trem. Os avisos eram só em alemão, mas a nossa sorte é que estávamos acompanhados do “Alemão” que nos guiou nessa jornada de volta. 

Munique
O principal ponto turístico da capital da Baviera é a famosa Marienplatz (praça da Maria), que tem monumentos como o grandioso Neues Rathaus, uma construção com estilo neogótico onde funciona a câmara municipal da cidade. Na torre principal acontece o espetáculo do carrilhão de sinos, o Glockenspiel, diariamente às 11h e às 12h em memória acontecimentos marcantes na história do antigo império da Baviera.

Recomendo também uma visita ao palácio Residence, que foi a moradia oficial dos monarcas da Baviera entre 1385 e 1918. É o maior palácio urbano da Alemanha e considerado um dos mais bonitos da Europa. São 130 cômodos luxuosos e grande parte deles, infelizmente foram destruídos na guerra e reconstruídos e restaurados depois; A propósito, muita coisa na Baviera foi destruída com a guerra e reconstruída depois. Conffira o Tour pelo Palácio:

A praça conhecida como Königsplatz, ou "Praça do Rei" foi um dos palcos de grandes eventos públicos da era nazista. Ao redor da praça também estavam edifícios como o Führerbau (edifício do Führer). Esse foi o prédio onde Hitler tinha seus escritórios, assim como onde ele assinou o acordo de paz com Neville Chamberlin, que supostamente garantiu a "paz em nosso tempo" em 1938. Hoje, o prédio abriga a Universidade de Música e Artes Cênicas de Munique.

Tirei um dia de visita a Munique para pegar um trem para o Campo de Conscentração de Dahau, a 20 km da cidade. Os números são assustadores: em 20 anos de existência, mais de 200 mil pessoas vindas de todas as partes da Europa foram encarceradas e 41,5 mil foram mortas. Em 29 de abril de 1945, os sobreviventes das atrocidades cometidas no local foram libertados por tropas dos Estados Unidos. 

Já na entrada, a inscrição "O trabalho liberta". Originalmente, a frase era o título de um romance do pastor e escritor Lorenz Diefenbach (1806-1883), associado ao movimento nacionalista alemão do século XIX. A expressão foi adotada em 1928 pelo governo da República de Weimar como um slogan que exaltava um programa de grandes obras públicas que tinha como objetivo acabar com o desemprego. O uso da frase continuou depois que os nazistas tomaram o poder na Alemanha, em 1933.

Nos campos de concentração, a frase "O trabalho liberta" transformou-se em símbolo da estratégia nazista para enganar e zombar de suas vítimas. Os prisioneiros chegavam aos campos com a falsa sensação de que eram levados apenas para fazerem trabalhos forçados, mas muitos acabavam executados. Auschwitz e outros campos de concentração copiaram o slogan.

Conhecer um campo de concentração nos traz um sentimento de indignação e tristeza. No de Dachau, os presos em trabalho forçado fabricavam munição de guerra. O local hoje mostra como eram as instalações dos prisioneiros em barracões, as câmaras de gás e os fornos do crematório. 

Nuremberg
Mas para a rota do nazismo ficar completa, é preciso conhecer o Dokumentationszentrum Reichsparteitagsgelände (Centro de Documentação Nazista), em Nuremberg, a 150 km de Munique. Localizado na antiga área de desfiles do partido nazista, é uma obra grandiosa de Hitler. A Cidade também tem um belíssimo centro histórico que merece uma visita.
Quem gosta desse tema, deve reservar algumas horas do dia para conhecer a exposição permanente “Fascinação e Violência” que trata das origens e consequências do domínio. Por todo esse contexto, a cidade foi escolhida para marcar o fim do Nazismo com o julgamento de Nuremberg.

Apesar de certos lugares serem incômodos, o governo alemão os deixa de pé justamente para que a memória do Terceiro Reich não seja apagada e nós possamos sempre nos lembrar que a história pode se repetir - e como podemos impedir que movimentos similares se fortaleçam.

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Carla Passos é Jornalista, especializada em Turismo e apaixonada por história, flores, textos e coisas inspiradoras. Adora sol, mar, fotografia, doce da padaria, dançar, e sonhar… Na infância, ainda morando em Salvador, meu principal hobbie era ir ao aeroporto ver os aviões partirem. Eu sempre dizia que um dia eu estaria dentro daqueles aviões. Antes de completar 15 anos, eu dizia aos meus pais: não quero festa, quero viajar de avião para o Rio de Janeiro. Foi minha primeira viagem de avião! Trabalhei anos com essa editoria, mas atualmente estou na editoria de política, minha segunda paixão. Assim o turismo virou um hobbie. E de lá pra cá já conheci quase todos os estados do Brasil e 25 países.

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E-mail: carla.jornalista@hotmail.com

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