O Ministério Público de Sergipe voltou a discutir, nesta quarta-feira (13), estratégias para a segurança dos bloquinhos de Carnaval programados na capital sergipana. Mais de 100 eventos pré-carnavalescos foram solicitados somente à Polícia Militar. Critérios para a liberação são definidos e a realização dos cortejos carnavalescos na Orla de Atalaia, sul de Aracaju, foi proibida pela Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT).

Foto: cedida ao F5 News

A proibição ocorre depois que um bloquinho, não autorizado, causou tumulto na região da Orla no final de semana passado. Pelas redes sociais circularam vários vídeos e relatos de foliões sobre confusões e até tiros registrados durante a festa. Uma pessoa foi esfaqueada. Os organizadores devem responder a um inquérito criminal e em dez dias apresentar documentos ao MP, diante das denúncias de arrastões, pessoas feridas e complicações no trânsito.

Neste ano, os bloquinhos que realizam cortejos não devem ser autorizados na Orla, conforme informou o superintendente da SMTT, Renato Telles. Segundo o órgão, a realização das festas prejudica quem trabalha na região da praia, afetando o comércio local, além de atrapalhar o fluxo de pessoas e veículos.

Na reunião, representantes do Samu, Sema, SMTT, Emsurb, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e polícias Civil e Militar relataram sobre as dificuldades financeiras, de efetivo e viaturas em fazer a segurança das festas, e a necessidade de conter eventos irregulares.

De acordo com o MP, alguns critérios devem ser levados em consideração para a realização das festas. Um normativo com as diretrizes para a realização dos festejos deve ser construído em conjunto com os órgãos e encaminhado ao Ministério Público na quinta (14), inclusive com informações de quais blocos foram liberados.

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Segundo os órgãos que autorizam o uso dos espaços públicos, até o momento foi pré-aprovado o bloquinho do bairro Inácio Barbosa. No entanto, algumas exigências foram atribuídas, como a proibição de mini-trio no local, independente de tamanho, a ausência de palco e suspensão de venda de bebidas em garrafa de vidro. Órgãos sugeriram ainda que fosse feito um decreto municipal e que horário de início e término fosse pré-estabelecido.

Durante a reunião, o Samu apresentou um plano de contingência para atendimento nos eventos de massa. Ao todo, 100 profissionais são disponibilizados, tanto das unidades de saúde, como equipe operacional. Além disso, os eventos devem ser comunicados ao Serviço de Atendimento em no mínimo 30 dias de antecedência. O Samu está de sobreaviso do dia 15 deste mês a 10 de março para o período de eventos.

“A gente precisa de um canal prioritário para dar a preferência e saber o tipo e a magnitude desses eventos. Talvez não seja muito importante para os organizadores, mas, para a gente, é. Precisamos saber se tem criança, para ter uma porta para pediatria. No domingo não tivemos acesso à vítima porque demorou muito para conseguirmos chegar até ela. Enquanto isso, estávamos com diversas outras chamadas. Lembrando que o SAMU tem 75 municípios para atender. Não queremos impedir, mas queremos ser avisados”, disse a superintendente do Samu, Conceição Mendonça.

“É preciso dar adequação às atividades. Um simples bloco envolve vários órgãos. Estamos trabalhando em conjunto para haver segurança. O MP visa a prevenção. Se não há condição da PM fazer policiamento, a recomendação é que o evento particular contrate segurança particular, além de ter número mínimo de médicos e ambulâncias, conforme Protocolo da Saúde. A reunião foi sobre a capital, mas no interior isto também deve ser feito”, afirmou o promotor Eduardo Matos.