A Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS) detalhou na manhã desta segunda-feira (2) o plano de contingência para o Coronavírus. De acordo com a pasta, apenas uma mulher de 37 anos, que veio da Itália, apresenta os sintomas. Ela segue sendo monitorada junto com seus familiares (que não apresentaram sintomas), entretanto já apresenta melhoras no quadro de saúde.

Por conta deste caso suspeito, surgido no dia 27 de fevereiro, Aracaju recebe o status de “perigo iminente”, conforme as definições da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Neste caso suspeito, o indivíduo fez a coleta da secreção, que foi encaminhada do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen/SE) para o Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz, que tem o prazo de quatro dias para fazer o exame específico e envio do resultado para o Ministério da Saúde”, disse a secretária de Saúde, Waneska Barbosa.

Caso haja a possibilidade de um avanço nos sintomas apresentados, o município pode evoluir para o estado de Emergência em Saúde Pública, que é subdividido em três níveis. O Nível 1 é iniciado com o surgimento de até 20 casos confirmados; o Nível 2 com surgimento de um caso grave ou acima de 20 casos confirmados, e o Nível 3 começa a partir do primeiro óbito ocasionado pelo coronavírus.

No nível 1, de acordo com o plano apresentado, o município disponibilizará nos estabelecimentos de Saúde atendimentos exclusivos para síndromes gripais e abrirá oito Unidades Básicas (UBS) em horário estendido, até às 20h, incluindo finais de semana e feriados. São elas: UBS Augusto Franco; Geraldo Magela (Orlando Dantas); Ministro Costa Cavalcante (Inácio Barbosa); Fernando Sampaio (Ponto Novo); Cândida Alves (Bairro Industrial); Eunice Barbosa (Coqueiral); José Machado (Santos Dumont) e Onésimo Pinto (Jardim Centenário).

Com o nível apresentado atualmente no município, a secretária ainda ressaltou que não há a necessidade do uso de máscaras - na última semana, o portal F5 News publicou uma matéria relatando a alta procura pelo utensílio, bem como de álcool gel, nas farmácias da capital sergipana.

“Acho isso muito perigoso, porque os insumos têm limites, quando as pessoas fazem isso, elas desabastecem o estado e isso pode trazer problemas na frente”, afirmou Waneska Barbosa.

De acordo com o que é estabelecido pelo Ministério Público, em caso do Coronavírus, apenas o suspeito, os familiares (que têm contato direto) e a equipe de saúde que monitora o paciente devem fazer uso da máscara.

"O plano serve para nos deixar preparados para enfrentar o vírus, mas nada disso iremos precisar usar. É importante tranquilizar: hoje no Brasil só pode ser considerado suspeito quem esteve no país em que existe a doença, então, se não veio de nenhum país onde existiu a doença, dificilmente será Coronavírus. É preciso que tenhamos essa tranquilidade, pois vamos entrar nos meses mais frios, de chuvas em Aracaju e que as gripes "normais" aparecerão, então não precisa entrar em pânico", disse o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira.

Mesmo não existindo confirmações, o município faz toda uma preparação em caso de agravamentos. No plano de contingência municipal ainda consta que, caso evolua para o nível 2, o município deverá ampliar o número de leitos nos Hospitais Municipais Nestor Piva – Zona Norte (mais seis leitos de observação e um de isolamento) e Fernando Franco – Zona Sul (mais 12 de observação e seis de isolamento).

Além disso, neste nível serão abertos leitos de retaguarda em dois Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (25 leitos de observação ao total) e no Cemar Siqueira Campos (mais 30 leitos de observação).

Nas UBS funcionarão mais 90 leitos de segunda à sexta, das 7h às 17h, e, durante os finais de semana, horários estendidos (das 17h às 20h) e feriados, mais 40 leitos funcionarão nas oito unidades selecionadas no primeiro nível.

No Nível 3, todas as ações e parcerias com outros órgãos públicos e privados deverão ser intensificadas.

Casos descartados

Das oito pessoas que chegaram da China recentemente e estavam sob monitoramento da Vigilância Epidemiológica, a Saúde afirma que já foram descartadas como potenciais novos casos, uma vez que após 14 dias (período máximo de incubação da doença) do retorno a Aracaju não apresentaram sintomas.