Assim como disse Yann Arthus-Bertrand,  “A terra é arte, o fotógrafo é apenas uma testemunha”. Desde 1826, com o surgimento da fotografia, várias testemunhas da arte surgiram e fizeram história com suas fotografias únicas e autênticas. 

Acervo pessoal

No dia em que se comemora o dia do fotógrafo, oito de janeiro, o F5 News entrevistou duas jovens fotógrafas sergipanas que descrevem sua trajetória e identidade fotográfica.

Uma delas é a universitária de 21 anos, Bheatriz Pereira Soares, conhecida artisticamente como “BH É NOIZ”. Convivendo desde a infância com vários tipos de câmeras, visto que seu pai trabalha com o audiovisual, a graduanda de publicidade e propaganda cresceu sabendo que sua trajetória estaria ligada às lentes fotográficas, mas foi a partir de uma experiência de trabalho que esse desejo amadureceu ainda mais.  

Bheatriz Pereira Soares - Acervo pessoal

“Desde pequena tive muita facilidade com fotos e vídeos e em um estágio no Corpo de Bombeiros de Sergipe adentrei de fato, conheci mais a fundo as câmeras e a infinidade de funções que ela tem”, conta ao portal.

Em relação ao seu estilo fotográfico, Bheatriz se aproxima da cultura artística. “Gosto muito de fotos posadas com uma pegada mais artística, em shows e festas onde quem está ali no palco consegue se sentir confortável fazendo o que gosta e costumo usar uma edição bem destacada com bastante cor e contraste”, afirma a fotógrafa.

Partindo para outras lentes, encontramos Mariana Bispo Fonseca, de 22 anos que cursa artes visuais, encontrou na indústria cinematográfica uma de suas maiores inspirações e com o apoio de amigos se aprofundou na fotografia.  

Mariana Bispo Fonseca - Acervo pessoal

“Eu sempre quis cursar Cinema e Audiovisual mas nunca fui muito estimulada para tal. Segui na área de artes, mas me sentia deslocada como artista (mesmo sabendo pintar, esculpir e etc). Algumas pessoas já percebiam meu jeito para fotografia e aos poucos me chamavam para fotografar”, diz Mariana Bspo, como é conhecida no meio artístico.

Sobre sua identidade fotográfica, Mariana observa no que os olhos corriqueiros não veem uma oportunidade de capturar histórias.

“Eu gosto de tratar a fotografia com sensibilidade, gosto de captar aquilo que passa despercebido na maioria das vezes, essa sempre foi minha poética, tanto como artista quanto como fotógrafa. Considero grande parte da identidade das minhas fotos como algo mais artístico”, conta ao portal.

No que diz respeito aos desafios impostos pela profissão, as fotógrafas expressam que o meio ainda é dominado por figuras masculinas.

 “O audiovisual em Sergipe é em sua maioria masculina, então acho que um dos maiores desafios é ter que lidar com um cenário predominantemente masculino”, afirma Mariana.

“Ser mulher é ter que enfrentar uma batalha por dia, seja ela interna ou externa. Estar na fotografia sendo mulher e negra não seria diferente. Já enfrentei olhares tortos, dúvidas sobre minha entrega e por aí vai. É sempre um dia após o outro”, acrescenta Bheatriz ao F5.

Muito além de um simples clique, a fotografia verdadeiramente torna-se uma verdadeira obra de arte produzida pelas testemunhas popularmente conhecidas como fotógrafos. 

“A fotografia é um mundo. Um mundo lindo, real, enorme com desafios, incertezas, tentativas e realizações. Me encontrei na fotografia e descobri um rumo que nem sabia que poderia ter. Uma tela de uma foto de minha autoria no meu quarto é com certeza uma das maiores realizações da minha vida”, descreve Bheatriz Pereira.

“É um caminho muito encantador a se seguir, ser capaz de manter eterno um momento através da fotografia e ver o mundo com outros olhos é fantástico, adiciona Mariana Bispo Fonseca ao portal F5 News.

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