Sergipanos mostram que deficiência não é empecilho para conquistas
Dia Nacional de Luta serve como chamado ao respeito e à dignidade Cotidiano | Por Will Rodriguez e Aline Aragão 21/09/2018 16h30 - Atualizado em 21/09/2018 16h37Houve um tempo em que ter algum tipo de deficiência física ou intelectual era sinônimo de incapacidade para o convívio social. Mas, felizmente, isso mudou e hoje aquilo que falta em uma pessoa não a torna menor do que ninguém. Ainda assim, os mais de 45,6 milhões de brasileiros que têm deficiência precisam reafirmar todos os dias a luta contra os próprios limites e os daqueles que só enxergam pelas lentes do preconceito.
Em Sergipe, essa população já ultrapassa a casa das 600 mil pessoas e em torno de 155 mil vivem em Aracaju. E neste 21 de setembro, Dia Nacional e Municipal de Luta da Pessoa com Deficiência, o F5 News quer inspirar o leitor com histórias de sergipanos que estão superando barreiras para exercerem a cidadania à qual têm direito com dignidade.
Wesley Milke é surdo, mas também é mecânico, eletricista, torneiro, mexe com eletrônica e construção. O convívio ao lado do pai, que tinha oficina e ferro velho, contribuiu para que ele desenvolvesse as diversas habilidades. Aos 37 anos é também estudante de graduação em Letras Libras na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e, acima de tudo, um exemplo de que os desafios podem ser superados. Há três anos, Breno Oliveira, 25, abriu o próprio negócio. Ele é surdo, desde nascença, e aos 22 concretizou o sonho de ser empreendedor com a gelateria Il Sordo, na capital sergipana, onde todos os atendentes também são surdos. “Eu sai do meu trabalho, pensei que sendo empresário posso ajudar a mudar o pensamento negativo da sociedade”, diz.O negócio caiu no gosto dos aracajuanos e as barreiras comunicacionais não são mais um entrave na hora de pedir um dos mais de vinte sabores de sorvete italianos disponíveis na loja. O jovem sergipano, que estudou técnicas de sorveteria em São Paulo, agora quer expandir a marca. “Meu maior desafio é desenvolver qualidade de acessibilidade, inclusão e venda”, afirma Oliveira.
Segundo Breno, ainda assim, nem sempre é simples comunicar sem intérpretes, mas força de vontade e disposição não lhe faltam. “Estou desafiando, ensinando e encorajando as pessoas a estabelecerem a comunicação comigo”, conclui o empresário.
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