Em Sergipe, a população idosa cresceu 58% nos últimos 12 anos, conforme dados obtidos pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), da Polícia Civil.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com cada vez mais pessoas idosas, a preocupação com os crimes cometidos contra esse grupo vulnerável tem crescido. Segundo dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (Ceacrim), da SSP, em 2023, foram registrados 214 casos de violência contra pessoas idosas no estado. Apenas no período entre janeiro e março de 2024, já foram registrados 34 casos de crimes com vítimas nesse universo.

Dentre os crimes mais recorrentes registrados em Sergipe, estão o de expor a risco a integridade e a saúde física ou psíquica da pessoa idosa e o de apropriação de bens, proventos e rendimentos da vítima.

“A grande maioria dos crimes praticados contra os idosos ocorre no âmbito doméstico”, enfatizou a delegada Nayanna Batalha, integrante do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).

Como em maior incidência os crimes cometidos contra as pessoas idosas são praticados por autores que possuem uma relação afetiva com as respectivas vítima, há uma dificuldade na comunicação dos casos à polícia.

“Isso é um fato que dificulta a vítima procurar as autoridades públicas para relatar o contexto de violência em que ela está inserida”, afirma a delegada Nayanna Batalha.

A dificuldade em comunicar os casos à polícia também perpassa pela identificação de que a pessoa está sendo vítima de violência contra a pessoa idosa, acrescentou a delegada Nayanna Batalha. “Quando a vítima percebe que está nesse ciclo de violência, ela tem dificuldade de rompê-lo para procurar as autoridades policiais para denunciar, pois o agressor é uma pessoa com vínculo afetivo”, explicou.

Ainda conforme Nayanna Batalha, como a pessoa idosa não possui tanta facilidade de utilizar internet e telefone celular, a dificuldade em perceber que está sendo vítima de crimes acaba sendo ampliada. “São pessoas que muitas vezes têm a sua voz silenciada em razão dessa dificuldade. Então, essas pessoas têm uma certa dificuldade em denunciar os crimes”, diz a delegada.

Diante desse cenário, é fundamental que outras pessoas estejam atentas e comuniquem os fatos à polícia. “É importante que a população, familiares e vizinhos lancem esse olhar  de cuidado e façam parte dessa rede para denunciar as situações de violência em que essas pessoas idosas estão inseridas”, recomendou a delegada Nayanna Batalha, reiterando a importância da denúncia dos crimes contra pessoas idosas.

Denúncia

A Polícia Civil reforça que os crimes contra pessoas idosas podem ser denunciados ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que conta com a Delegacia de Atendimento aos Idosos e Pessoas com Deficiência (DEAIPD). O telefone do DAGV é o (79) 3205-9400, e denúncias também podem ser repassadas de forma anônima à polícia por meio do Disque-Denúncia (181). O sigilo é garantido.

“O cidadão que tiver conhecimento da prática de um crime contra a pessoa idosa pode vir presencialmente ao DAGV, situado na rua Itabaiana, nº 258, que funciona em regime plantonista, 24h por dia, durante todos os dias da semana. Em situações de flagrante, o cidadão também pode denunciar pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp - 190), da Polícia Militar”, reforça a delegada Nayanna Batalha.