Saiba como acostumar o seu cachorro a dormir sozinho sem traumas
Treinadora Técnica ASRC dá dicas para que essa rotina não seja prejudicial ao pet Blogs e Colunas | Coluna de Estimação 29/07/2020 07h13 - Atualizado em 03/08/2020 19h05Cá pra nós, é tão aconchegante quando o nosso cãozinho dorme com a gente, não é? Com certeza o pet se sente protegido e amado, e não há problema algum nisso, pelo contrário, só há benefícios tanto para o tutor quanto para o pet nessa convivência. Mas, vai da preferência e condição de cada um escolher deixar ou não, e por algum motivo algumas pessoas preferem que o seu cãozinho não tenha acesso à cama ou durma fora do quarto, no seu próprio cantinho da casa.
O problema é quando o pet já dormia com o tutor, não está acostumado a dormir sozinho e, de repente, a pessoa toma essa decisão, o que para alguns cachorros vai levar à noites intermináveis de choro, principalmente os filhotes, um comportamento natural deles, já que acabaram de serem separados de sua mãe e de seus irmãos e estão num ambiente novo. Vale lembrar: O filhote só deve ser separado da mãe canina e dos irmãos com 60 dias de nascido. Essa mudança repentina é difícil para o pet, além de atrapalhar sua qualidade do sono. Nessas horas, é preciso tomar algumas medidas para que ele sofra o menos possível e não gere traumas, como dependência excessiva e ansiedade por separação. Essas medidas vão exigir muita atenção e trabalho do tutor.
“Para o pet o quarto é um ambiente seguro pra ele dormir, e aí ele vai passar por um desafio de dormir em um outro ambiente que pra ele pode representar perigo, ou qualquer outra coisa. Mudanças bruscas na rotina traz alguns traumas e exigem de tutores paciência porque esse cachorro possivelmente vai chorar, latir, ganir. Se ele ficar solto na casa pode ser que arranhe a porta, querendo entrar. Vai ser preciso cuidado para o tutor não reforçar esse tipo de comportamento quando ele aparecer”, explica a veterinária Darlane Fonseca, treinadora Técnica ASRC (Adestramento sistêmico relacionamento de confiança).
Segundo a veterinária, se o tutor quer que o cachorro durma no quarto, mas fora da sua cama, ou nem mesmo dentro do quarto, mas em uma área específica da casa; o ideal é acostumá-lo desde filhote, ensinando a ficar sozinho e a não subir na cama. Porém, isso deve ser feito aos poucos e não de forma brusca para não causar traumas. Isso também vale para os demais comportamentos e necessidades do dia a dia, é preciso ensiná-los desde cedo.
Aos poucos
A dica é: treino. É preciso ensinar o cachorro desde filhote a ficar sozinho, afinal, ele não nasce sabendo quais são as regras da casa. A primeira recomendação é levar o pet para dentro do quarto, mas não colocá-lo na cama. Escolha uma caixa de transporte ou uma caminha confortável para o tamanho dele, e ensine-o a dormir ali por um tempo. “Um filhotinho é igual a um bebezinho e ele precisa se sentir seguro ao lado dos pais, e agora os humanos seriam os pais dele”, afirma. Segundo a veterinária, é preciso deixar que o pet fique junto ao tutor pelo menos de duas a quatro noites até ele se ambientar com a casa. Mas o afastamento do filhote deve ser feito, gradativamente, conforme o tutor percebe que ele está ficando mais tranquilo e confortável. Essa separação deve ser feita após essa fase inicial da chegada dele ao ambiente domiciliar.
Se for da vontade da família deixar ele dormir dentro do quarto, mas não em cima da cama, também já comece a ensiná-lo a dormir na caminha dele, que também pode ser usada a caixinha de transporte como uma “toca”. Se for filhotinho, de 50 a 60 dias, o tutor deve se levantar a cada duas ou três horas para o cachorro sair da caixinha ou do quarto para fazer xixi e cocô no ambiente que o tutor quer, para que o pet não faça no local. “O filhote precisa estar com as necessidades fisiológicas atendidas, antes de dormir levar ele para fazer xixi, cocô, e dar um pouco de água”.
Deixe o novo espaço de dormir aconchegante
No momento em que for tirar o cachorro de dentro do quarto, o tutor vai precisar criar um ambiente novo para o cão no local onde ele quer que seja o espaço de sono do pet. Pode-se utilizar um portãozinho para que o cão comece a identificar que aquele ambiente restrito é o seu novo quarto de dormir.
No cantinho do pet, a veterinária sugere que o tutor crie um cercadinho e deixe uma área para fazer xixi e cocô, longe de onde ele vai comer e dormir. No ambiente de sono, coloque a caminha ou a caixa de transporte, deixe um potinho de água e brinquedos para cães que façam com que ele gaste o tempo e a energia. “Podem ser brinquedos de morder, brinquedos que colocam ração e petiscos dentro, coisas para enriquecer esse espaço para que ele também goste e não o veja como uma prisão”, orienta Darlane Fonseca.
Se o pet começar a chorar
Nesse momento é difícil resistir a tentação de abrir a porta, não é mesmo? Mas, vai ser preciso não ceder. Depois de se certificar que nesse novo ambiente o seu cachorro está seguro, confortável, que ele já comeu, que tem lugar para fazer as necessidades fisiológicas, vai dormir aquecido e não vai passar frio, vai ser necessário ignorar o choro. “Se o cachorro late, arranha a porta e você acaba abrindo, isso reforça esse comportamento e no outro dia, possivelmente, ele vai fazer pior”, afirma a veterinária.
E quando o cachorro já é adulto
Para o pet que já é adulto e de repente haverá essa mudança, isso pode gerar traumas. As formas de lidar vão depender de cada cachorro, por isso, segundo ela, é necessário uma orientação profissional adequada para cada pet. “O mais interessante é chamar um adestrador para treinar de forma correta, assim evitando os traumas e comportamentos indesejáveis”, reitera.
Ajuda profissional sempre
A recomendação é sempre de buscar ajuda de um profissional capacitado para orientar a família, direcionando para cada cachorro, de acordo com as necessidades de ambos com o objetivo de existir um ambiente equilibrado. “Sempre que possível, o ideal é procurar um profissional de adestramento para que esse trabalho seja realizado com sucesso”, conclui a veterinária.
Fernanda Araújo é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela UNIT, pós-graduada em MBA Marketing, Assessoria e Comunicação Integrada pela FANESE. Já trabalhou como assessora de comunicação em sindicato de classe, e atualmente, é repórter no Portal F5 News. Premiada em primeiro lugar no Prêmio João Ribeiro de Divulgação Científica da Fapitec, na categoria web jornalismo, em 2018.
E-mail: fernandaaraujo.jornalismo@gmail.com
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