Complexo, o quadro clínico da cantora Paulinha Abelha tem exigido uma investigação clínica multidisciplinar que busca esclarecer a origem da síndrome de intoxicação metabólica que desencadeou uma série de disfunções em órgãos da cantora a ponto de levá-la ao grau mais severo do coma, além da necessidade de hemodiálise.

O corpo clínico responsável pelo tratamento da forrozeira sergipana, no Hospital Primavera, em Aracaju, está debruçado no esclarecimento de um conjunto de lesões, que podem estar associadas a um cenário inflamatório ou a uma condição autoimune, quando o corpo produz a agressão aos órgãos.

É o que explicaram o diretor técnico do hospital, Ricardo Leite; o neurologista Marcos Aurélio Alves e o médico intensivista André Luís Veiga, durante a entrevista coletiva desta terça-feira (22). Clique aqui para rever. 

“A pergunta que a gente faz agora é quais etiologias (causas) que justifiquem uma pessoa estar em um coma, em uma Escala de Glasgow 3, que é a nota mais baixa que você pode ter”, afirmou o médico neurologista, Marcos Aurélio Alves, acrescentando que “hoje, nosso interesse é mantê-la viva. E não está sendo uma missão fácil".

reprodução/youtube

O especialista também pediu compreensão da população sobre o caráter delicado da condição de saúde da artista, que exige um tratamento paulatino e cauteloso, bem como responsabilidade da imprensa no compartilhamento de informações sobre eventuais diagnósticos e prognósticos a respeito da saúde de Paulinha Abelha.

“A situação dela é um dia de cada vez. Neste momento o compromisso que a gente tem é de dar suporte para que ela passe essa fase aguda, recupere a função hepática, renal e a injúria neurológica. A nossa preocupação é com a manutenção da vida”, disse Marcos Aurélio.

Ele acrescentou que “se houvesse a possibilidade dela ter um quadro de meningite de natureza bacteriana ou viral, e isso se transportar para um problema de saúde pública, a sociedade já teria sido notificada”.

Paulinha Abelha completa, nesta quarta-feira (23), 12 dias de hospitalização. Ela foi internada inicialmente no dia 11 de fevereiro no Hospital da Unimed e transferida, no final da semana passada, para a UTI onde se encontra atualmente.

Com uma repercussão nacional, a condição de saúde da vocalista da banda Calcinha Preta também tem mobilizado centenas de fãs, amigos, parentes e admiradores em correntes de oração diárias pela sua recuperação.