Pesquisa aponta que Plano Diretor de Aracaju ignora transporte público
Para centro ligado à Fapesp, esse é um ponto crítico no PDDU; PMA questiona análise Política | Por Laís de Melo 10/11/2021 12h23 |Conforme a pesquisa, que é assinada pelo doutorando em Engenharia de Transportes Matheus Barboza, pesquisador do CEM, entre os pontos críticos do novo PDDU apresentado pela Prefeitura de Aracaju, a questão do transporte público é a mais preocupante e precisa ser revista. Segundo Barboza, o plano, que deveria focar em uma cidade mais sustentável, na verdade se preocupa mais em aumentar a malha viária, bem como os estacionamentos para veículos.
“É muito claro que o plano está olhando muito para a questão do viário. Ele busca privilegiar isso. Ele está olhando para como melhorar as condições de circulação dos carros, mas ele esquece que isso acaba piorando a circulação de ônibus, bicicletas e pedestres. A própria estrutura dos itens traz coisas específicas sobre hierarquia viária, muitas páginas sobre isso, mas não fala sobre bicicletas e pedestres”, disse Barboza ao F5News.
Ainda conforme o pesquisador, no mapa da hierarquia viária apresentado no plano não foram incluídos corredores de ônibus, o que prova que o transporte público foi ignorado no projeto da cidade.
“O transporte público serve como um estruturante do terreno da cidade e carrega muito mais pessoas. Seguindo essa lógica, é fundamental que no Plano Diretor da Cidade se olhe para onde estão os eixos do transporte coletivo. Mas não tem nada sobre isso no mapa, o que é um ponto crítico, e a gente sugere que seja revisto”, disse Matheus.
Ainda segundo ele, o objetivo da análise do CEM é auxiliar a construção do Plano Diretor da capital, que ainda vai passar pela Câmara Municipal de Aracaju (CMA). “Esperamos poder contribuir para levar esse conhecimento. Lançamos a nota pública oficialmente e esperamos influir, chamar atenção, levantar o debate”, afirma.
A Prefeitura de Aracaju se posicionou sobre a análise do CEM ao ser procurada por F5News. Segundo a Comunicação da gestão, não procede a análise de que o plano propõe medidas que estimulam o uso do carro, enquanto ignoram o transporte público.
“Uma inovação proposta pela gestão municipal no âmbito da revisão do Plano Diretor da cidade é a inclusão de uma seção específica no capítulo relativo ao sistema viário e à mobilidade urbana para tratar sobre a circulação de bicicletas, haja vista que o novo PDDU propõe assegurar a circulação dos diversos tipos de modais de deslocamento, priorizando, contudo, os transportes coletivos e os não motorizados”, justifica.
Ainda conforme a Comunicação da Prefeitura de Aracaju, a minuta do plano prevê o desenvolvimento de um Plano Municipal Cicloviário, que elencará as ações voltadas à implantação da Polícia Municipal de Circulação de Bicicletas, cujo referencial são as diretrizes definidas no PDDU.
“A Prefeitura de Aracaju entende a importância do incentivo a outros modais para a melhoria da mobilidade e também do meio ambiente. Os corredores de mobilidade, por exemplo, foram construídos para priorizar os ônibus do transporte coletivo. Com as faixas exclusivas dos corredores, a expectativa é reduzir em 20% o tempo de viagens dos ônibus, estimulando assim a população a utilizar o coletivo para se deslocar", diz a Prefeitura em nota enviada ao F5News.
"Outro ponto que vale destaque são as ciclovias da cidade. A Prefeitura fez, recentemente, a manutenção das ciclovias das avenidas Beira Mar e Tancredo Neves. E no corredor de mobilidade Augusto Franco foi construída uma nova ciclovia. Além disso, as novas obras executadas pela Prefeitura e entregues à população, têm em sua maioria ciclovia ou ciclofaixa, a exemplo da obra de infraestrutura da avenida Caçula Barreto, no Augusto Franco, do Canal Beira Mar e Canal do 17 de Março, entre outras”, conclui a Prefeitura na nota.






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